Badge Engineering: um mesmo carro, vários emblemas

A arte de vender o mesmo automóvel em várias marcas é uma prática muito comum na indústria. E que faz todo o sentido

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Evandro Enoshita
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A Ram Dakota é a grande novidade da marca de picapes da Stellantis para o Salão do Automóvel 2025. Uma caminhonete média, que chega para colocar o carneiro montanhês no segmento hoje dominado por Toyota Hilux, Ford Ranger e Chevrolet S10.

O que a Ram não revela abertamente é que a nova Dakota não deixa de ser uma Fiat Titano, ainda que com visual bastante modificado e o interior mais refinado.

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E para definir o que é a Ram Dakota, existe o termo em inglês badge engineering. Ou engenharia de emblema, em bom português. Que é quando um mesmo automóvel serve de base para modelos de duas ou mais marcas diferentes.

De Versailles à Dakota

A prática do badge engineering é bem comum na indústria.

Aqui no Brasil, já vimos essa novela em modelos como o Ford Versailles - basicamente, um Volkswagen Santana de segunda geração com retoques no visual - e, mais recentemente, no furgão Peugeot Partner Rapid - um Fiat Fiorino com o logo do leão.

Vale destacar que nem todo processo de badge engineering é igual. Há casos em que a única mudança, de fato, é o emblema.

Peugeot Partner Rapid nada mais é que um Fiat Fiorino com o logo da marca francesa
Crédito: Divulgação
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Já em outros, são feitas mudanças estéticas e até mesmo de calibragem para criar um - quase - novo produto. Acredito que é o caso da Ram Dakota.

E para quem pensa que só se vê essa prática em marcas generalistas, um exemplo de que o badge engineering pode ser visto até em marcas de prestígio está na finada picape Mercedes-Benz Classe X, que compartilhava o mesmo projeto básico com a Nissan Frontier.

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    Qual é o sentido disso?

    Mas por que os fabricantes recorrem a essa prática? É bem simples: tempo e custo. Afinal, é bem mais barato - e rápido - criar um novo modelo assim do que desenvolver dois novos veículos do zero. E rapidez e baixo custo são fundamentais na indústria.

    Além dessa questão da produção, existe também o fator mercado. Apenas com uma troca de logotipo, é possível disponibilizar rapidamente um produto para atender a uma demanda dos lojistas.

    Mercedes-Benz Classe X, que teve vida curtíssima, foi 100% baseada na Nissan Frontier
    Crédito: Divulgação
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    Ou até mesmo se beneficiar de uma rede de concessionários mais ampla dentro de um mesmo grupo automotivo.

    Mas o badge engineering é a garantia de sucesso?

    Bem. Depende. Existe o risco de o consumidor não se convencer e acabar optando pelo produto que serviu de base para o badge engineering.

    Isso foi exatamente o que aconteceu com a tal Mercedes Classe X, que foi produzida apenas entre 2017 e 2020 e não teve sucessor.

    E por aqui? Será que a Ram Dakota será capaz de cativar o cliente típico da marca do carneiro montanhês?

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