WM1 flagrou um distinto Nissan X-Trail que passeava tranquilamente em plena noite paulistana. Trata-se do SUV médio da marca japonesa, que já foi vendido por aqui nos anos 1990 e 2000, mas cuja volta parece uma eterna novela.
A julgar pela placa do Rio de Janeiro, o modelo em questão - clicado pelo nosso colega Marcelo Monegato - provavelmente pertence à frota do fabricante (a sede da marca fica na capital fluminense). Ou seja, não é um carro para testes da montadora. Então, fica a pergunta: quando o X-Trail virá para o país?
O utilitário esportivo seria a arma da Nissan para brigar no segmento hoje dominado pelo Jeep Compass, mas também disputado por VW Tiguan, Chevrolet Equinox, Kia Sportage, entre outros. O modelo até apareceu no Salão de São Paulo 2018, em versão híbrida.
O argumento é o de sempre: o carro foi mostrado para testar a receptividade do público. Curiosamente, a Nissan tem a imagem associada a SUVs. Em um passado não tão distante, produziu no Paraná o Xterra - jipe derivado da antiga Frontier - e importou Pahfinder, Murano e o próprio X-Trail em gerações anteriores.
Justamente no momento em que as marcas caminhavam para os utilitários, a Nissan - que é líder mundial em SUVs na Europa e nos EUA - perdeu o bonde no Brasil. Hoje, por aqui, só tem o Kicks feito em Resende (RJ) como representante.
O portfólio daqui é completado pelos veteranos Versa e March - a nova geração do sedã compacto chega este ano -, o médio Sentra em tom de despedida, além da picape média Frontier. No mais, modelos de nicho, como o elétrico Leaf e o esportivo GT-R.
Durante um evento em São Paulo, no início de 2019, o presidente da Nissan no Mercosul, Marco Silva, confirmou estudos para trazer o X-Trail - porém, dificilmente na versão híbrida mostrada. E executivos da marca já haviam ventilado a importação de outros SUVs, como Juke e Qashqai, durante o Salão de Frankfurt 2015.
O problema é chegar a um preço competitivo para estes modelos. Todos são feitos fora do Mercosul e do México. O X-Trail é um exemplo: produzido nos Estados Unidos, com o dólar a quase R$ 5 e taxas de importação, dificilmente seria vendido aqui por menos de R$ 180 mil, mesmo na versão puramente a combustão.
Oficialmente, a Nissan diz que faz estudos para trazer outros carros e SUVs. A marca, porém, já deixou claro que seu foco é em eletrificação. E um caminho é investir na eletrificação do seu SUV, o Kicks, que vai receber a tecnologia e-Power até 2022 e se tornar o primeiro híbrido da marca no país.