A Renault deu um belo tapa no Duster. Há uma certa polêmica se o SUV é ou não uma nova geração, uma vez que a plataforma se mantém a mesma. Aqui tratarei como nova, uma vez que considero a quantidade de alterações suficiente para isso. Mas será que o novo Duster é uma boa compra nesse segmento cheio de opções?
Primeiro precisamos entender o posicionamento do modelo. Ele não foi feito para brigar no topo do setor, onde os carros estão cada vez mais caros e entregam mais tecnologia. O Renault Duster existe para ter versões bem equipadas para encarar os modelos de entrada dos demais SUVs.
A versão que está conosco há mais de um mês é a topo de linha Iconic X-Tronic, que custa R$ 88.490. Coloque esse valor em perspectiva no mercado. O Volkswagen T-Cross automático mais básico parte de R$ 97.669.
O Jeep Renegade até tem uma versão mais barata, a STD, na casa dos R$ 80 mil, mas com nível baixo de equipamentos. Já a Sport 1.8 AT custa R$ 91.590.
O Chevrolet Tracker, recém-lançado e com aumento de preços, custa R$ 85.290. O Nissan Kicks custa R$ 87.990 na versão mais simples com cambio automático.
O Hyundai Creta tem uma versão de R$ 75 mil, mas que a própria marca não sabe se ainda esta disponível, portanto, ficamos com a Smart, de R$ 85 mil. Honda HR-V sequer entra nessa conta, já que sua versão mais barata custa bem acima dos R$ 90 mil.
É neste cenário que a Renault quer se sobressair, oferecendo mais espaço que a maioria por um preço em que boa parte dos rivais não oferece tanta tecnologia. Mas como comprar carro não é uma planilha de Excel, nem tudo são flores no Renault.
Desempenho e consumo de combustível
Depois de rodar um bom tempo em trajetos pequenos e conhecer bem o conjunto do Renault Duster, já presente no modelo anterior, é possível afirmar que ele deve muito em desempenho. O 1.6 de 120 cv associado ao cambio automático do tipo CVT é apenas razoável.
O SUV sofre em subidas mais íngremes e para fazer ultrapassagens. Isso se reflete no consumo, que não passou dos 5 km/l durante nossa avaliação. No entanto, nesta nova geração, o isolamento acústico melhorou consideravelmente. Ainda é possível ouvir os roncos mais altos quando forçamos o motor, mas é bem melhor que o anterior.
Outros pontos que melhoraram no Duster foram os acertos do conjunto de suspensão. Agora o SUV pula consideravelmente menos nas ruas esburacadas de São Paulo - e também não compromete o conforto dos passageiros.
O acabamento segue abusando de plástico duro, mas agora são melhores montados. Destaque para as portas, que (finalmente) ganharam revestimento com tecido.
Conectividade e tecnologia
Nessa versão, o Duster ostenta um conjunto de câmeras que auxiliam em manobras. Além da câmera de ré, há duas laterais e mais uma na dianteira. No entanto, diferentemente do Kicks, não há um software para juntar as imagens e criar uma simulação em 360º.
Porém, a nova central multimídia é uma boa notícia. Ela segue sendo simples de usar, como a anterior, mas apresenta design e posição melhores. Agora é até possível criar perfis de usuários para salvar suas preferências. Ainda bem, pois há uma incômoda música de boas-vindas.
Por falar em configurações, a única falha que percebemos está na tela digital do painel de instrumentos. Ela não memoriza as escolhas do motorista, como manter o velocímetro ao centro.
Veja ofertas de Renault Duster 0km, seminovo e usadoAlgo que segue incomodando, ainda que menos, é a ergonomia. O volante parece ligeiramente para o lado direito, enquanto os pedais não estão alinhados. Os bancos também melhoraram bastante nessa nova geração.
Cobrar mais do que isso oferecido pelo Duster, como itens de direção semi-autônoma, é não entender o posicionamento dele neste momento. Isso deverá caber ao Captur quando ele mudar. Porém, a Renault bem que poderia ter feito como no resto da gama, e colocado quatro airbags no SUV.
Devo comprar um Renault Duster?
Depende. Você precisa de espaço? Se afirmativo, e você não estiver disposto a pagar mais de R$ 100 mil por um SUV como o HR-V, a resposta é sim, ainda que o desempenho jogue contra.
Agora, se você prioriza desempenho, prefira os modelos já dotados de motores turbo - como T-Cross e Tracker, algo que ficou para depois no Renault. O Duster deve receber o 1.3 turbo da Mercedes em 2021 - que também estará no Kicks.
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