Motor AP da Volkswagen é cultuado até hoje

Família de motores foi produzida no país durante 26 anos - propulsor fez sucesso por ser simples e robusto

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Guilherme Silva
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O motor AP da Volkswagen foi fabricado no Brasil de 1985 até o fim da produção do Gol G4, em 2013. Nesse período, equipou praticamente todos os modelos nacionais da marca - com exceção apenas do Fusca. Embora tenha sido descontinuado há quase oito anos, o AP é sempre lembrado pelos entusiastas por ter uma mecânica simples, robusta e capaz de suportar preparações pesadas.

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Gol G4 foi o responsável pela aposentadoria do motor AP no Brasil, em 2013
Crédito: Divulgação
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Projeto nasceu com a Mercedes-Benz

Audi 80 00
Audi 80 foi o primeiro carro a ser equipado com o motor EA827/AP
Crédito: Reezocar
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A história do motor AP teve início em 1972, na Alemanha, onde o propulsor é conhecido pela designação EA827. Introduzido pela primeira vez no Audi 80, o AP era fruto de um projeto concebido na década de 1960, durante os seis anos em que a Audi ainda pertenceu à Mercedes-Benz (entre 1958 e 1964). Na época, a marca da estrela de três pontas pretendia lançar uma família de motores de quatro cilindros com comando de válvulas no cabeçote e correia dentada de borracha no lugar da corrente metálica.

Passat
Passat foi o primeiro Volkswagen nacional equipado com motor da família EA827/AP
Crédito: Divulgação
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O EA827 estreou no Brasil em 1974, no Passat, o primeiro carro com motor de refrigeração líquida da Volkswagen no país. Em sua primeira geração, ele passava a ser chamado de BR (1.5 litro de 65 cv de potência) e BS (Passat TS 1.6 de 80 cv). Oito anos mais tarde, em 1982, o propulsor foi atualizado com novos pistões e comando de válvulas, e foi rebatizado como MD 270 (1.6 litro para os modelos Gol, Voyage, Parati e Passat) e MD 280 (1.8 para o Gol GT, Passat e Santana/Quantum).

Alta Performance

Em 1985, o EA827 sofria mais uma atualização com a introdução de pistões mais largos, bielas mais longas e novos comandos de válvula. Essas melhorias resultaram em um motor com funcionamento mais suave, com menos vibrações e mais potência. O nome AP, abreviação para a designação Alta Performance, foi adotado apenas para publicidade.

Gol GT 1.8 tinha potência declarada de 99 cv para ficar no limite da alíquota do IPVA
Crédito: Divulgação
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O AP estreava nas variantes 1.6 (AP-600), 1.8 (AP-800) e 1.8 S (AP-800S), que traziam o mesmo bloco, bielas e cabeçote, diferenciando-se em peças específicas (comando de válvulas, pistões, virabrequim). No AP-800 S, o comando era o 049G, introduzido inicialmente no Gol GT 1.8. Os números de potência variavam entre 85 e 99 cv, época em que poucos motores nacionais atingiam a marca dos 100 cv.

Primeiro motor com injeção eletrônica do Brasil

Gol GTI (1989) foi o primeiro carro nacional equipado com injeção eletrônica
Crédito: Divulgação
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Em 1988, a Volkswagen lançava o AP-2000, variante de 2.0 litros, o que resultou na mudança do nome dos demais motores da família (AP-1600 e AP-1800). O novo propulsor equipou em seus primeiros anos os modelos mais caros da marca, como o Santana e o Gol GTI, o primeiro carro fabricado no Brasil com injeção eletrônica monoponto (Bosch LE-Jetronic).

O AP-2000 “injetado” também equipava o Fox e a Fox Wagon, as respectivas variantes de Voyage e Parati que eram exportadas para a América do Norte nos anos 1980 e 1990.

Escort XR3 foi um dos modelos da Ford contemplados com o motor AP da Volkswagen
Crédito: Divulgação
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Na mesma época, os motores AP também foram aplicados em carros da Ford feitos no Brasil, graças à parceria formada pela joint-venture Autolatina, mantida pelos dois fabricantes entre 1987 e 1996. Modelos como Del Rey, Belina, Pampa e o esportivo Escort XR3 passaram a ser equipados com o motor da Volkswagen.

Primeiro motor flex do país

Na Europa, os motores da família EA827 sofreram evoluções, como a introdução de cabeçote de fluxo cruzado e até sobrealimentação por compressor mecânico. Por aqui, o AP também teve as suas variações com desenvolvimento local, como a 1.9 a diesel criada para a Kombi e a Saveiro.

Motor 2.0 16V do Gol GTI 16V, de 1995, tinha 141 cv de potência
Crédito: Divulgação
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O motor AP sempre foi produzido no Brasil com cabeçote simples de oito válvulas (duas por cilindro). A única exceção entre os Volkswagen nacionais foi o Gol GTI de segunda geração, que era equipado com um motor importado 2.0 com 16 válvulas (quatro por cilindro) de 141 cv de potência.

Gol Total Flex, de 2003, foi o primeiro carro bicombustível do país
Crédito: Divulgação
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Após a introdução da injeção eletrônica, a última grande inovação do AP em nosso mercado aconteceria com a estreia da tecnologia bicombustível, em 2003. O Gol 1.6 Total Flex foi o primeiro carro nacional de produção em série capaz de ser abastecido com etanol e gasolina em qualquer proporção.

Pau pra toda obra

Motor AP é base de diversos projetos de preparação, e atinge elevados níveis de potência
Crédito: Reprodução internet
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De concepção simples e construído com componentes robustos, o AP ficou consagrado como um dos motores mais parrudos para receber preparação. Não é incomum encontrar variações modificadas com turbocompressor, entre outras alterações, que fazem o propulsor atingir níveis de potência e torque elevadíssimos.

Volkswagen Gol G5, de 2008, trocou o motor AP por propulsores da família EA111
Crédito: Divulgação
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A receita utilizada pela Volkswagen no AP também deu origem ao motor EA111. Também de quatro cilindros com cabeçote de oito válvulas com comando simples, esse propulsor estreou na Europa ainda na década de 1970, mas só chegou no Brasil no final dos anos 1990.

Gol G3 teve versão equipada com o motor EA111 1.0 turbo
Crédito: Divulgação
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Rebatizado de AT (Alto Torque), o EA111 1.0 com cabeçote de 16 válvulas passou a ser oferecido no Gol G3. No começo dos anos 2000, o novo motor ganhou uma variante 1.0 turbo a gasolina de 115 cv para ser empregado nos modelos Gol e Parati e uma 1.6 de 8 válvulas, que seguiu no Fox, Gol, Voyage e Saveiro (desta vez, com a designação MSI).

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