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5 parcerias curiosas entre montadoras de carros

Ao longo das últimas cinco décadas, o mercado automotivo foi palco de uma série de acordos de colaboração surpreendentes

por Rafael Ligeiro

Quem conhece o mercado automobilístico sabe que é um ambiente de voraz competição entre as suas diversas fabricantes. Entretanto, em algumas ocasiões, também há espaço para um cenário de parcerias curiosas entre montadoras de carros: seja para a composição de modelos ou, até mesmo, de acordos comerciais.
E, neste texto, nós, do WM1, relembramos de algumas das parcerias que surpreenderam o universo automotivo ao longo de mais de cinco décadas.
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Parcerias entre montadoras de carros

Mercedes-Benz e Porsche (Mercedes-Benz 500 E)

Sim... você não leu errado: as duas montadoras de carros alemãs já foram parceiras! Mais precisamente durante a fabricação do modelo Mercedes 500 E.
Em 1989, a Mercedes decidiu criar uma versão de alta performance de seu médio W124. Para isso, convidou a colega germânica para redesenhar chassi, suspensão e trem de força ao seu recém-criado motor M119, um V8 aspirado de 5.000 cm³, dotado de potência máxima na casa dos 324,40 cv.

Um dos detalhes mais curiosos dessa parceria é o processo de produção do 500 E. Os modelos eram montados artesanalmente na fábrica da Porsche em Zuffenhausen, na cidade de Stuttgart. Quando concluídos, os chassis eram transportados por aproximadamente 30 km, em um caminhão, até a fábrica da Mercedes-Benz, em Sindelfingen. Lá, eram pintados e, na sequência, reenviados à Porsche, para a instalação do motor.
No total, a produção de cada carro levava 18 dias!
Entre 1990 e 1995, foram produzidas 10.479 unidades do charmoso Mercedes “Porsche” 500E.

Ford e Volkswagen (Autolatina)

Embora responsáveis por mais de 50% das vendas no mercado nacional na segunda metade dos anos 1980, Ford e Volkswagen não estavam imunes à problemática e instável economia brasileira da época. Por isso, ambas uniram forças e criaram uma joint-venture: a Autolatina.
Iniciada em 1990, a parceria previa otimizar os custos de produção das montadoras de carros, com os veículos produzidos na fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo.

A princípio, houve um compartilhamento de motores entre ambas: a Volks cedeu seus tradicionais modelos AP 1.6 e 1.8 à Ford, que os aplicou em carros como o Escort Ghia e XR3; por sua vez, a Ford ofereceu à Volks seu econômico motor CHT 1.8, aplicado aos modelos Gol, Parati e Voyage.
Logo, a colaboração se estendeu à produção de carros. A Volkswagen construía o Versailles (derivado do Santana), enquanto a Ford produzia o Logus e o Pointer (derivados do Escort).
Apesar de ter representado o controle de 60% do mercado nacional (e 30% do argentino), a fusão logo encontrou uma série de adversidades. Desde dificuldades na troca de tecnologias – uma vez que, em termos globais, VW e Ford seguiam como concorrentes. Esse histórico natural de concorrência também dificultava a comercialização como produtos interrelacionados nas revendedoras.
Em meio a esse cenário, a Autolatina encerrou suas atividades em 1996.

Toyota e BMW (Toyota GR Supra)

O Toyota Supra foi um dos esportivos mais bem-sucedidos na história do mercado automotivo japonês. Inicialmente conhecido como Celica, o carro contou com quatro gerações entre abril de 1978 e agosto de 2002. E em 2019, o modelo voltou aos holofotes com sua quinta geração.
Até aí, nada demais. Afinal, quantos carros de sucesso não retomaram à produção depois de uma ou mais décadas? No entanto, o que surpreende é notar que o Supra voltou com o suporte... da BMW!

Batizado de GR Supra, o carro compartilha a plataforma e diversas peças do BMW Z4, inclusive motor. São duas versões do propulsor: o BMW B48 2.0 (de quatro cilindros em linha) e o BMW B58 3.0 (de seis cilindros em linha), com potência máxima de 258,5 cv e 387,3 cv, respectivamente.
O modelo segue em produção, em Graz, na Áustria.

Citroën e Maserati

Quem vê a Maserati hoje como parte da Stellantis, ou até mesmo se lembra dos tempos em que a marca era apenas do Grupo Fiat, talvez mal possa imaginar que pertenceu à... Citroën! Foi entre 1968 e 1975.
Um dos resultados dessa parceria foi o GT Citroën SM, em 1970. Com design futurista – até mesmo para os dias atuais, o carro contava com duas versões de motores produzidas pela fabricante italiana: o SM 2.7 e o SM 3.0, capazes de entregar uma potência máxima de, respectivamente, 170,3 cv e 180,4 cv.

O SM foi bem aceito não apenas pelo mercado, mas pela crítica, e acabou escolhido como o terceiro carro mais popular da Europa em 1971.
Contudo, infelizmente uma forte recessão global se abateu sobre o mercado nos anos de 1970, decorrente, entre alguns motivos, da crise petrolífera de 1973. No ano seguinte, a montadora francesa faliu, e deu espaço à PSA Peugeot Citroën.
Em 1975, a Maserati foi para novas mãos, sendo dividida entre a holding italiana GEPI, que se tornou dona de quase 89% das cotas, e o empresário argentino Alejandro de Tomaso, proprietário dos 11% restantes.

 Toyota e Tesla (Toyota RAV4 EV)

Segundo o ranking Best Global Brands, de 2021, Toyota e Tesla ocupam respectivamente o primeiro e o quarto posto entre as fabricantes de carros mais valiosas do mundo. E essas duas gigantes se uniram para desenvolver um modelo: a segunda geração do Toyota RAV4 EV (2012-2014).

Com toda a imponência tradicional ao design da Toyota, o SUV contava com bateria, eletrônicos e trem de força elétrico fornecidos pela jovem montadora sediada em Austin, no Texas. Com motor elétrico capaz de desenvolver 115 kW (ou 15,1 cv), possuía dois modos de pilotagem: Comercializado apenas nos Estados Unidos, o RAV4 EV vendeu, entre 2012 e 2015, 2.489 das 2.600 unidades produzidas. Em 2017, a parceria entre as duas gigantes foi encerrada.

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