Teste: JAC T8 tem conforto inédito em um chinês

Van de luxo transporta até 7 pessoas, mas dirigibilidade incomoda


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Um segmento inexplorado no Brasil. É assim que a JAC define o espaço que pretende ocupar com a T8. A marca criou até um nome para o segmento: maxivan. A novidade chega por R$ 114.900, tendo como único opcional os bancos de couro. Como os demais chineses, a lista de equipamentos é boa: airbag duplo, ar-condicionado, direção hidráulica, rodas de liga leve, central multimídia, trio elétrico, freios ABS...


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A T8 é, na verdade, uma van de luxo que transporta até sete pessoas. Mas não cabem mais passageiros numa Ducato ou Sprinter? O presidente da JAC, Sergio Habib explica: “Essas vans transportam mais pessoas, mas não possuem o conforto da T8 e são mais caras”. O foco da montadora é vender a van para taxistas, frotistas, locadoras, hotéis e aeroportos devido ao grande espaço interno e o requinte no acabamento.


WebMotors  viajou mais de 200 km a bordo do T8 em todas as três fileiras de banco do utilitário, incluindo o banco do motorista.  De fato, não há concorrentes no Brasil, já que a Volkswagen não oferece por aqui a Multivan, e a Mercedes não oferece o Viano, dois modelos semelhantes à venda na Europa. E por que não são vendidos aqui? Habib tem uma teoria: “Talvez pelos impostos. Seguindo a lógica de preços do Golf, uma Multivan custaria R$ 170 mil aqui”.

 

Espaço interno

Duas portas de correr com abertura manual dão acesso ao T8 e lá dentro é impossível reclamar de espaço. São 3,08 m de entre-eixos. O teto é alto, mas não é possível ficar em pé. O acabamento, de fato, é mais requintado que os outros modelos da marca, com direito a revestimento que imita madeira no painel.

 

Junto do console, o painel também foi redesenhado em relação ao modelo chinês e ficou mais sóbrio com a adoção da cor cinza escuro — há a tradicional opção bege no mercado asiático. Com os bancos dispostos em dois lugares na frente, mais dois intermediários e três na traseira, quem viaja com mais conforto está na segunda fileira.


Há espaço de sobra para as pernas e os bancos giram 360 graus, mas há um problema: com eles totalmente virados para trás, é impossível afivelar o cinto de segurança. Ou seja, permanecer sentado nesta posição somente com o carro parado. Os bancos, porém, são fáceis de serem rebatidos, o que facilita o acesso para a terceira fileira.

 

Lá atrás, mais um pênalti. Quem viaja no meio utiliza apenas um cinto abdominal, enquanto todos os demais passageiros da T8 viajam mais seguros em cintos de três pontos. Como itens de conforto, há ainda um sistema de ar-condicionado potente e com ajuste independente para os passageiros da segunda e terceira fileira. Quem veja lá atrás, naturalmente, se refresca mais tarde.


O último problema flagrado pela reportagem estava nos apoios de braço dos bancos. Três deles se soltaram com movimentos bem leves durante o teste, mas foram facilmente encaixados. A suspensão também se comporta bem aos passageiros na estrada, mas na cidade, leva até os convidados alguns incômodos em meio aos buracos e valetas.


Desempenho

Eis a pessoa que mais sofre a bordo do T8: o motorista. Isso porque embora seja bastante confortável para os passageiros, não se pode dizer o mesmo para quem a dirige. O freio precisa ser acionado muito antes para responder, assim como a direção ,que possui certa folga devido ao tamanho do T8.


O motor 2.0 turbo de 175 cv a 5.400 rpm e 26 kgfm de torque entre 2.000 e 4.000 rpm cumpre bem a missão, inclusive com 7 pessoa a bordo. A velocidade máxima divulgada pela JAC é de 165 km/h. Mas outro grande incômodo para quem for trabalhar todo o dia a bordo da van está no câmbio.


Embora repleta de itens de série, ela será oferecida apenas com câmbio manual de 6 velocidades. Não há versões automáticas. A central multimídia exige mensagens em chinês e português, e não há navegador. A posição de guiar é alta e o modelo leva vantagem por poder ser guiada por condutores de CNH do tipo ‘B’. Ou seja, não é necessária a carteira de motorista tipo ‘D’, essencial para modelos como a picape RAM.


Vale a pena?

A marca espera vender 2 mil unidades até o final do ano. A garantia, porém, é menor que os demais modelos da marca: 3 anos para pessoas físicas e 1 para pessoas jurídicas. A expectativa é rechear hotéis e aeroportos com o T8, aproveitando o fluxo de pessoas em grandes eventos como a Copa do Mundo. Exceto o motorista, o T8 é o chinês que melhor transporta seus passageiros, com conforto e certo requinte. Mas como a maioria dos compradores não vão dirigir a van, é bem possível que a JAC atinja a meta. 

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