O WebMotors avaliou ambas a configurações no Autódromo de Velo Città, em Mogi Guaçu, interior de São Paulo, e ficou impressionado – surpreendido talvez defina melhor nossa reação – com a diversão proporcionada pelo hot hatch de design discreto, requinte dentro da média e conjunto mecânico teoricamente comum: motor 1.6 16V aspirado (quatro cilindros a gasolina) de 142 cv de potência e câmbio manual de seis velocidades (tração dianteira).
VALORES DO MENU
Antes de acelerar, porém, é preciso ressaltar que os ‘cozinheiros’ do marketing da Suzuki exageraram um pouco no sal. O preço do modelo é realmente ‘salgado’. Pelo mesmo valor, o consumidor que procura um hatchback com comportamento mais esportivo tem outras boas opções, como Volkswagen Golf Highline 1.4 TSI (R$ 73.750) ou Fiat Bravo T-Jet (R$ 71.610).
Os acompanhamentos do prato principal até que justificam parte do custo da ‘refeição’. O Swift, que está em sua 5ª geração e já teve, ao longo de sua história, 3,9 milhões de unidades comercializadas em 146 países, traz direção com assistência elétrica, ar-condicionado digital, botão start-stop, seis air bags (frontais, laterais e tipo cortina), rádio CD player com MP3, conexão Bluetooth e entrada USB. A opção R entrega a mais, além de detalhes estéticos externos diferenciados (teto e espelhos retrovisores externos de cor diferente), sensor de estacionamento traseiro. Tecnologia de navegação está disponível como opcional para a configuração topo de linha pelo valor de R$ 4.000.
VISUAL DO PRATO
Agora, deixando os valores do cardápio da Suzuki de lado, vamos degustar o Swift Sport. O design do prato, de cara, não empolga. As linhas são pouco ousadas. Há quem o compare ao Nissan Tiida, não mais comercializado no Brasil e que nunca foi sinônimo de beleza por aqui. A esportividade está nas saias laterais, defletor no teto, rodas de liga leve de 16 polegadas em grafite (pneus Yokohama 195/50 R16) e sistema de escape com saída dupla. Na configuração R as rodas são de 17 polegadas (pneus Pirelli P-Zero 205/45 R17).
Por dentro, a esportividade é pontual. Está presente basicamente nos bancos dianteiros com abas laterais maiores para segurar o corpo do condutor nas curvas. O volante multifuncional tem boa empunhadura e é revestido em couro, assim como os bancos – destaque para as costuras duplas em vermelho. As peças plásticas estão bem encaixadas e os detalhes em aço escovado estão em equilíbrio. Tudo é muito sóbrio, uma característica das marcas nipônicas.
SABOR
Na pista, o Swift se revela. Surpreende positivamente e nos faz salivar. Na versão Sport, primeira que o WebMotors acelera, as arrancadas e retomadas impressionam. Não pelo torque máximo, que é de apenas 17 kgf.m disponível a elevados 4.400 rpm, mas pelo excelente escalonamento da transmissão manual de seis velocidades e, principalmente, pelos ‘magros’ 1.065 kg distribuídos por curtos 3,89 metros de comprimento (2,43 metros de entre-eixos). Nas saídas das curvas, tanto as de alta quanto de baixa velocidade, o Swift tem fôlego para continuar ganhando velocidade.
Os controles eletrônicos de tração e estabilidade – que são de série – não interferem constantemente, permitindo uma condução mais pura, mas atuam sempre que um erro grave é iminente. Os freios também se portam muito bem. Com ABS e EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem), as frenagens são estáveis (equilibradas) e não apresentam fadiga mesmo após cinco voltas em ritmo intenso de condução.
A suspensão merece elogios – McPherson na dianteira e barra de torção na traseira. O primeiro ponto positivo passa pela altura, que não foi alterada em relação ao modelo comercializado no Japão. O segundo é o refinamento do ajuste, que deixou o conjunto firme para uma pilotagem esportiva. Nas curvas não há inclinações laterais da carroceria, e nas frenagens o efeito ‘mergulho’ (deslocamento da carroceria para frente) é praticamente imperceptível. Como o asfalto do autódromo é um ‘tapete’, não foi possível cravar o comportamento da suspensão nas ruas esburacadas dos grandes centros, mas levando como base a regulagem esportiva, podemos projetar um conforto ligeiramente prejudicado.
UM POUCO MAIS DE PIMENTA
O que esperar da versão R? Nada muito diferente, afinal, o conjunto mecânico é praticamente o mesmo. Bom, não é bem assim…
A primeira diferença são os pneus que ‘calçam’ as rodas de 17 polegadas. O Pirelli P-Zero agarra melhor na pista em relação ao Yokohama e as rodas aro 16. É possível contornar as curvas abusando mais do pedal da direita. No entanto, o que faz toda a diferença, deixando o Suzuki ainda mais ‘apimentado’, é a relação 14% mais curta do câmbio, que oferece engates curtos e precisos. Com esta simples modificação, a versão Sport R fica ainda mais esperta.
CONCLUSÃO
O equilíbrio da receita faz do Swift Sport um prato delicioso. Para um modelo 1.6 16V aspirado (quatro cilindros), o Suzuki surpreende com uma equilibrada pegada esportiva. Mesmo com torque relativamente mais baixo que alguns concorrentes (17 kgf.m a 4.400 rpm), o Suzuki consegue ser ‘encapetado’. Prova disso é que sua aceleração de 0 a 100 km/h acontece em 8,7 segundos, exatamente o mesmo desempenho do Bravo T-Jet (23 kgf.m a 3.000 rotações) e é apenas 0,3 segundo mais lento que o Golf 1.4 TSI (25 kgf.m a 1.500 giros). O preço, sim, é elevado. Mas não impediu o gostinho de quero mais...
Consulte preços do Suzuki Swift na Tabela Fipe WebMotors.
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