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Toyota Hilux SRX melhorou onde mais precisava

Versão topo de linha peca em conectividade e equipamentos, mas ataca onde consumidor mais repara: desempenho

por Lukas Kenji

A liderança da Toyota Hilux no segmento de picapes médias já é notícia velha. E olha que o modelo não está entre as opções mais baratas. Pelo contrário, é uma das opções mais caras se considerarmos as versões topo de linha equipadas com motor turbodiesel. Então, o que explica tamanho sucesso?

A configuração em questão é chamada de SRX e tabelada em R$ 299.590. Entre as sete opções da categoria, só não é mais cara do que a Volkswagen Amarok e seu ignorante motor V6 de 258 cv, que custa R$ 307.710, além da JAC iEV330P, única picape 100% elétrica do mercado, que sai por R$ 329.900.
A fim de ganhar mais fôlego para manter o reinado no segmento, a Hilux atualizou a parte estética. Na frente, chama atenção a grade volumosa com miolo moldado em preto brilhante e contornado por um robusto adorno cromado. Mas a melhor novidade está nos faróis, agora de LED. Isso vale tanto para o projetor principal, quanto para as luzes de LED, agora envoltas por um elemento em “L”.
Ainda sobre a parte ótica, a única novidade da parte traseira está nas lanternas, que também ganharam LEDs. Outro destaque estético está nas rodas de 18 polegadas, com desenho com predomínio de preto.
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Já a parte interna reserva poucas novidades. A Hilux é uma das picapes com painel que mais se aproxima de um carro de passeio, mas ainda tem elementos dispensáveis, como o relógio digital e as costuras em matérias de plástico.
Embora tenha TV digital, outro componente antiquado é a central multimídia. Ela tem tela de baixa resolução e só pareia com Android Auto e Apple CarPlay por cabo. Ah, destaca-se ainda que não é oferecido carregador de celular por indução.

Exclusividades

Mas é preciso destacar também que a versão SRX tem suas exclusividades na gama Hilux. Os bancos, por exemplo, são revestidos em couro perfurado e contam com ventilação e ajustes elétricos.
Também chamam atenção os tweeters do sistema de som JBL, outro item que só está disponível na versão topo de linha. O mesmo vale para sistemas dinâmicos como controle de cruzeiro adaptativo, assistente de manutenção em faixa, sistema de frenagem emergencial, além de alerta de colisão iminente.

Mas alguns pontos poderiam ser otimizados em termos de equipamentos. O primeiro é a ausência de teto solar, que equipa a Nissan Frontier, por exemplo. Já o outro está relacionado à coluna de direção. Há ajuste de profundidade, mas é irrisório. O acionamento também poderia ser elétrico, assim como na Chevrolet S10 e na Ford Ranger, em vez de hidráulico.
Já na parte externa, apesar de a Hilux SRX ter capota marítima de série, também poderia vir com amortecimento para abertura da pesada tampa da caçamba, algo que só é oferecido como opcional.
Em contrapartida, a configuração vem com volante multifuncional revestido em couro, ar-condicionado digital, chave presencial com partida por botão e sete airbags.

Mais fôlego

Mas o fator que deve ser determinante para a aceitação do público é o desempenho. Isso porque o famigerado motor 2.8 ganhou um novo turbocompressor, maior e com geometria variável. As novidades proporcionaram 27 cv e 5 kgf.m de torque a mais.
Agora o propulsor, que também teve mapeamento da injeção revisado, desenvolve 204 cv de potência a 3.400 rpm e 50,9 kgf.m de torque. É, portanto, o mais potente da categoria, se deixarmos de lado a Amarok V6.
A Toyota também fez alterações na suspensão e na transmissão. No primeiro sistema, pouca mudança é notória. A montadora afirma que o ajuste está mais confortável, mas ele é tão fino que nem dá para sentir. Quanto ao câmbio, agora há diferencial de gestão eletrônica. Isso quer dizer que o sistema age a fim de dar tração para rodas que não estejam patinando, caso o motorista esteja em uma enrascada fora de estrada.

Vale ressaltar que a picape conta com recursos 4x4 avançados, como assistente de reboque e de subida, além do diferencial auto-blocante.
Sobre o pós-venda, embora a Toyota seja reconhecida por bons serviços, os valores são salgados em relação ao segmento. Tanto as revisões, quanto o seguro só não são mais caros do que a Volkswagen Amarok. A apólice mais em conta no AutoCompara é de R$ 7.152,59, enquanto a soma dos seis primeiros serviços de revisão é de R$ 8.336.
Ainda assim, a Toyota Hilux tem uma oferta equilibrada quando falamos sobre as versões topo de linha. É potente, bem equipada e tem mais recursos dinâmicos. Mas é evidente que a liderança da categoria é resultado de um legado de quatro décadas de Brasil. Em um segmento conhecido pelos consumidores mais conservadores, basta o modelo fazer bem a lição de casa para ver o resultado nas vendas.

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