O que a Ram não revela abertamente é que a nova Dakota não deixa de ser uma Fiat Titano, ainda que com visual bastante modificado e o interior mais refinado. E para definir o que é a Ram Dakota, existe o termo em inglês badge engineering. Ou engenharia de emblema, em bom português. Que é quando um mesmo automóvel serve de base para modelos de duas ou mais marcas diferentes.
De Versailles à Dakota
A prática do badge engineering é bem comum na indústria.Aqui no Brasil, já vimos essa novela em modelos como o Ford Versailles - basicamente, um Volkswagen Santana de segunda geração com retoques no visual - e, mais recentemente, no furgão Peugeot Partner Rapid - um Fiat Fiorino com o logo do leão.
Vale destacar que nem todo processo de badge engineering é igual. Há casos em que a única mudança, de fato, é o emblema.
Já em outros, são feitas mudanças estéticas e até mesmo de calibragem para criar um - quase - novo produto. Acredito que é o caso da Ram Dakota.
E para quem pensa que só se vê essa prática em marcas generalistas, um exemplo de que o badge engineering pode ser visto até em marcas de prestígio está na finada picape Mercedes-Benz Classe X, que compartilhava o mesmo projeto básico com a Nissan Frontier.
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Qual é o sentido disso?
Mas por que os fabricantes recorrem a essa prática? É bem simples: tempo e custo. Afinal, é bem mais barato - e rápido - criar um novo modelo assim do que desenvolver dois novos veículos do zero. E rapidez e baixo custo são fundamentais na indústria.Além dessa questão da produção, existe também o fator mercado. Apenas com uma troca de logotipo, é possível disponibilizar rapidamente um produto para atender a uma demanda dos lojistas.
Ou até mesmo se beneficiar de uma rede de concessionários mais ampla dentro de um mesmo grupo automotivo.
Mas o badge engineering é a garantia de sucesso?
Bem. Depende. Existe o risco de o consumidor não se convencer e acabar optando pelo produto que serviu de base para o badge engineering.Isso foi exatamente o que aconteceu com a tal Mercedes Classe X, que foi produzida apenas entre 2017 e 2020 e não teve sucessor.
E por aqui? Será que a Ram Dakota será capaz de cativar o cliente típico da marca do carneiro montanhês?
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