Avaliação: Range Rover Sport Supercharged é mais Jaguar do que Land Rover

Com V8 de 510 cv, modelo figura entre os SUVs mais rápidos do mundo


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Rodrigo Ribeiro
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– Quando era mais novo, a primeira coisa que fazia ao ler sobre um novo esportivo era buscar as especificações técnicas e números de desempenho. Afinal, muitos cavalos sob o capô e acelerações estonteantes sempre foram ótimos ganchos para começar uma conversa. Então, nada como começar uma matéria falando dos 510 cv de potência e do 0 a 100 km/h em 6,2 s deste carro. Mas a história fica ainda melhor quando adicionado o peso do brinquedo: singelos 2.810 kg.

O esportivo ou gigante, como preferir em questão é o Land Rover Range Rover Sport. Mas não é aquele já avaliado pelo WebMotors. Se o modelo a diesel priorizava o consumo, a versão 5,0L Supercharged busca apenas uma coisa: desempenho, a qualquer custo.

Natal com o seu Orlando
Por “qualquer custo”, entenda que não estou falando apenas dos R$ 372 mil cobrados pela Land Rover para o modelo – que, por sinal, é o terceiro mais caro da fabricante, só perdendo para o topo de linha Vogue. Como um bom esportivo, este Range Rover tem fome de asfalto e sede de gasolina. Com consumo médio de 5,2 km/l aferido pelo WebMotors, as visitas ao posto de combustível do seu Orlando, na Zona Norte de São Paulo, eram constantes – foram quatro em uma semana.

Rodando por ruas e estradas neste período, o Range Rover consumiu cerca de R$ 500 em gasolina. Apesar do carro ter rodado quase 1.000 km devido aos testes, não dá para ignorar a sede voraz do modelo. Não é algo que o proprietário desse modelo irá se preocupar, mas é bom se preparar para o convite do seu Orlando para a ceia de Natal. Andando rápido com o Range Rover, o proprietário irá financiar muitos presentes para os três filhos do dono do posto.

Sensatez britânica
Este detalhe está longe de ser um problema para Land Rover e, principalmente, para seus concessionários. Durante a avaliação, o WebMotors questionou a algumas revendas se os proprietários do modelo reclamavam do consumo. “Nunca aconteceu. Quem quer autonomia compra o diesel”, afirmou um dos vendedores, com lógica britânica misturada ao marketing brasileiro.

O fato de ninguém se preocupar com esse consumo é explicado na primeira volta com o Range Rover Supercharged. Com torque suficiente para mover a Inglaterra até a Índia, esse SUV está mais para Jaguar XFdo que para Defender. Aliás, o cupê britânico usa o mesmo motor do Land Rover, mas é somente 1,4 s mais rápido. Nada mal para um utilitário com 4,78 m de comprimento e 1,78 m de altura. A carroceria elevada, aliás, é o que limita a velocidade máxima do Range Rover a 225 km/h.

Mas isso não é um demérito. Antes de ser podado pelo controlador eletrônico, o motorista tem uma boa dose de diversão ao volante. A começar pelo próprio, com boa pegada e borboletas para trocas seqüenciais do câmbio de seis marchas. As respostas rápidas impressionam no primeiro contato, ainda mais porque a suspensão dá sinais de quem não irá sustentar a inércia de tanto peso fazendo curvas a 120 km/h. Mas, após inclinar um pouco pouco mesmo, similar a um sedã médio, o Range Rover contorna curvas com disposição de fazer inveja a utilitários ditos esportivos.

Mordida de leão
O fôlego impressionante do Supercharged na hora de acelerar é ainda maior na hora de parar. Desenvolvido pela Brembo, o sistema de freios estanca o Range Rover mais rápido do que muito modelo compacto sem ABS. Neste carro as enormes e vulneráveis rodas de 20 polegadas são necessárias, pois só elas comportam os generosos discos de freio de 15 polegadas na dianteira e 14,4 na traseira, ambas mordidas pelas pinças com força de leão – ou de jaguar.

Com tanto para se falar do que o motorista do Range Rover vai aproveitar, quase dá para esquecer dos passageiros. Mas eles não foram deixados de lado, e serão tão bem tratados quanto o preço deste Land Rover sugere. Regulagens elétricas para tudo do retrovisor ao volante, telas de LCD atrás dos encostos de cabeça dianteiros, geladeira elétrica e sistema de som harman/kardon, está tudo lá. Mais requinte que isso, só no Vogue, que custa R$ 416 mil e aposta mais no luxo e menos no desempenho.

Fama Real
Apesar de tantas virtudes, o Range Rover não é o mais “Sport” entre os utilitários. Com dinâmica mais refinada, Porsche Cayenne, BMW X5/X6 M e Mercedes-Benz ML 63 AMG se distanciariam fácil deste inglês em uma corrida imaginária. Mas o trio alemão não tem o requinte e a tradição da Land Rover e, em especial, do Range Rover. E é nisso que a fabricante aposta para vender seu modelo. E o Range Rover tem mais um “item de série”: é um dos carros usados pela Rainha da Inglaterra. Disso, nenhum alemão poderá se vangloriar.

Ficha Técnica: Land Rover Range Rover Sport Supercharged

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Motor

Oito cilindros em "V", dianteiro, longitudinal, 32 válvulas, 5.000 cm³, com compressor

Potência

510 cv gasolina a 6.500 rpm

Torque

625 Nm / 63,7 kgfm gasolina a 2.500 rpm

Câmbio

Automático, com seis marchas

Tração

Integral

Direção

Por pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

Rodas

Dianteiras e traseiras em aro 20' de liga-leve

Pneus

Dianteiros e traseiros 275/40 R20

Comprimento

4,78 m

Altura

1,78 m

Largura

2,00 m

Entre-eixos

2,74 m

Porta-malas

958 l

Peso em ordem de marcha

2.810 kg

Tanque

84 l

Suspensão

Dianteira e traseira independente, tipo duplo A.

Freios

Disco ventilado na dianteira e traseira

Preço

R$ 372 mil

Veja também nossa avaliação em vídeo do Range Rover Sport Supercharged:

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