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Cinco carros esportivos que ficaram na promessa

WM1 relembra cinco modelos com pegada de pista que foram prometidos para nosso mercado, mas acabaram subindo no telhado

por André Deliberato

O mercado brasileiro de automóveis é um dos mais disputados - e doidos - do mundo. Já foi bem maior que o atual. Também já foi menor. Já teve carros que chegaram para ficar pouquíssimo tempo e sair de linha... E também já recebeu uma série de promessas - algumas delas cumpridas, outras não.
Carros esportivos são os que mais ficam nessa possibilidade. Vira e mexe são cogitados por aqui, algumas vezes são até criados em solo nacional, mas muitas vezes "sobem no telhado".
Abaixo, confira cinco exemplos de carros esportivos que foram prometidos para ser vendidos por aqui mas ficaram na promessa.

Renault Mégane RS

Em 2013 a Renault tinha praticamente certeza de que conseguiria importar o Mégane RS ao Brasil no ano seguinte. No discurso oficial da empresa, por cuidado, a narrativa era de que o carro "estava em fase de estudos e dependia da aprovação do consumidor e da imprensa", basicamente, para que fosse lançado em nosso mercado.
Renault lança Megane RS Trophy com 300 cv
Alguns jornalistas, como este que vos escreve, chegaram a rodar com o modelo de forma oficial, com emplacamento e tudo. O dólar subiu, a ideia caiu e o jeito foi investir no Sandero, que dois anos depois, em 2015, recebeu a insígnia RS (o primeiro da divisão esportiva fabricado fora da França, por sinal).
Até hoje o Mégane RS paira como promessa - por aqui, seria rival de Golf GTi e Civic Si.

Lobini h2

No finzinho dos anos 1990 os empresários José Orlando Lobo e Fábio Birolini (a combinação dos sobrenomes, como se pode ver, deu origem à marca Lobini) investiram US$ 2 milhões na recém-criada empresa. O objetivo: criar um esportivo totalmente nacional.
Andamos no Lobini h2, o safety car da GT3
Depois de seis anos, em abril de 2005, surgia o h2 com projeto totalmente baseado em esportivos compactos britânicos, como os da Lotus. O Lobini durou alguns anos, mas a produção artesanal era limitadíssima por conta do alto preço do carro - cerca de R$ 160 mil, à época.
Ele tinha só 1.045 kg, tração traseira e usava o motor Volkswagen 1.8 turbo do antigo Golf GTi de quarta geração. O conjunto rendia 180 cv e 23 kgf.m de torque. Conversamos com Birolini, um dos donos da marca! Confira no vídeo abaixo.

Rossin-Bertin Vorax

No Salão do Automóvel de São Paulo de 2010 um superesportivo chamou bastante a atenção por ser denominado como "o primeiro superesportivo nacional". Surgia ali o Rossin-Bertin Vorax - o nome da marca vinha dos sobrenomes dos criadores, Fharys Rossin e Natalino Bertin Júnior.
À época, o Vorax rapidamente se tornou um fenômeno. Chamava muito a atenção pelo desenho futurista.
Rossin-Bertin Vorax é o primeiro superesportivo brasileiro
Ele usava mecânica BMW (motor V10), chassi de alumínio, tinha 4,72 m de comprimento e 2,78 m de entre-eixos. Na época, prometia custar R$ 700 mil na versão cupê (ou R$ 1,4 milhão na configuração sem teto).
No mesmo salão os criadores afirmaram que o superesportivo já tinha 19 encomendas, algumas até internacionais. No fim das contas, ele acabou não saindo do papel e ficou só na promessa...

Donirosset, da Amoritz GT

Dois anos depois, no Salão do Automóvel de SP de 2012, foi a vez do Donirosset chamar a atenção. Outro projeto de superesportivo desenvolvido no Brasil, prometia 1.007 cv em um motor de Dodge Viper movido à etanol.
"Donirosset" é uma homenagem do empresário brasileiro idealizador do veículo William Rosset feita a seu pai: Rosset é o sobrenome; Doni é o apelido.
Já a Amoritz GT foi a empresa especializada em design de veículos esportivos escolhida para desenvolver o projeto. Ele chegou a ser montado em forma de protótipo, como se pode ver pela imagem abaixo, para ser apresentado no salão.
Porém, nunca saiu do papel. Segundo a empresa, no entanto, o projeto ainda existe para interessados que queiram levar o projeto adiante.

San Vito S1

O esportivo compacto San Vito S1 foi outro projeto totalmente nacional criado para ser vendido por encomenda, tal qual o Lobini h2. No caso do S1, a leve carroceria era movida por mecânica 1.8 turbo, que só teve uma unidade de fato produzida e que pertencia ao próprio criador, Vito Simone.
San Vito S1, o novo esportivo nacional, nasce no salão
Existe até um site (clique aqui para conferir) com dados técnicos do modelo e contato direto para interessados na compra do esportivo. Mas o canal não é atualizado há alguns anos.
O preço do carro, na plataforma digital da "Vito.com", é de R$ 98 mil na versão básica e R$ 114.450 na configuração topo de linha. Há até uma observação: "carro produzido sob encomenda". Você já viu algum?


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