Voltz EVS: o começo da eletrificação em duas rodas

Já ouviu falar na motocicleta elétrica Voltz EVS? Se você ainda não conhece a Voltz, a startup brasileira tem fábrica em Manaus com capacidade para produzir até 200 mil motos por ano. Hoje, comercializa dois modelos no Brasil: o scooter EV1 Sport e a motocicleta urbana EVS.

A moto, que pode ser categorizada como uma naked, exibe design futurista, painel digital em TFT e toda a iluminação em LED: luzes de posição, piscas, faróis, lanterna traseira e luz de freio.

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Modos de pilotagem da Voltz EVS

O motor elétrico da Voltz fica instalado na roda traseira e tem 3.000 Watts de potência, que equivalem a 4 cv, e 1,5 kgf.m de torque. O piloto pode escolher entre três modos de pilotagem: Eco, Standard e Turbo, que são selecionados no comutador direito.

O modo Eco é ideal para a cidade, já que oferece uma aceleração mais controlada e prioriza a autonomia com uma velocidade limitada a 54 km/h. Já o Standard é o modo padrão, com aceleração mais forte e 84 km/h de velocidade máxima. No modo Turbo a entrega de potência é total:  chega no pico de 7.000 Watts, equivalente a 9,5 cv, que permitem uma velocidade máxima de 120 km/h. Aqui a prioridade é uma pilotagem mais esportiva - e com autonomia menor.

A moto tem ainda marcha a ré, que pode ser útil caso seja preciso manobrar em lugares inclinados, ou mesmo para "economizar" as pernas.

Um ponto de atenção pra quem não está acostumado com motos elétricas é que, diferentemente de um modelo com motor a combustão, a EVS não tem freio motor. Então, quando você para de acelerar, a moto simplesmente fica solta. Em uma moto movida a gasolina, por exemplo, a velocidade vai diminuindo gradativamente de acordo com a rotação do motor.

Autonomia da bateria

A Voltz EVS é pequena e pesa 147 quilos quando equipada com duas baterias (também pode ser comprada com apenas uma). A autonomia é de até 180 quilômetros, mas isso no modo Eco, com velocidade média de 45 km/h, em terrenos predominantemente planos e com as duas baterias.

Para carregar completamente as baterias são necessárias cinco horas em uma tomada doméstica comum, de 110 ou 220 Volts. As baterias de lítio de 72 Volts e 33.6 Ampéres pesam 15 quilos cada, e podem ser carregadas diretamente na moto ou removidas para serem recarregadas em casa, no trabalho ou onde você estiver e houver tomadas disponíveis.

A moto tem ainda uma entrada USB e comandos do sistema Bluetooth no comutador esquerdo, que pode ser usado para ouvir música ou orientações do GPS. O alto-falante fica na parte dianteira da moto, no lugar ocupado pelo radiador em motocicletas com motor a combustão.

Como anda a Voltz EVS

Uma das coisas mais curiosas ao pilotar essa moto é o barulho. Ou melhor, a ausência dele. Quando você acelera, a EVS começa a se mover e emite apenas um pequeno ruído que lembra o som de filmes de ficção científica. Um ponto negativo, com o qual é preciso se acostumar, é a ausência do pedal de freio no lado direito. Apesar de ser uma moto, tanto o freio traseiro como o dianteiro são nos manetes - assim como em um scooter.

Ao rodar no modo Eco, a moto exibe respostas mais lentas, com aceleração gradual. Em subidas e ladeiras mais acentuadas, é recomendável ativar os modos Standard ou Turbo para garantir mais força e subir com tranquilidade. Isso sem garupa. A moto é bem esperta e ágil no trânsito urbano, e faz curvas muito bem.

Apesar de o asfalto das principais vias de São Paulo ser de boa qualidade, as suspensões da Voltz EVS sofrem um pouco com buracos e irregularidades do solo. E, mais ainda, em vias de paralelepípedos. A moto é bem dura, não copia bem o chão e chega até a ser desconfortável.

Equipada com sistema de freios combinado, composto por disco duplo na roda dianteira e simples na traseira, a moto freia bem. Mas para ficar mais segura, podia vir com ABS.

Mais um ponto de atenção para a Voltz EVS: ao acionar os freios, a moto corta completamente o acelerador, o que torna as saídas de semáforos na ladeira um pouco mais complicadas: a motocicleta sempre recua um pouco antes de começar a seguir em frente. Se houver um carro parado muito próximo, atrás, é preciso redobrar a atenção.

O vigor da aceleração e a velocidade final no modo Turbo empolgam, mas ao usar muito esse modo a autonomia vai embora bem rápido. Então é importante ficar de olho na carga da bateria para dosar o acelerador e não ficar sem carga no meio do caminho.

Outro aspecto negativo é a visualização do painel de instrumentos. Embora seja completo e bonito, é quase impossível visualizar as informações se a luz do sol bater direto ali em cima.

Conclusão

A moto elétrica Voltz EVS impressiona pela tecnologia e se apresenta como uma opção para o uso diário na cidade. Mas podemos considerar que é apenas o começo da eletrificação em duas rodas, já que exige algumas evoluções.

A moto tem alguns pontos que precisam ser melhorados, como o conforto, a adoção de ABS nos freios e o aumento da autonomia. Vale destacar mais uma vez que a prometida autonomia de 180 quilômetros é um tanto virtual, já que é impossível rodar sempre no modo Eco a 45 km/h. Com uma bateria a Voltz EVS custa R$ 19.990, e com duas baterias o preço sobe para R$ 24.990 nas lojas da Voltz.

Galeria de fotos - Voltz EVS:

Ficha Técnica

Voltz EVS

Preços: R$ 19.990 (uma bateria) e R$ 24.490 (duas baterias)

Motor: elétrico Voltz Brushless de 3.000W, potência máxima de 9,5 cv e 1,5 kgf.m de torque

Alimentação: bateria de íon-lítio de 72 Volts, 33,6 Ampéres e 2,42 kWh

Suspensões: dianteira com garfos telescópicos e curso de 10 cm; traseira monobraço com uma mola e 3,2 cm de curso

Freios: sistema CBS com disco duplo na roda dianteira e simples na traseira

Pneus: 110/70 R17 na frente e 140/70 R137 atrás

Dimensões: comprimento de 1,93 m, entre-eixos de 1,4 m, banco a 77 cm do solo, vão livre de 17 cm e 147 quilos

Autonomia: 180 quilômetros com duas baterias (no modo Eco a 45 km/h)