Mini Cooper Cabrio S visto do alto na cor azul, com duas faixas brancas sobre o capô e capota aberta

Vale a pena ter um conversível no Brasil?

A bordo do Mini Cabrio, o conversível mais barato do país, mostramos os prós e contras dos modelos com teto removível


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Lukas Kenji
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Se tem um tipo de carro mais raro do que superesportivos nas ruas brasileiras, são os conversíveis. Mesmo em um país tropical, com sol escaldante durante quase o ano inteiro, os modelos sem capota são como unicórnios: ninguém viu, ninguém vê. Mas será que esse tipo de automóvel realmente é inviável por aqui?

Para ajudar a nos responder a esta pergunta, trazemos o Mini Cabrio. O modelo que "ostenta" o posto de conversível mais barato do Brasil.

Ele faz parte de um grupo de 11 conversíveis disponíveis no mercado nacional, sendo que três deles são variações do Porsche 911 (Targa, Carrera Cabriolet e Speedster). Outra opção da marca alemã é o 718 Boxter.

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Mini Cooper Cabrio S na cor azul dce frente tendo ao fundo um rio e mais atrás os prédios altos de uma grande metrópole
Vale a pena ter um conversível no Brasil? Testamos o Mini Cooper Cabrio S para responder
Crédito: Divulgação
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Ainda na seara dos esportivos, outras alternativas são os Mercedes-Benz SLC Roadster e AMG GT C Roadster, além do Chevrolet Camaro Convertible, Jaguar F-Type Convertible e BMW Z4. O modelo mais “convencional” acaba sendo o BMW 430i Cabrio.

Não há informações precisas sobre o volume que esses modelos representam. A Fenabrave, associação da fabricantes, não distingue os emplacamentos de um modelo que tem mais de uma variante. Mesmo assim, é possível dizer que os conversíveis não emplacaram mais de 800 unidades neste ano.

Por que não emplaca?

Razões para a escassez são inúmeras, mas a principal delas passa pela segurança. Os consumidores que já sentem-se expostos em andar com os vidros abertos à noite, ficariam ainda mais incomodados em rodar sem capotas.

Outro argumento corriqueiro é a suposta fragilidade do teto removível. Há o temor de que assaltantes possam rasgar o tecido da capota com facilidade.

Já um motivo mais generalista dá conta para o fato de o consumidor brasileiro ser um tanto conservador. Se ele recusa-se a comprar um carro colorido porque acredita que os monocromáticos têm maior chance de revenda, por que compraria uma carroceria que quase não tem adeptos?

Mini Cooper Cabrio S na cor azul em movimento em estrada no litoral
Versão Cabrio S é o conversível mais em conta do país. Só que isso custa R$ 183 mil
Crédito: Divulgação
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Por último e nem um pouco menos importante, temos o fator preço. Todos os modelos citados são de alto luxo e desempenho. A opção mais acessível, e protagonista do nosso papo, é o Mini Cabrio, que não está perto de ser barato. Ele parte de R$ 182.990 na versão Cooper S e pode chegar a R$ 202.990, na configuração John Cooper Works.

Ao volante

Dirigimos a opção mais em conta, que carrega motor 2.0 turbo a gasolina de 192 cv. Ele proporciona uma experiência riquíssima para quem faz questão de ter prazer ao volante. Cumpre com os preceitos da marca de oferecer algo que remeta à sensação de guiar um kart. Esta impressão só aumenta quando estamos com a capota aberta.

Contribui para que o modelo seja extremamente ágil o torque de 28,5 kgf.m, presente já em 1.250 rpm. Portanto, o Mini desperta quase que instantaneamente a cada pressão exercida no acelerador. A única ressalva fica por conta de um turbo lag: a pressão para encher o turbocompressor é um tanto lenta, o que afeta na reação do carro.

Mini Cooper Cabrio S em movimento de frente com capota aberta e estrada margeada de palmeiras no litoral
Modelo tem pegada de kart com seu motor 2.0 turbo a gasolina que gera potência de 192 cv
Crédito: Divulgação
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Por outro lado, vale destacar o trabalho impecável da transmissão Steptronic de dupla embreagem e sete velocidades. O conjunto permite ao conversível cumprir a distância de 0 a 100 km/h em 7,1 segundos.

Além de proporcionar agilidade ao carrinho, o bom acerto mecânico acarreta em bom nível de consumo de combustível. Segundo o Inmetro, o desempenho na cidade é de 11,9 km/l, enquanto na estrada, ele melhora para 14,4 km/l.

Suspensão

O que está longe de ser unanimidade é o acerto de suspensão. Rodando por vias com pavimentação de paralelepípedo, a impressão que o ajuste do Mini Cabrio transmitiu foi surpreendentemente boa. Embora seja rígido, o modelo mostrou-se inviável.

Mas ele ainda tem regulagem mais dura do que o normal, até para manter o já mencionado “kart feeling”. Pode significar uma experiência cansativa para quem precisa usar o carro com frequência.

Mini Cooper Cabrio S visto do alto e de traseira com a capota recolhida
Essa geração do Mini até tem mais espaço interno, mas continua sendo um carro para solteiros
Crédito: Divulgação
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A propósito, a falta de versatilidade dos conversíveis acaba sendo outro fator contra a sua compra. Geralmente são modelos de dois lugares e para serem guiados apenas nos finais de semana ou em uma viagem. É carro para solteirões e solteironas, ou casais sem filhos.

E olha que o Mini melhorou bastante no quesito espaço. Ele está 9,8 centímetros mais longo, com totais 3,85 metros de comprimento. Já a largura teve acréscimo de 4,4 cm para chegar em 1,72 m. A distância entre eixos também teve avanço, e agora é de 2,48 metros.

Fim de papo

Diante dos fatos, fica difícil incentivar a compra de um conversível no Brasil. A ótima sensação de liberdade e interação com o cenário não são suficientes para que o consumidor escolha um veículo sem capota, em detrimento daqueles considerados convencionais.

A experiência é válida somente para quem não conhece o significado da palavra “boleto”, vive em cidades litorâneas... E não tem problemas em ser o centro das atenções.

Assista ao nosso vídeo com o Mini Cabrio S

 

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