A Jeep surpreendeu ao levar o novo Jeep Cherokee para o Salão do Automóvel de São Paulo 2025, mesmo com o modelo fora do portfólio brasileiro atualmente.
A versão exposta ao público é a configuração Overland, apresentada há pouco tempo no mercado norte-americano. Lá o SUV ganhou nova geração, posicionamento renovado e motorização eletrificada.
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E é justamente aí que mora a dúvida: o público brasileiro abraça híbridos cada vez mais, mas não tem mais o Cherokee na prateleira há anos. Por isso, a presença no espaço da Jeep vira mais do que uma vitrine nostálgica — pode ser um termômetro estratégico e um recado indireto da marca de que o SUV poderá voltar ao país em um momento oportuno.
A fabricante, no entanto, não confirmou oficialmente o lançamento do novo Cherokee para o Brasil. Mas, com algumas pistas, é possível ao menos deduzir o provável retorno.
Ainda que a Jeep não crave oficialmente a chegada do novo Cherokee ao Brasil, sua exibição no Salão pode ser lida como um teste de interesse, uma pista de posicionamento e também como um lembrete de que a marca tem portfólio global pronto para diferentes estratégias de eletrificação.
O próprio discurso institucional da marca reforça essa amplitude, dando margem para interpretações positivas sem afirmar um anúncio. Confira abaixo o que disse o vice-presidente da Jeep para a América do Sul, Hugo Domingues:
“A Jeep está preparada para todo nível de eletrificação, sem abrir mão do DNA de capacidade e aventura. O Cherokee é um bom exemplo disso, por ser um modelo híbrido autocarregável, que dispensa carregamento externo. Temos à disposição um conjunto amplo de opções e isso nos posiciona de forma estratégica.”
A fala é poderosa porque não confirma lançamento, mas também não nega a possibilidade. E deixa clara a preparação tecnológica da Jeep e posiciona o Cherokee como exemplo vivo de candidato a essa nova era da eletrificação vivida no mercado brasileiro.
E é exatamente por isso que o Cherokee pode, sim, ser uma boa estratégia para voltar ao Brasil no momento certo: não briga com os demais SUVs da marca vendidos aqui, mas agrega eficiência híbrida de verdade, tem apelo histórico gigantesco e ainda conversa com a tendência crescente por SUVs híbridos fortes, duráveis e utilizáveis sem depender de carregador doméstico.
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No compasso do mercado atual, o modelo seria muito mais do que um retorno com apelo emocional — seria um complemento coerente dentro da gama e um movimento inteligente para capturar um público que hoje olha para híbridos como solução prática entre potência e consumo.
Além disso, vale lembrar que, durante os dias de imprensa do Salão do Automóvel, a Stellantis, grupo do qual a Jeep faz parte, antecipou que em 2026 terá 16 novos modelos e atualizações, incluindo seis veículos equipados com a tecnologia Bio-Hybrid.
A nova geração do Cherokee cresceu em todas as direções: está mais comprido, mais alto e mais largo que o antecessor. O desenho também mudou bastante. As linhas estão mais definidas, com superfícies musculosas e um visual robusto que conversa com 50 anos de história do nome Cherokee, mas sem se prender ao passado.
A versão Overland, historicamente associada à sofisticação nas trilhas e ao acabamento premium, reforça essa leitura no Salão: não é um off-road cru; é um off-road com classe.
Mas a maior novidade é a que está escondida embaixo do capô. O novo Cherokee exposto no Salão tem motor híbrido 1.6 turbo de quatro cilindros. É um conjunto autocarregável que não exige plug-in nem carregador externo, um ponto especialmente interessante para um mercado como o brasileiro, que ainda lida com desafios de infraestrutura para veículos 100% dependentes de recarga.
O conjunto entrega 212 cv de potência e 31,8 kgfm de torque, combinando força para o dia a dia com fôlego para aventuras de longo curso. A autonomia declarada ultrapassa 800 quilômetros com um único tanque, enquanto o consumo estimado é de 15,7 km/l.