Substituto do Mille Way, que pendurou as chuteiras no fim do ano passado por não ter condições técnicas em conta (entendam barata) para sair de fábrica com air bag e ABS, como manda a legislação, o Palio Fire Way chega com preço inicial de R$ 27.860 (quatro portas), exatamente R$ 3.130 mais que a opção Fire de entrada (duas portas).
O valor se justifica (totalmente) por questões estéticas, a começar pela suspensão ligeiramente mais elevada. O modelo também traz apliques plásticos típicos dos off-roads urbanos, rodas de ferro de 14 polegadas com calotas exclusivas, faróis com máscara negra, espelhos retrovisores na cor do veículo e adesivo no rodapé das portas em alusão à versão.
Em termos de itens de conforto, o Palio Fire Way não oferece muito. Para ser sincero, não oferece ‘nadica de nada’ além do conhecido ‘basicão’ – lembrando que freios com ABS e air bag duplo frontal são de fábrica por lei desde o início deste ano.
Tudo é opcional. Por R$ 1.897 (Kit Celebration I) equipamos o Way com direção hidráulica, travas e vidros elétricos. Para quem pode investir um pouco mais, o Kit Celebration II traz tudo o que o primeiro pacote tem mais ar-condicionado por R$ 4.284. Completinho – incluindo rodas de liga leve de 14 polegadas, faróis de neblina e rádio com MP3 e entrada USB -, a versão topo de linha do Palio sai por exatos R$ 34.636. Ficou faltando um computador de bordo…
Por dentro, o Way é o mesmo Palio de anos e anos atrás, com medidas que o deixam em pé de igualdade com a maioria de seus concorrentes – são 3,82 metros de comprimento, com 2,37 metros de distância entre os eixos e porta-malas para escassos 290 litros de bagagens. Os revestimentos estão em sintonia com a proposta do veículo, mas as peças plásticas não estão bem encaixadas. A tampa do porta-luvas, por exemplo, deixa a impressão de o compartimento não ter sido fechado corretamente.
Rodando, o Palio Way agrada. Não pela elevação da suspensão, que não altera em nada o comportamento do veículo – apenas encoraja o motorista a encarar buracos, lombadas e valetas (as vezes tudo junto num mesmo obstáculo) -, mas pelo agradável motor 1.0 8V bicombustível de até 75 cv de potência a 6.250 rpm, quando abastecido com etanol. O bom torque de 9,9 kgf.m a 4.500 rotações (também com álcool no tanque) consegue ser bem explorado pela relação de marchas do câmbio de cinco velocidades, que poderia ter engates um pouco mais precisos.
Trafegando a 120 km/h, o conta-giros marca 4.000 rpm. Ponto positivo para o bom isolamento acústico, normalmente um pênalti nos carros de entrada.
O ponto negativo vai para a ergonomia. Sem ajuste de altura ou profundidade da coluna direção, o Palio não oferece a melhor posição ao volante, obrigando o motorista se acostumar com aquela que o cansa menos.
RESUMINDO
O Palio é muitas vezes a opção de quem precisa de um carro econômico para rodar e que não custe muito. A versão Fire Way terá seu cliente, com certeza. Aquele que não quer o basicão, mas consegue se virar com prestações algumas centenas de reais mais altas durante os próximos 36 ou 48 meses. O Palio Fire Way é mais uma opção – ao lado do Fire de entrada – de jogador que não joga bonito para a torcida, mas cumpre seu papel com maestria e é reconhecido pela diretoria do clube (a Fiat, no caso). Não por acaso, o Palio é o segundo carro mais vendido do Brasil nos cinco primeiro meses do ano com 68.485 emplacamentos, de acordo com a Fenabrave (Fcaptionação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
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