Entre 1987 e 1996, as filiais da Ford e da Volkswagen no Brasil e na Argentina formaram a joint venture Autolatina, que resultou no compartilhamento de tecnologias e na criação de diversos projetos conjuntos de automóveis, entre eles o curioso Logus.
Desenvolvido no Brasil e lançado em fevereiro de 1993, o Logus foi um dos últimos projetos conjuntos da sociedade. O sedã médio chegou ao mercado para substituir o Apollo no posto logo abaixo do Santana, o maior e mais caro dos Volkswagen brasileiros na época.
Diferentemente do antecessor, que adotava a mesma carroceria do Ford Verona, o Logus seguia uma abordagem um pouco diferente: seguia com a carroceria de apenas duas portas, mas com linhas exclusivas e bem atuais para a época. Isso embora ainda fosse baseada na plataforma da dupla Escort/Verona.
Seria quase como se, nos dias atuais, o Volkswagen Golf fosse feito sobre a mesma base do Ford Focus. Aliás, além da plataforma, o Logus era produzido na mesma unidade industrial que a dupla Escort/Verona: a finada fábrica de Taboão, em São Bernardo do Campo (SP).
A linha Logus era composta inicialmente pelas versões CL 1.6, CL 1.8, GL 1.8 e GLS 1.8. O motor 1.6 que equipava a versão básica CL era o AE-1600, nome adotado na época da Autolatina para o antigo propulsor CHT, da Ford.
Já o restante da linha usava o Volkswagen 1.8 AP com carburador eletrônico, posteriormente substituído pela injeção eletrônica. A topo de linha GLS tinha como destaque a lista de equipamentos bem completa para a época, com itens então raros como vidros elétricos, toca-fitas com equalizador, alarme e ar-condicionado.
O motor 2.0 de 113 cv veio apenas em 1994, restrito à versão de topo GLS e também para a série especial Wolfsburg Edition, que se destacava pelo apelo visual mais esportivo.
A Autolatina se desfez em janeiro de 1996. Mas a produção do Logus se encerrou apenas em dezembro do mesmo ano, com um total de 125.332 unidades produzidas. O último dos Ford da Volkswagen saiu de cena sem deixar sucessor.
Apesar dos bons números de produção, hoje encontrar um Logus em estado impecável não é uma tarefa muito fácil.
Mas a própria Volkswagen tem na Garagem VW, o acervo de carros históricos da marca que já tivemos a oportunidade de conhecer, uma unidade de 1995 do modelo, na versão GL 1.8, que é o carro que ilustra essa reportagem.
Mesmo sem o mesmo apelo visual das versões mais caras, o Logus GL guardado pela fábrica é um exemplar com opcionais (vidros e travas elétricas e iluminação interna com temporizador) e que tem uma história muito interessante: com apenas 3 mil quilômetros, passou a vida como carro de testes da engenharia da Volks.
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