A Peugeot acaba de lançar oficialmente a segunda geração do 208 com preços que pegaram muita gente de surpresa. A linha vai de R$ 74.990 a R$ 94.990, e esperava-se valores iniciais por volta dos R$ 65 mil. Isso deixa a estratégia da marca bem clara: o hatch vai brigar entre os chamados compactos premium. E a tecnologia embarcada será uma importante aliada para o modelo.
Em entrevista coletiva online, Ana Theresa Borsari, diretora-geral do Grupo PSA Peugeot Citroën, não falou em número de vendas, mas foi enfática ao dizer que a marca quer de 5% a 6% do mix deste sub-segmento. E quem atua nele? Alguns pesos-pesados: Volks Polo, Toyota Yaris, Fiat Argo, Honda Fit, além de modelos como Kia Rio e versões topo de linha de Chevrolet Onix e Hyundai HB20.
Se formos pensar em termos de vitrine tecnológica, o modelo da Peugeot se destaca. É o único entre os hatches a oferecer um pacote que reúne alerta de colisão frontal, frenagem automática de emergência, alerta e correção de mudança involuntária de faixa, farol alto inteligente e sistema de reconhecimento de placas de velocidade.
Tudo bem que tais itens de assistência semi-autônoma ao motorista só estão disponíveis na versão topo de linha Griffe, que custa quase R$ 95 mil. Mas entre hatches compactos, só o HB20 oferece a frenagem automática de emergência e alerta de mudança de faixa (só visual) - na configuração mais cara Diamond Plus Turbo, de R$ 77.990. Sensor de ponto cego e estacionamento automático são encontrados no Onix, porém só como opcionais na Premier Turbo (R$ 77.090).
A seu favor o 208 ainda acena com um design bastante ousado e a vantagem de ser um projeto novo baseado em uma plataforma modular. O acabamento transmite mais requinte que a maior parte do segmento. Ainda traz itens como câmera 180 graus, painel de instrumentos eletrônico e "tridimensional" e carregador de celular por indução.
Porém, peca pelo fato de não usar motor turbo em um mercado onde isso já é uma tendência. O 1.6 aspirado de 118/115 cv não é ruim, mas entrega menos eficiência, menor performance em baixos giros e é um conceito de propulsor antigo - detalhe é que tem um 1.2 turbo no novo 208 na Argentina. Enquanto isso, os exemplares citados da Hyundai e GM, além do Polo, já tem versões turbinadas.
Em outra entrevista, o chefe de Produto, Caio Prendini, apontou o triunvirato de rivais do novo 208: Polo, Yaris e Fit. Ou seja, o modelo foca em um Volks com construção dinâmica robusta, mas que deixa muito a desejar no acabamento. E em dois carros de japonesas que não têm o apelo do turbo, mas que carregam a reputação de marca com mecânica que não dá problema e pós-venda confiável.
Tanto que a Peugeot lança com o novo 208 um plano de financiamento e fidelidade que promete pagar 100% da Tabela Fipe na recompra futura. Além disso, em outubro, o cliente poderá incluir serviços de manutenção e seguro nas prestações deste programa chamado Just Drived. A briga promete ser boa.