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Os aportes - que juntos somam mais de R$ 100 bi - envolvem modernização de fábricas, promessa de desenvolvimento de veículos eletrificados e nacionalização de componentes. O movimento reforça a importância do nosso país como mercado estratégico para a transição energética e sua produção em larga escala.
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Os maiores investimentos dos últimos anos
1. Stellantis
A Stellantis, nome do grupo que une marcas como Fiat, Jeep, Ram, Leapmotor, Peugeot e Citroën, confirmou em maio de 2024 o maior ciclo de investimentos da história da indústria automotiva no Brasil e na América do Sul.No total, R$ 32 bilhões começaram a ser investidos este ano (vai até 2030). A grana é destinada ao programa BioHybrid, que combina biocombustíveis e eletrificação.
Parte desse valor, cerca de R$ 13 bilhões, será aplicada na fábrica de Goiana (PE), que receberá novos modelos elétricos e híbridos. O plano prevê o lançamento de 16 veículos, seis deles híbridos.
2. Toyota
Em março de 2024 a Toyota anunciou R$ 11,5 bilhões de investimentos no Brasil até 2030 para ampliar ainda mais sua presença no país.O aporte tem sido concentrado na unidade de Sorocaba (SP), onde a marca prometeu construir uma segunda fábrica para a produção de veículos híbridos-flex.
A expectativa da empresa era gerar 2 mil empregos diretos e 10 mil indiretos. Entre os projetos estão o recém-lançado SUV Yaris Cross e a chegada dos primeiros modelos elétricos da marca em 2026.
3. Volkswagen
A Volkswagen confirmou em fevereiro de 2024 um ciclo de investimentos de R$ 16 bilhões no Brasil até 2028, dentro de um pacote de R$ 20 bilhões preparado para a América do Sul.O plano inclui 17 lançamentos de veículos, entre eles versões híbridas-flex para T-Cross e Nivus, além de uma picape que será sucessora da Saveiro - e aqui nós falamos do projeto chamado Tarok.
Vale comentar que a montadora também captou R$ 2,3 bilhões junto ao BNDES para financiar projetos de eletrificação e conectividade.
4. General Motors
Em janeiro do ano passado a GM anunciou um ciclo de investimentos de R$ 7 bilhões no Brasil - para entre 2024 e 2028, voltado à modernização de fábricas e desenvolvimento de 10 modelos eletrificados. Dentre eles está o Sonic, um novo SUV subcompacto feito com a plataforma do Onix.Também vale destacar que, deste aporte, R$ 400 milhões foram dedicados à planta de Horizonte (CE) que pertencia à Troller, onde a empresa norte-americana fez parceria com a Comexport para produzir seus carros elétricos, como o já confirmado Spark e, possivelmente, a nova geração do Captiva.
A empresa agora prepara um aporte adicional de até R$ 4 bilhões para financiar oito lançamentos. A estratégia inclui a estreia de híbridos-flex e a expansão da linha Chevrolet com foco em eletrificação e sustentabilidade.
5. Honda
A Honda anunciou em abril de 2024 um investimento de R$ 4,2 bilhões em sua divisão automotiva para até 2030.O aporte seria focado no desenvolvimento e produção local de tecnologia híbrida-flex, no lançamento do novo WR-V e no aumento da produção e geração de empregos.
Líder entre as motocicletas, achamos válido destacar que a empresa também prometeu investir R$ 1,6 bilhão em suas operações de motocicletas até 2029.
6. Renault
A Renault, em parceria com a Geely, anunciou há algumas semanas um novo ciclo de investimentos de R$ 3,8 bilhões no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR), para consolidar a nova joint-venture e ampliar sua produção local.O plano prevê a fabricação de duas plataformas eletrificadas e o lançamento de quatro modelos inéditos entre 2026 e 2027 - são dois Renault e dois Geely, incluindo um Kwid totalmente novo.
A estratégia mira ganho de escala industrial, aceleração da eletrificação e avanço no ranking de vendas, com meta pública de colocar a inédita "Renault Geely do Brasil" entre as líderes.
