A próxima Honda XRE 300 será uma Sahara
Ainda eficiente e versátil, a trail será repaginada e ganhará o sobrenome do clássico modelo que fez sucesso nos anos 90
O que era apenas especulação está perto de se tornar realidade: a próxima Honda XRE 300 será uma Sahara. Já havíamos escutado sobre essa possibilidade quando visitamos a fábrica da Honda em Manaus, no mês passado, mas agora veio mais uma pista mais quente: a marca registrou o nome "XRE 300 Sahara". A notícia foi dada em primeira mão pelo site www.motoo.com.br.
A novidade também deve pôr fim às especulações de que a XRE 300 sairia de linha. Que não faziam sentido, mesmo: a moto é versátil e confiável, e ainda atenderá às normas brasileiras de emissões por uns bons anos. E ainda vende bem: foram quase 30 mil unidades em todo o ano passado - perdeu apenas para a irmã menor NXR 160 Bros entre as trail de baixa cilindrada.
O que é necessário é renová-la de tempos em tempos, o que a Honda efetivamente faz: a geração atual, por exemplo, tem as versões Rally e Adventure - as diferenças estão apenas em cores e adesivos.
Uma delas - ou as duas - dará lugar à XRE 300 Sahara. Ressuscitar o nome é uma estratégia relativamente comum nas indústrias de motocicletas e de automóveis. Com a "volta da Sahara", a Honda evoca um modelo que fez muito sucesso em sua época.
A NX 350 Sahara foi lançada no Brasil em julho de 1989, para substituir a então boa, mas já cansada, XLX 350R. Seu sucesso se deveu, principalmente, à sua versatilidade: resolvia bem na cidade, na estrada e no off-road leve. Características que, não por acaso, a XRE 300 repete.
A Sahara tinha motor monocilíndrico carburado e refrigerado a ar, com 339 cm³. Rendia 31,5 cv de potência a 7.500 rpm e 3,13 kgf.m de torque a 6.500 rpm. Já tinha câmbio de seis marcha e partia elétrica, que não eram tão comuns naquela época. A produção terminou em setembro de 1999.
A XRE 300 atual, por sua vez, tem motor similar - monocilíndrico e refrigerado a ar -, mas é flex, injetado e tem comando duplo. São 291 cm³, 25,6 cv a 7.400 rpm e 2,8 kgf.m a 6.000 rpm (com etanol). O câmbio, porém, só tem cinco marchas.
Porém, a XRE deve sofrer outra alteração nessa próxima encarnação - e bem importante. Muito provavelmente esse motor atual será aposentado e em seu lugar entrará o "300" que também equipa a CB 300F Twister. Nesse caso, a potência e o torque ainda são inferiores ao da antiga Sahara - afinal, naquela época os motores não precisavam ser "estrangulados" para atender à legislação de emissões severa atual.
Na Twister, são 293 cm³, 24,7 cv de potência a 7.500 rpm e 2,6 kgf.m de torque a 5.500 rpm com etanol. Mas, pelo menos, a transmissão tem seis marchas.
A XRE 300 atual custa iniciais R$ 25.000 na versão ABS e R$ 25.600 nas opções Adventure e Rally.