O Tiggo 9 foi uma das atrações da Caoa Chery no Salão do Automóvel de São Paulo de 2025 e recentemente uma unidade totalmente camuflada foi flagrada com exclusividade pelo WM1 em testes na região de Campos do Jordão, interior de São Paulo – o que deixa claro que, sim, em 2026 o SUV topo de linha da marca estará entre nós para brigar com o recém-lançado BYD Atto 8, que parte de R$ 399.990.
Na Austrália, nossos amigos da Carsales tiveram a oportunidade de acelerar o modelo e nós, do WM1, publicamos para você com exclusividade para, caso esteja pensando em comprar o modelo, saiba o que vai encontrar. Por isso, não se assuste com as fotos com volante do lado direito (rs).
Então aproveite o texto e leve sempre em consideração que, por se tratar de um veículo vendido na Austrália, algumas particularidades poderão não ser iguais aos do modelo que será vendido pela Caoa Chery no Brasil. Tanto que o carro flagrado em testes por aqui é exatamente para adequar o Tiggo 9 às características do consumidor brasileiro.
O pacote inclui rodas de liga leve de 20 polegadas, faróis, lanternas e luzes diurnas (DRLs) em LED, teto solar panorâmico, porta-malas elétrico, vidros acústicos na dianteira e luzes de cortesia.
Por dentro, há uma enorme tela central de 15,6 polegadas, painel de instrumentos digital de 10,25 polegadas, carregamento de celular por indução (sem fio, Apple CarPlay/Android Auto sem fio também, comando de voz “Hello Chery”, sistema de som Sony com 14 alto-falantes (incluindo no encosto de cabeça do motorista), navegação, rádio digital, iluminação ambiente, bancos revestidos em couro com aquecimento, ventilação e função de massagem na dianteira, volante aquecido e aquecimento/ventilação para os assentos laterais da segunda fileira.
Os principais itens de segurança incluem frenagem autônoma de emergência (AEB), assistente de permanência em faixa, controle de cruzeiro adaptativo, alerta de colisão frontal e 10 airbags.
Comparado ao Tiggo 8, o Tiggo 9 traz um conjunto híbrido plug-in mais potente, combinando o mesmo motor a gasolina 1.5 turbo (140 cv/21,9 kgfm) com três motores elétricos (dois na dianteira e um na traseira). Juntos, entregam 422 cv e 59,1 kgfm.
O sistema utiliza uma bateria de íons de lítio de 34 kWh, com autonomia elétrica declarada de 170 km (ciclo NEDC) e alcance total de até 1.250 km, podendo ser carregado via AC (até 6,6 kW) e DC (até 71 kW).
O consumo declarado é impressionante: apenas 1,4 litro/100 km.
No mercado australiano, a Chery oferece 7 anos de garantia sem limite de quilometragem, 8 anos para a bateria e 7 anos de revisões com preço fixo.
Veja também
Ao entrar no Tiggo 9 2026, a primeira impressão é de um carro premium.
Para um SUV familiar nessa faixa de preço, o nível de luxo surpreende. O interior traz detalhes sofisticados como ajuste elétrico de alcance e inclinação do volante, bancos com massagem e teto solar panorâmico que elevam a experiência.
A pintura opcional Mercurial Grey fosca também reforça o visual refinado.
Apesar de medir 4,40 metros de comprimento e 1,93 metro de largura, com entre-eixos de 2,75 metros, o Tiggo 9 disfarça bem o tamanho. Ao volante, parece menor e mais fácil de conduzir.
Por outro lado, essa sensação compacta se reflete na segunda metade da cabine, mas falaremos disso mais adiante.
Na configuração para cinco lugares, o Tiggo 9 é bem mais atraente, com espaço generoso nas duas primeiras fileiras e bancos revestidos em couro que reforçam a sensação de conforto.
Outro detalhe interessante é o sistema de partida: não há botão tradicional. O carro liga automaticamente quando você se senta no banco do motorista e desliga ao sair e trancar (ou se afastar com a chave).
