A BYD acaba de anunciar a integração entre diferentes redes de carregamento por meio do seu próprio aplicativo, o BYD Recharge. A novidade resolve um incômodo frequente entre motoristas de carros elétricos — a necessidade de baixar e gerenciar vários aplicativos diferentes para localizar e ativar eletropostos públicos.
Com a integração, usuários passam a acessar diretamente pelo app da montadora mais de 450 pontos de recarga da EZVolt, uma das principais fornecedoras de infraestrutura elétrica do país.
A tecnologia que possibilita essa integração foi desenvolvida em parceria com a Tupi Mobilidade, empresa especializada em soluções digitais para o setor automotivo.
A funcionalidade está disponível para os usuários do BYD Recharge a partir de hoje (19/5). O sistema permite ao motorista visualizar em tempo real os pontos de recarga disponíveis, com informações como localização, disponibilidade e custo.
Além disso, o pagamento também será feito diretamente no app da BYD, o que elimina a necessidade de trocar de plataforma ou de preencher cadastros diferentes para cada rede. Na prática, é uma forma de centralizar toda a jornada de recarga em um único ambiente digital.
Para quem dirige um elétrico no Brasil, a maior dificuldade fora de casa, além de encontrar um carregador, é saber qual app controla cada ponto de recarga. A falta de padronização entre as operadoras sempre foi uma barreira para a popularização dos carros elétricos.
Com essa integração, a BYD não apenas simplifica o processo, como também oferece ao usuário uma experiência mais fluida e conveniente.
A integração adiciona à base da BYD mais de 450 eletropostos EZVolt, que estão espalhados por diferentes regiões do país. Os pontos de recarga estão localizados em shoppings, supermercados, postos de combustível e grandes centros urbanos.
Ao concentrar esses pontos no app da BYD, a marca amplia significativamente o alcance da sua própria rede de recarga, que já vem crescendo com o avanço da frota eletrificada.
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Apesar do avanço, o Brasil ainda está longe de ter uma infraestrutura robusta e unificada de recarga pública. Para o cenário ideal, seria necessário que todas as montadoras, operadoras e redes de carregamento adotassem sistemas abertos e integrados.
Ainda assim, a ação da marca chinesa pode servir como exemplo — e até pressão — para o setor evoluir mais rápido. No fim das contas, é o proprietário de carro elétrico quem mais ganha com esse tipo de solução prática e acessível.
Apesar do avanço recente em tecnologia e infraestrutura, o Brasil ainda tem uma cobertura tímida de pontos de recarga, quando comparado a países com frota elétrica mais consolidada.
De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o país tem, atualmente, 14.827 eletropostos públicos e semipúblicos em funcionamento.
Desses, apenas 2.430 são de recarga rápida — ou seja, capazes de carregar uma bateria de carro elétrico em menos de uma hora. A grande maioria (12.397) ainda é de carga lenta, mais comum em estacionamentos, shoppings, hotéis e postos com estrutura básica.
A concentração regional também chama atenção: quase metade da rede (49,58%) está na região Sudeste, o que evidencia a desigualdade na distribuição da infraestrutura.
A cidade de São Paulo, sozinha, responde por 11,74% de todos os eletropostos do Brasil, com 1.741 unidades — mais do que muitos estados inteiros.