Jipinho nacional, Stark tenta a sorte novamente

Depois de ter produção em dois estados, modelo agora será fabricado no Distrito Federal. Entenda a saga da marca

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Fernando Miragaya
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Considerado um projeto inteiramente brasileiro, o jipe Stark continua sua saga cigana. Agora sob a tutela da CAB Motors, o modelo será produzido no coração do país. Em pouco mais de 15 anos de existência, esse é o terceiro local diferente de produção do veículo.

O Stark tenta a sorte novamente após acordo assinado com o governo do Distrito Federal. A fábrica será erguida no Polo JK, em Santa Maria. A previsão é que as obras comecem no primeiro trimestre de 2020 em uma área de 70 mil m². A produção do jipe terá início em 2021.

Cab Stark de traseira. Jipe tem luzes traseiras circulares no alto, estepe na tampa traseira e caixas de rodas com cotes retos
Agora no Distrito Federal, Stark tenta a sorte novamente com produção de 100 unidades por mês
Crédito: Divulgação
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A meta de produção é de 100 unidades por mês. Segundo o fabricante, serão investidos R$ 200 milhões e gerados 420 empregos a partir de 2021.

Corrente migratória

A trajetória do Stark é confusa e inusitada. O projeto nasceu com a TAC Motors (Tecnologia Automotiva Catarinense), em 2004, em Joinville (SC), fruto de ações da Federação das Indústrias (Fiesc) e incentivos do governo estadual.

O Stark, então, foi apresentado no Salão de São Paulo 2006 como um rival do Troller T4. Usava motor 1.8 da Volkswagen, suspensão independente, tração 4x4 e era eve: 1.300 kg.

Foi lançado três anos depois com motor 2.3 turbodiesel da Fiat Ducato de 127 cv e 30,6 kgf.m. Nunca vendeu muito: na verdade, apenas 50 unidades foram feitas para tentar captar investidores e acionistas.

Mudança radical

Em fevereiro de 2012, a linha de montagem saiu do Sul e foi para o Nordeste. A TAC inaugurava fábrica em Sobral (CE) anunciando os mesmos R$ 200 milhões de investimentos, capacidade para 60 unidades/mês e ainda a produção de uma versão militar do Stark: a IRV.

Cab Stark d eperfil com a caracterização azul da Guarda Metropolitana da capital do país
Um exemplar do jipe, ainda cearense, já até roda como carro de serviço da Guarda Metropolitina
Crédito: Divulgação
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Na época, a montadora recebeu incentivos fiscais do Fundo de Desenvolvimento Industrial (FDI). Continuou vendendo pouco. No site da Webmotors, por exemplo, só encontramos três exemplares seminovos à venda. Até hoje, especula-se que pouco mais de 200 unidades ganharam vida nas duas fábricas.

Negócio da China?

Em 2015, a chinesa Zotye entra na parada e diz que vai comprar a TAC Motors. O fabricante asiático divulgou aportes de R$ 190 milhões e chegou com a promessa de produção de uma picape, além de versões do jipe com motor flex.

O negócio, porém, nunca foi concretizado. Em 2018, a marca relança o Stark com preço de R$ 115 mil e anúncio de cinco concessionárias. A expectativa era emplacar 100 unidades naquele ano. Comenta-se que nem metade disso foi produzido.

Cab Stark de frente na cor cinza com faróis redondos e luzes auxiliares em um canhão logo abaixo das lentes principais
Modelo mudou pouco em relação ao original catarinense do fim dos anos 2000
Crédito: Divulgação
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