Na estrada, o SUV cumpre bem as tarefas do dia a dia. Há potência de sobra – talvez até demais – para uso urbano e rodoviário, e a carroceria se mantém estável, desde que você não force demais.
A suspensão tende ao firme, mas sem desconforto, e sistemas normalmente irritantes, como o monitoramento do motorista, são discretos, só alertando ocasionalmente (provavelmente por causa dos óculos escuros).
A praticidade interna é ótima, com bons espaços e soluções inteligentes. O console central funciona como compartimento refrigerado (ou aquecido) graças à saída de ar integrada, mas decepciona pela falta de tomadas.
Felizmente, há portas USB-A, USB-C e tomada 12V logo abaixo do console, que também serve como um bom espaço para guardar o celular quando não está carregando na base sem fio.
No geral, o Tiggo 9 oferece uma experiência premium inesperada.
Apesar do tamanho no papel, o Tiggo 9 2026 pode parecer compacto para um SUV de sete lugares.
Famílias que esperam espaço generoso nas três fileiras podem se decepcionar. A terceira fileira é melhor para crianças ou adultos pequenos, e mesmo assim o acesso é complicado. Os bancos da segunda fileira são pesados e difíceis de manusear, exigindo esforço antes mesmo de tentar chegar ao fundo.
Nosso carro de teste era novo, então isso pode melhorar com o tempo, mas por enquanto não é o layout mais prático. Além disso, a ausência de saídas de ar na terceira fileira prejudica viagens longas, restando apenas porta-copos e luzes.
Em comparação, o BYD Atto 8 mostrou um espaço traseiro bem mais generoso, graças às dimensões maiores (5,04 metros de comprimento e 1,99 metro de largura).
Outro ponto negativo é a central multimídia. A tela gigante impressiona, mas é grande demais, parcialmente escondida pelo volante, obrigando você a inclinar a cabeça para ver o lado direito (onde ficam controles importantes no Apple CarPlay).
O painel digital é bonito, mas com fontes e ícones pequenos e muito espaço em branco desperdiçado. As bordas superiores também ficam ocultas pelo volante, dependendo da posição de dirigir.
O consumo declarado de 71,4 km/l é ilusório. Como outros híbridos da Chery, esse número só aparece se você rodar quase sempre no modo elétrico. Em nossos testes, vimos médias na casa de 1 litro, mas quando a bateria acabou, o consumo subiu para 16,6 km/l, ainda bom para um SUV de sete lugares.
Vale lembrar que estávamos com no máximo dois ocupantes, então espere números maiores com carro cheio.
Outro detalhe: o Tiggo 9 só mostra consumo dos últimos 50 km. Após um trajeto Canberra-Sydney, a média foi de 17,5 km/l, mas não encontramos dados de longo prazo.
O ar-condicionado também não impressionou em um dia de quase 40 °C. Mesmo com temperatura ajustada para 19 °C, ventilação no máximo e banco ventilado ligado, ainda estava quente – e isso com apenas o motorista e sem usar as saídas traseiras. Imagine com sete pessoas.
Na dinâmica, apesar do bom desempenho geral, alguns pontos incomodam.
O freio é muito agressivo, com mordida inicial forte e pouca progressividade. O acelerador também parece mal calibrado, com resposta atrasada e aceleração inconsistente, continuando mesmo após aliviar o pé. A direção é lenta, mesmo no modo esportivo, sem acompanhar a agilidade do motor.
O Chery Tiggo 9 2026 é atraente em muitos aspectos, com acabamentos luxuosos e tecnologia que superam sua faixa de preço.
Usá-lo como um híbrido plug-in de verdade – recarregando a bateria entre as viagens – pode gerar economia significativa de combustível e reduzir as idas ao posto.
O fato de parecer mais um SUV médio ao volante é um ponto positivo para quem se sente intimidado por dirigir um “ônibus” familiar grande.
Por outro lado, quem precisa de um SUV genuíno de sete lugares encontrará opções melhores em termos de espaço interno e prazer ao dirigir. Porém, não será nessa faixa de preço.
Vídeo relacionado
Saiba mais: