A Peugeot está certa de como será o futuro de seus carros. O conceito elétrico Inception, apresentado durante a Consumer Eletric Show (CES), em Las Vegas, em janeiro, é o resumo de tudo que a montadora francesa espera para o mercado nos próximos anos. Mas a inspiração vem de um movimento feito no passado.

Mais precisamente em 1988, quando a marca apresentou durante o Salão de Paris daquele ano o Oxia. Era um carro-conceito com linhas bastante futuristas e que trazia elementos inovadores para a época, como painel digital, células capazes de absorver a luz solar e sistema de navegação. O motor era um V6 com 680 cv.
O conceito também tinha partida por botão e um seletor giratório para comandar funções do computador de bordo. Coisas estranhas na época, mas - adivinhe? - comuns se pensarmos nos dias atuais. E essa é a expectativa da Peugeot ao revelar o Inception.
O olhar para os próximos anos está em tudo no conceito. Desde a mecânica elétrica, que rende os mesmos 680 cv do Oxia, mas sem emitir nenhuma fumaça, ao sistema de baterias com carregamento por indução.
Equipado com esse conjunto, o Inception pode acelerar de zero aos 100 km/h em menos de 3 segundos e alcançar os 800 quilômetros de autonomia com apenas uma carga completa. O tempo de recarga não foi revelado pela Peugeot, mas certamente o modelo terá carregamento ultrarrápido. A marca fala em 150 quilômetros com apenas 15 minutos.
Mas só isso seria pouco. O Inception também tem bancos que se moldam automaticamente ao porte físico dos seus ocupantes e uma extensa área envidraçada na cabine. A valorização da iluminação externa é um dos costumes antigos da Peugeot, que sempre ofereceu modelos com tetos panorâmicos - e isso foi ampliado no conceito.
Nele, quase tudo da linha de cintura do carro para cima tem vidro inteligente, capaz de filtrar a luz solar e reduzir o calor. O material só não está onde seu uso seria praticamente impossível, como nas colunas e partes estruturais. De resto, tudo é vidro. O próprio para-brisa é alongado e avança sobre o capô, gerando uma sensação ainda maior na cabine do veículo.
O volante do conceito tem display central e formato retangular, mas com pequenos círculos para garantir a melhor pegada por parte do motorista. Logo acima, no lugar de um painel convencional, há outra tela, mas dessa vez circular, onde são mostrados os parâmetros do carro.
No visual, é esperado de um conceito o rompimento de alguns padrões, e o Inception faz isso. O modelo tem linhas duras e muitos vincos. Na dianteira, os faróis com LEDs representam a marca das garras do leão e se conectam por pequenos filamentos, que também iluminam a logo da marca.
As laterais parecem ter três divisões bem claras. Um friso em preto divide e demarca a ondulação da carroceria da traseira até a dianteira. As portas não têm maçanetas visíveis e a abertura das portas traseiras é do tipo suicida. Já as rodas têm desenho confuso, com quase toda a superfície coberta.
A traseira repete as linhas com ângulos retos e visualmente pontudos. As lanternas com LEDs também exploram as três linhas da dianteira, como se fossem arranhões feitos por garras. Ao centro, o nome "Peugeot" aparece iluminado. A assinatura também está na base das colunas "C".
O design futurista certamente será inspiração para novos modelos da marca, especialmente no visual externo. A parte mecânica, mais pé no chão, indica o objetivo de alçar voos (distâncias) mais longas com apenas uma carga.
Vale dizer que, diferente do Oxia, que veio ao Brasil em 1988 apenas para ser filmado em uma campanha publicitária, esse futuro projetado pela Peugeot com o Inception tem tudo para se tornar realidade nas ruas daqui.



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