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Cruze Sport6, o último hatch médio do mercado

Aceleramos o remanescente Chevrolet Cruze Sport6, único hatch médio ainda à venda do Brasil e mais divertido que o sedã

por André Deliberato

No teste de hoje vamos falar sobre o Chevrolet Cruze Sport6 em sua configuração topo de linha, a Premier 2. O preço desta versão (em maio de 2020 após reajuste da GM por conta da alta do dólar) é de R$ 126.590, valor R$ 1.000 mais caro que do Cruze sedan, devido ao ajuste de suspensão mais esportivo.
O que ele tem de novo? No fim do ano passado, toda a linha Cruze passou por uma leve reformulação antes da chegada do Toyota Corolla - seu principal rival quando falamos especificamente sobre o sedã. Entre as principais novidades, além do novo desenho, estava a adoção de um sistema de internet wifi para até sete passageiros, algo então inédito na categoria. Vamos falar sobre isso já já.

Novo visual

Esteticamente algumas coisas mudaram na família Cruze. Na frente, a remodelação trouxe grade mais arrojada e outro formato de para-choques, enquanto que sedã e hatch passaram a oferecer novas rodas. Na traseira, a lanterna recebeu novo desenho - e de LED.
No Cruze Sport6 a mudança não caiu tão bem: para muitos fãs do carro, o desenho da traseira perdeu um pouco do chame do modelo anterior, ainda que a frente tenha ficado melhor. "Acabou o encanto que esse carro tinha de traseira, que era uma das mais bonitas entre todos do segmento. Pelo menos a frente ficou bem legal", comentou Rafael dos Santos, um amigo dono de um Sport6 2017.
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O que Rafael não destacou foi justamente o fato de que o Cruze passou a ser o carro mais bonito do segmento justamente por ser o único - afinal ele é o último entre todos os hatches médios que já foram vendidos no Brasil.
Muitos de vocês podem lembrar do Golf GTE, que é uma versão híbrida do Golf, o hatch médio da Volks, mas o preço de R$ 200 mil e a quantidade limitadíssima de unidades importadas praticamente o tiram dessa disputa. Sendo assim, falemos agora sobre o Cruze Sport6, único hatch médio do Brasil.

Motor turbo

Um dos grandes destaques do Cruze não mudou. O motor é o mesmo (e bom) 1.4 turboflex de 153 cv e 24,5 kgf.m, sempre acoplado a um câmbio automático de seis marchas. Ele roda suave, mas se você atolar o pé no acelerador a pegada fica mais agressiva. Com gasolina, conseguimos atingir a média de 12 km/l rodando sempre com o ar-condicionado ligado.
Segundo o Inmetro, o Cruze Sport6 pode chegar a 13,9 km/l na estrada e fazer 11,1 km/l na cidade com o combustível derivado do petróleo. Já com etanol, os números são 9,4 km/l e 7,6 km/l, respectivamente.
E essa sensação de suavidade e progressividade existe graças ao sistema de suspensão calibrada para um rodar mais calmo e ao mesmo tempo firme. Mesmo seguindo uma receita tradicional: suspensões do tipo McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira. As rodas diamantadas de 17 polegadas, que são novas, não interferem nessa proposta de conforto.
Ainda assim, o Cruze Sport6 é mais divertido que o sedã, que é calibrado para ser ainda mais "calmo" que o hatch - justamente devido à proposta mais jovial e agressiva do Cruze de dois-volumes.

Segurança de primeira e muitos mimos

No quesito segurança, quatro airbags, freios a disco nas quatro rodas - com ABS e EBD -, alerta de colisão frontal com sistema de frenagem de emergência e assistente de faixa (apenas alerta sonoro, sem correção automática) são itens de série.
Já a maior novidade da linha 2020 é o sistema de wi-fi a bordo, feito em parceria com a Claro, com opções de planos de 3GB a 20GB. Na prática, serve bem, é rápido e muito fácil de conectar. Funciona como se fosse o roteador de internet da sua casa: você acha a rede, coloca a senha e pronto, internet de primeira para até sete pessoas.
Segundo a GM, o sistema de internet do Cruze (que é o mesmo de Onix, Onix Plus e Tracker) é 12 vezes mais rápido que um serviço de internet móvel comum de um celular. Ele liga e desliga de acordo com o contato elétrico do carro e funciona até uns 10 metros de distância do veículo.
Conectividade, de fato, é um ponto forte do modelo: ele ainda tem tela colorida tátil com o excelente sistema multimídia MyLink (de terceira geração), que traz navegador próprio - sem a necessidade de conexão com o celular -, mas também oferece os quase que obrigatórios CarPlay e Android Auto. Para completar, o sistema de concierge OnStar no retrovisor é outro diferencial.
Acha que acabou? Tem mais: o Cruze também oferece carregamento de celular por indução, como já fazia o Camaro e como também fazem Onix, Onix Plus, Tracker e Equinox. O único "pênalti" da cabine é o freio de estacionamento por alavanca, mas nem tudo é perfeito.

Detalhes de acabamento

Bancos de couro e revestimento em dois tons dão charme ao interior, bastante confortável e luxuoso. Mas confesso que senti falta de um leve toque de esportividade nos apoios laterais dos assentos, até porque a proposta do Cruze Sport6 é mais... Digamos, "invocada" que a do sedã.
Outra coisa que mudou foi a caixa de comandos posicionada em frente à manopla de câmbio. Agora dá para desligar o sistema stop-start, algo que sempre faço e acho extremamente necessário, porque acho inconveniente - e antes o Cruze me incomodava por não oferecer isso. Pela mudança, podemos concluir que esta deve ter sido uma das reclamações dos compradores de Cruze...
Outra mudança foi a do botão do sistema de assistente de faixa, que ficava no volante e foi para essa parte de comandos - no seu lugar entrou um botão para comandos de voz. O volante, que recebe esse novo botão, tem revestimento emborrachado combinado com couro de muita qualidade: ele é bonito, intuitivo e reforça a sensação de luxo que o carro quer passar.
Já em termos de espaço, o Cruze hatch se mostra uma opção viável apenas para solteiros ou casais sem filhos, já que tem boa área para quatro passageiros - por ser um carro médio -, mas porta-malas apertado para maiores necessidades, com apenas 290 litros - exatamente o mesmo tamanho que o bagageiro de um Renault Kwid, por exemplo.
Inteiramente descrito acima como um carro excelente (porém caro), a pergunta que fica é: o Cruze hatch ainda dá jogo? A resposta é "sim" se você for um fã incondicional de hatches médios e quiser garantir um dos últimos que ainda restam no mercado brasileiro. Agora, se você precisa de espaço e não gosta do Cruze Sedan, talvez seja uma boa dar uma olhada no Tracker.

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