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HB20 Sense: versão básica com bom custo-benefício

Testamos a configuração mais barata do hatch, que custa menos de R$ 50 mil, mas vem com ar, trio e direção elétrica

por André Deliberato

Abrir um carro com a chave na fechadura. Isso eu aposto que você não vê faz tempo em carros novos. Mas foi assim que aconteceu com a gente e o HB20 Sense, a versão mais barata do compacto de entrada da Hyundai (veja o vídeo mais abaixo, ainda neste conteúdo), que custa R$ 49.590.
E olha só, é muito legal dirigir e testar carros como esse, porque é difícil chegar para a gente as versões mais baratas (e vendidas) do nosso mercado, já que normalmente rodamos com a mais completas, justamente porque oferecem todos os equipamentos que o modelo pode ter.
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HB20 Sense: é esse que vemos nas ruas!

O HB20 é um dos carros mais vendidos do Brasil desde que foi lançado, em 2012. E em 2019 o modelo trocou de geração: ficou mais moderno, mais seguro e completo, conforme relatamos por mais de uma vez aqui no WM1. Mas há novidades: na linha 2021, a versão de entrada, que se chama Sense, ganhou um pack de opcionais de R$ 1.000. E pelo que este pacote oferece, dá para dizer que este carro não é caro.
Por "uma milha", esse opcional adiciona à lista de equipamentos airbag laterais e de tórax; controles eletrônicos de estabilidade e tração; sinalização de frenagem de emergência e assistente de partida em rampa. Ou seja, um Hyundai HB20 Sense com esse pack de segurança sai por R$ 50.490.

Design e equipamentos

Desenho é algo subjetivo. Tem gente que gosta, pessoas que não curtem. Muita gente adorou o HB20, outras pessoas diziam preferir o design da geração anterior. Essa discussão porém não parece ter mudado o sucesso do carro, que ainda vende bem - foram mais de 85 mil unidades em 2020, que fizeram do modelo o segundo hatch mais emplacado do Brasil, de acordo com a Fenabrave.
A chave não tem telecomandos. Mas pelo menos traz uma espécie de kit básico de dignidade que um motorista precisa ter nos dias de hoje: direção com assistência elétrica, ar-condicionado, travas e vidros elétricos (só dianteiros).
Fora isso, tem pouca coisa. O rádio é daqueles convencionais, sem tela tátil ou central multimídia, portanto nada de Apple CarPlay e Android Auto. Mas dá pra carregar o celular e até fazer conexão via Bluetooth, pelo menos - e comandar as trocas de músicas e o volume pelo volante, veja só.
O resto é mais "roots". Mesmo assim, o modelo vem com todos os itens de segurança exigidos por lei, como apoio de cabeça para todos os ocupantes, cinto de três pontos, freios com ABS e os airbags frotais - sem considerar o pacote opcional. É por isso aquela ideia de carro "pelado" de uns 15 anos atrás mudou bastante.

Acabamento surpreende

Bom, no interior, não dá para dizer que temos o mesmo refino das versões mais caras, mas o HB20 de entrada não é mal-acabado. Tem muito plástico duro espalhado pela cabine, e isso é até visível, mas todas as peças são muito bem encaixadas e sem rebarbas ou falhas.
Como a maioria dos modelos de entrada de quase todas as montadoras de hoje em dia, o HB20 é compacto. Dentro, há espaço para ajustar o banco para mim (tenho 1,80 m), mas quem vai atrás quase não tem espaço para as pernas.
O porta-malas também não é gigante, mas se trata de um hatch compacto, né? E dentro dessa categoria, se considerarmos todos os seus concorrentes, até surpreende, com 300 litros.

Como anda?

O conjunto do HB20 é moderno e extremamente eficiente. A versão de entrada tem motor 1.0 aspirado de três cilindros em linha, com 80 cv e 10,2 kgf.m de torque com etanol (são 75 cv e 9,4 kgf.m com gasolina), e câmbio manual de cinco marchas.
Isso é refletido no comportamento. O carro é muito leve e dá pra sentir! O motor não é tão poderoso assim e deve um turbo (algo só das versões mais caras), o que contribuiria com o desempenho e o consumo, mas o carrinho é tão levinho que rodar com ele se torna até prazeroso.
Os bancos, aliás, te abraçam muito bem. A direção é um pouco desalinhada com a posição em que o motorista precisa ficar para dirigir, mas isso é mais uma questão de costume.
Por outro lado, o câmbio é ótimo: tem um pequeno delay nas trocas por ter relações relativamente longas, algo que acontece para privilegiar o consumo, mas os engates são muito precisos.

Suspensão e consumo

A suspensão também é muito boa: não é dura e nem macia demais, como a de alguns rivais, e consegue amortecer muito bem imperfeições do nosso asfalto. Só não se arrisque em valetas mais fundas e lombadas: para esses casos, o Hyundai compacto mais recomendado é o HB20X.
A gente não pode deixar de falar no consumo, principalmente porque nosso protagonista é um dos carros mais procurados da Webmotors por ser um rei nesse quesito.
Segundo o Inmetro, o HB20 Sense faz 9,1 km/l na cidade e 10,1 km/l na estrada com etanol; 12,8 km/l e 14,6 km/l, respectivamente, com gasolina. Em nossas médias, de acordo com o display digital do painel, o HB20 foi capaz de fazer 13,5 km/l em percursos predominantemente urbanos. E o detalhe: com etanol e ar-condicionado sempre ligado.

Conclusão

Você pode achar salgado pagar R$ 50 mil em um HB20, mas muita coisa aqui precisa ser considerada. Hoje em dia, com a instabilidade do dólar, nessa versão com esses equipamentos, o modelo custa menos que seus rivais diretos - como Chevrolet Onix, Ford Ka e Volkswagen Gol - e, anote aí, não tem carro menor que o da Hyundai que consegue oferecer o que ele carrega por preço mais atraente.
Por isso, dá para dizer, tranquilamente, que o HB20 de entrada tem um dos melhores custos-benefícios do mercado atualmente. E vem com ótimo kit de dignidade para quem roda todo dia. Na ponta do lápis, é uma ótima compra.

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