O Salão do Automóvel 2025, que terminou neste domingo (30/11) em São Paulo (SP), marcou de fato a retomada de um dos principais eventos do setor automotivo na América Latina. Vale lembrar que ele voltou a acontecer após um hiato de sete anos, já que o último havia sido em 2018, no São Paulo Expo.
Realizado desta vez (e de volta) no Distrito Anhembi, na zona norte da cidade, a feira reuniu milhares de visitantes, profissionais da indústria e entusiastas, com foco em experiências e interações, test-drives, exposição de tecnologias e a chance de poder estar perto de clássicos do passado e ainda de superesportivos.
Salão do Automóvel 2025, realizado em São Paulo, reuniu milhares de visitantes durante nove dias
Mais do que uma vitrine de lançamentos, o salão se consolidou como espaço de relacionamento e de ativação de marca, com estrutura adequada e diversos tipos de programação voltada à interação com o público.
Também vale dizer que a organização apostou em conforto, diversidade de atrações e ambientação moderna, o que sinalizou um novo momento para o evento. Mas há coisas que podem melhorar.
A seguir, decidimos destacar os principais pontos positivos da edição desse ano, mas também alguns aspectos que podem ser aprimorados para a próxima edição, já confirmada para 2027:
O que funcionou bem
Espaço adequado: o Distrito Anhembi comportou com certa folga o fluxo de visitantes, com boa circulação entre os pavilhões e áreas externas, durante todos os dias, incluindo aos finais de semana.
Boa oferta de test-drives e experiências: a maioria das marcas que esteve no evento apostou em ativações interativas, como simuladores, carros abertos e grandes áreas de convivência.
Pavilhão bem refrigerado: reclamação de anos anteriores, desta vez o sistema de climatização funcionou de forma eficiente, mesmo nos dias de maior público, o que garantiu conforto térmico.
Praça de alimentação ampla e funcional: a oferta gastronômica foi variada e suficiente para atender à demanda, com filas organizadas e vários espaços para descanso. A praça de alimentação também suportou bem o público do evento.
Estandes bem montados: a cenografia dos estandes valorizou os produtos e proporcionou boa experiência visual, com destaque para marcas que investiram em design e tecnologia. Muitas delas, aliás, trouxeram novidades importantes, sobre as quais falaremos em outra reportagem.
Até modelos esportivos e icônicos ganharam algum tipo de eletrificação: este é o novo Honda Prelude
Crédito: Webmotors
O que pode melhorar
Queda de energia na avant-première: pouca gente soube, mas houve instabilidade elétrica no primeiro dia de público (sexta-feira, dia 21/11), que afetou parte das ativações, embora antes da entrada do público - que naquela noite aconteceu às 19h. O problema foi resolvido rapidamente pelo Distrito Anhembi, mas expôs de certa forma necessidade de reforço na infraestrutura crítica.
Trânsito no entorno: o acesso ao evento foi prejudicado por congestionamentos, especialmente nos dias de maior movimento. Parte da dificuldade se deve à montagem da estrutura para a Fórmula E, que vai acontecer na mesma região neste próximo final de semana.
Ausência de marcas tradicionais: a não participação de marcas gigantes como Volkswagen, Ford, Audi, General Motors, BMW e Porsche, entre outras, foi sentida pelo público e reduziu o peso institucional do evento. A organização terá o desafio de reconquistar essas marcas para 2027.
Confira todas ofertas relacionadas no Portal Webmotors
Apesar dos ajustes apontados, o Salão do Automóvel 2025 cumpriu seu papel como catalisador de tendências e espaço de engajamento entre indústria e consumidor.
A aposta em experiências e infraestrutura adequada mostrou que o evento pode evoluir para além da exposição de produtos, e pode se tonar uma plataforma de relacionamento e inovação.
Para 2027, o desafio será ampliar a representatividade das marcas e manter o padrão elevado de conforto e interatividade. A retomada do evento, em nossa opinião, é um sinal positivo para o setor, que busca reconectar-se com o público e consolidar sua presença em um mercado cada vez mais competitivo e digital.