O SUV do Onix já tem nome: Chevrolet Sonic. Esse novo modelo chega ao mercado brasileiro no primeiro semestre de 2026, com o objetivo de brigar pela clientela de Fiat Pulse, Renault Kardian e Volkswagen Tera.
Mas esse nome não é novo e nem original. E nem estou falando só do ouriço azul dos jogos eletrônicos, criado pela Sega nos anos 1990. Mas de um hatch e um sedã compactos que tiveram uma passagem breve pelo mercado brasileiro.
O ano de 2012 foi marcante para a Chevrolet no Brasil. Ao mesmo tempo em que tirava de linha os modelos da era Opel - Corsa, Meriva, Zafira e cia -, a marca dava início a uma renovação da gama que daria origem aos populares Onix, Cobalt e Spin.
E dentro dessa gama renovada, o Chevrolet Sonic chegava em maio de 2012 - nas versões LT e LTZ - para ser o compacto refinado da marca da gravata dourada.
Com um desenho arrojado, obra do braço sul-coreano da General Motors, era baseado na atualíssima plataforma Gamma II e equipado com o motor 1.6 16V - de 120 cv de potência - da família Ecotec. Muito mais atual que os Família I usados nos outros compactos brasileiros da marca. Além disso, tinha a opção do câmbio automático de seis marchas.
O objetivo do Sonic era claro: ser uma opção da Chevrolet para brigar na faixa de preço abaixo dos Cruze e Cruze Sport6, competindo diretamente contra modelos como o Ford New Fiesta e a dupla Honda City e Fit.
Mas mesmo com o design arrojado e a mecânica até mais refinada que a dos outros compactos da Chevrolet, o Sonic nunca chegou a emplacar bem no Brasil e saiu de cena já em 2014.
E uma das explicações para essa passagem relâmpago do Sonic nas lojas está justamente na concorrência interna.
Embora fosse mais caro, o hatch Sonic tinha praticamente as mesmas dimensões internas do Onix, além de um porta-malas menor. Já o sedã, brigava de frente com o Cobalt. Bem maior, mais espaçoso... e barato.
A comparação ficava ainda mais difícil para o Sonic se considerarmos que tanto o Onix quanto o Cobalt também eram baseados na plataforma Gamma II e, tirando o motor mais antigo, ofereciam características de rodagem bem parecidas. Além de um nível de equipamentos e acabamento também muito próximos.
Para atrapalhar, ainda havia o fator legislação: na época, estava em vigor uma cota que limitava o volume de carros mexicanos que as marcas poderiam trazer sem pagar imposto de importação. Logo, a oferta do Sonix também era limitada.
Somando tudo isso, o resultado é que o melhor ano do Chevrolet Sonic no Brasil foi 2013, quando foram emplacadas 5.707 unidades do sedã e 7.487 unidades do hatch.
Números bem tímidos para o mercado brasileiro da época. Só para comparar, o Onix teve 122.332 licenciamentos no período. Já o Cobalt, fechou o ano com 59.685 unidades registradas.
É uma boa opção para quem curte os compactos da Chevrolet, mas quer algo com um visual mais exótico. Mas é preciso ficar atento.
Por não ter vendido tão bem no Brasil, algumas peças - principalmente de acabamento ou lataria - podem ser caras e mais difíceis de achar.
E apesar de não ser um carro absurdamente caro de manter, o Sonic também tem um custo de manutenção superior ao da média dos compactos nacional da Chevrolet.