Como a Chevrolet Spin resiste ao avanço dos SUVS?

Minivan da GM segue solitária em um mercado cada vez mais dominado pelos utilitários esportivos e com menos variedade

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Lucas Cardoso
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O segmento das minivans foi um dos que mais perdeu espaço no mercado automotivo brasileiro nos últimos anos. Depois das peruas, a lista de monovolumes pode ser considerada uma das que definhou, mas se mantem ainda presente com uma lista restrita de opções. O último a resistir nesse segmento entre as marcas de volume é a Chevrolet Spin.

Lançada em 2012 e perto de completar sua primeira década de trajetória, já que foi apresentada ao mercado em junho, o modelo com opções de cinco e sete lugares segue firme no segmento decadente. Mas a história não foi sempre assim. No começo dos anos 2000, o mercado brasileiro passava por uma febre das minivans ou monovolumes e também das peruas.

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Havia representantes de quase todas as marcas, algumas, inclusive, com até dois deles. A Chevrolet, por exemplo, antes da Spin teve Meriva e Zafira. Contemporâneos, havia o Mercedes-Benz Classe A, Citroën Xsara Picasso e Renault Scénic. Além de modelos importados, como a Kia Carnival, que ainda é vendida por um valor (R$ 519 mil) que torna ela uma raridade nas ruas.

Chevrolet Spin atualmente têm três das seis versões oferecidas atualmente com sete lugares
Crédito: Divulgação
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Em seu melhor momento, o segmento das minivans chegou a emplacar 90 mil unidades em 2009 — resultado mais positivo da história. Depois disso, o número se manteve alto por mais alguns anos até que a expansão dos SUVs provocou a derrocada. A Spin chegou nesse intervalo e assistiu cair um a um de seus rivais diretos. Mas porque ela segue presente no mercado atual?

Por que a Chevrolet Spin resiste?

Para o gerente de Desenvolvimento de Negócios da Jato do Brasil, Milad Kalume Neto, mesmo tendo um projeto antigo, quando comparado aos modelos atuais, a Spin está posicionada em uma faixa de preço em que não há concorrentes compatíveis às suas dimensões.

"A Spin ocupa bem um miolo entre os segmentos de entrada e o dos SUVs compactos e médios com valores a partir dos R$ 120 mil. Então, hoje, ela atende bem essa necessidade. A gente verifica muito táxi usando o veículo, que tem uma manutenção relativamente barata. É um carro que atende bem ao público que se propõe a atingir. Um público familiar ou que necessita de espaço interno grande", comentou.

A Spin tem porta-malas com capacidade para até 710 litros na versão de cinco lugares
Crédito: Divulgação
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Segundo o especialista de mercado, a Spin é um modelo versátil e que incorpora toda a proposta do segmento MVP (Multi Purpose Vehicle). "Você tem um carro com uma capacidade de volume maior, seja para levar passageiros ou carga, então acho que Spin ainda ocupa esse espaço e deve seguir por algum tempo", avaliou.

Outro ponto mencionado por Kalume é sobre a questão da manutenção do modelo. "Por ter já um longo período de vendas, a Spin tem uma manutenção com peças fáceis de encontrar no mercado, muitas vezes compartilhadas com outros modelos e com preço mais em conta. Então isso é um diferencial", disse.

Culpa dos SUVs

Kalume acredita que a migração do público para o segmento dos SUVs foi decisiva para que as marcas deixassem as minivans de lado.

"Existe um desgaste desse público. Aquele perfil família, perfil mãe, que tinha uma perua e que migrou para Xsara e Scenic nos anos 2010, hoje migrou para um SUV. O SUV consegue atender a todos os públicos. Nele você consegue ter um carro urbano e que seja agradável na estrada, além de poder usar ele no campo. Não é um off-road, mas entrega uma boa altura em relação ao solo. Então você tem a ampliação dessa utilização", explicou.

"Há uma sinergia direta entre a ascensão dos SUVs com a queda das peruas, mas não só das peruas. Os outros segmentos como hatches e sedãs também foram impactados pela expansão desse perfil de modelo", pontuou.

Para o especialista, parte desse interesse e excesso de alternativas no segmento dos SUVs associado ao fim de outros que vemos atualmente é responsabilidade, em partes, das próprias marcas.

"Se a moda no mundo, o desenvolvimento, os designers fossem focados em outro segmento, não teríamos tanto sucesso dos SUVs, mas todas as marcas, das de volume às de luxo, estão desenvolvendo modelos nesse perfil. Você vê, por exemplo, a Ford abandonando o mercado brasileiro e assumindo apenas o papel de importadora de picapes e SUVs", lembrou.

Seis opções da Spin

A Spin, cuja linha 2023 foi lançada em abril, atualmente é vendida em seis versões (LS, LT, LTZ, Premier, Activ e Activ7), sendo três delas com sete lugares. Os preços da minivan variam de R$ 101.290 e podem chegar até R$ 124.900 na versão Activ 7. Todas as variantes utilizam o motor 1.8 SPE/4 ECO que rende 111 cv de potência de máxima e torque de até 17,7 kgf.m.

Modelo é vendido em versões com cinco e sete lugares, motor 1.8 SPE/4 ECO de quatro cilindros
Crédito: Divulgação
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De série, a Spin tem airbag duplo, farol de neblina, regulagem de altura dos faróis, direção elétrica, controles de estabilidade e tração e rodas de aço aro 15. A versão LT custa R$ 108 mil e inclui equipamentos interessantes como a central multimídia MyLink, mais dois assentos e rodas de liga leve.

No início deste ano, a Spin recebeu o prêmio de Carro PcD do Ano de 2021. Promovida pela Revista Nacional de Reabilitação - Reação, a premiação foi dada com base em pesquisa que recebeu mais de 1,2 mil votos. Entre os critérios adotados para se chegar ao vencedor estão funcionalidade, desempenho, espaço interno, acessibilidade à cabine, atendimento na concessionária, porta-malas e design

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