O aporte contempla modernização de linhas, nacionalização de conteúdo e ainda a preparação da engenharia para suportar a nova gama, com foco em eficiência e competitividade regional.
7. Hyundai
A Hyundai anunciou em fevereiro de 2024 um investimento de R$ 5,4 bilhões no Brasil até 2032, com foco em tecnologias para veículos híbridos, elétricos e até produtos a hidrogênio. O aporte se alinha ao programa Mover e visa o desenvolvimento de novas tecnologias e expansão da engenharia local.Com isso, podemos esperar por novas gerações do HB20 (já em fase de testes, conforme o flagra feito pela reportagem do WM1 no último final de semana), Creta e até por modelos eletrificados fabricados no Brasil.
8. Nissan
A Nissan anunciou no final de 2023 investimento de até R$ 2,8 bilhões no Brasil para modernização da fábrica de Resende (RJ), produção de novos veículos e um motor turbo.O investimento, segundo a empresa, aconteceu para fortalecer a presença da marca no país. Um dos frutos já nasceu: a nova geração do Kicks. O segundo será o Kait, subcompacto, que deverá aparecer ainda neste final de 2025 para substituir o Kicks Play.
9. Caoa Chery
A Caoa Chery anunciou em agosto de 2023 investimento de R$ 3 bilhões para os cinco anos seguintes (até 2028), com o objetivo de expandir a fábrica de Anápolis (GO), modernizar a linha de produção e lançar novos modelos.O aporte também inclui a expansão do centro de distribuição de peças e a produção de veículos da marca Changan - recentemente apresentada no Salão do Automóvel.
O plano da empresa prevê um aumento da capacidade produtiva para até 160 mil veículos por ano e a criação de 800 novos empregos diretos.
10. BMW
A marca bávara anunciou no final de 2024 um investimento de R$ 1,1 bilhão no Brasil, para entre 2025 e 2028, focado na modernização da fábrica em Araquari (SC), desenvolvimento de novas tecnologias e produção do primeiro SUV híbrido plug-in nacional, o BMW X5.
Segundo a empresa, o investimento também visa fortalecer o departamento de engenharia local, que já contribui com o desenvolvimento de tecnologias globais para a marca.
11. BYD
A BYD também investiu no Brasil: um aporte de R$ 5,5 bilhões foi feito em março de 2024 no complexo industrial de Camaçari (Bahia), que já iniciou a produção de carros elétricos e híbridos.
A empresa também prometeu construir prédios residenciais para seus funcionários e quer fortalecer a cadeia de suprimentos local. A principal ideia é fazer um motor híbrido flex.
Segundo a fabricante, os modelos Dolphin Mini, Song Pro e King já estão sendo feitos em larga escala na planta baiana.
12. GMW
A GWM investiu R$ 4 bilhões no Brasil de 2021 a 2026 e prometeu mais R$ 6 bilhões (totalizando R$ 10 bi) até 2032.
Esse valor inclui a inauguração da fábrica de Iracemápolis (SP) - que antes era da Mercedes-Benz - e a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para motores híbridos-flex, além de planos para uma segunda unidade produtiva no futuro.
Os produtos nacionais já começaram a sair da fábrica do interior paulista: o novo Haval H6, a picape Poer P30 e o SUV Haval H9, que tem sete lugares.
Impacto econômico
Todos estes investimentos anunciados têm impacto direto na geração de empregos e na economia regional e nacional.A ampliação de fábricas e centros de pesquisa cria várias oportunidades em áreas como engenharia, logística e tecnologia. O setor automotivo, tradicionalmente relevante ao PIB brasileiro, dessa forma, reforça sua importância ao atrair capital estrangeiro e estimular a cadeia produtiva nacional.
Com aportes que somam mais de R$ 100 bilhões, o Brasil prova ser mercado-chave para a transição energética. As marcas enxergam nosso país como laboratório para soluções que podem combinar eletrificação e biocombustíveis, modelo de tecnologia que, no futuro, pode ser exportado para outros mercados emergentes.
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