Aceleramos o primeiro carro 100% elétrico pensado e desenvolvido desde o início para ser dessa maneira. E, olha... Ele anda muito!
Não sou tão fã de SUVs, mas confesso que gosto muito do desenho do Volvo XC60, principalmente de sua 2ª geração, lançada ao mundo e no Brasil em 2017. Para mim, o visual da traseira do único utilitário médio da marca sueca é arrebatador. Mas nos últimos meses surgiu um novo modelo com ainda mais charme quando visto de costas. Falo do recém-lançado Volvo C40.
O teste de hoje é sobre o rolê que dei com ele nos entornos da Cidade do México, na semana passada. Não é barato pagar R$ 419.950, temos total consciência disso. Mas pense pelo outro lado: para quem tem cacife e busca um SUV elétrico de categoria premium, as outras opções no Brasil são Audi e-tron, BMW iX, Mercedes EQC, BYD Tan e Jaguar i-Pace, que custam muito mais. Se olhar desse jeito...
Antes de falarmos sobre o teste, relembro por aqui o passeio com o XC40 que fiz no ano passado, em cidades próximas a Porto Alegre (RS). Muita coisa será parecida, principalmente quando falarmos sobre as respostas de direção, desempenho, consumo e autonomia. Comparados, os trajetos que fiz no México e no Rio Grande do Sul eram até semelhantes em distância (cerca de 240 km no total).
O C40 é R$ 20 mil mais caro que o XC40, que hoje sai por R$ 399.950. Tem mais charme por conta do desenho fluido e acupezado na traseira (não que o XC40 seja feio, muito pelo contrário!), mas perde em volume de porta-malas (de 460 para 413 litros). Anda forte igual o "irmão"? Tem boa lista de equipamentos? É o que vamos descobrir.
Sim, o C40 anda muito. O torque de 67,3 kgf.m parece muito maior do que realmente é em arrancadas a partir do zero ou retomadas de velocidade. De acordo com a Volvo, o carro de 2.185 kg acelera de 0 a 100 km/h em 4,7 segundos. E esse número assusta. Não os segundos medidos para fazer a arrancada, mas o peso do carro, porque realmente o SUV não parece tão pesado quanto é.
O câmbio como em todo carro elétrico é tradicional, automático, com uma marcha. E por ter dois motores (um em cada eixo, ambos com 204 cv de potência e 33,6 kgf.m de torque, que totalizam 408 cv e 67,3 kgf.m), o sistema de tração é integral, o que reforça ainda mais a segurança ao dirigir. Pelas ruas e estradas mexicanas, quanto fora da cidade (até porque, na capital, o trânsito é pior que o de SP), o carro voou.
A maior virtude do Volvo C40 está no nível de tecnologia embarcada e também na quantidade - e na qualidade - dos equipamentos internos. Como todo carro da marca sueca, o modelo é semiautônomo e roda praticamente sozinho quando o Pilot Assist é acionado - você precisa somente colocar as mãos sobre o volante a cada 10s para sinalizar ao carro que está ali.
Isso acontece graças ao sistema que corrige o carro em escapadas de faixa, que freia sozinho em situações de emergência e ao ACC, que por meio de radares consegue fazer com que o C40 possa seguir, frear e retomar a velocidade de acordo com o carro à frente - e você ainda consegue definir a que distância quer ficar do veículo. Se não houver carro para seguir, você define a velocidade e deixa o corretor de faixa fazer seu trabalho.
E em quanto tempo carrega? No sistema super-rápido, chamado de DC, são necessários 33 minutos para fazer a recarga de 10% a 80%. Já em um sistema convencional, feito em uma tomada de 220V, o tempo aumenta para aproximadamente oito horas. Durante nosso teste, os carros precisaram ser reabastecidos na metade da viagem (cerca de 120 km após a saída), mas a carga durou meia hora.
É claro que em um carro de R$ 420 mil o painel será luxuoso e sofisticado. Isso começa quando você senta nos bancos dianteiros e os ajusta eletricamente. Pisa no freio, coloca a manopla do câmbio em "D" e sai para dirigir - exatamente como no XC40 Pure Electric, não há botão de partida. De acordo com a marca, o C40 consegue rodar até 444 km no ciclo WTEP, o maior referencial na Europa.
Outro diferencial do C40 é o revestimento azul da parte de baixo da cabine - que só aparece em determinadas combinações de cores da carroceria. O tom de azul externo chamado "Fjord Blue", de lançamento, é bem bacana. Mas gostei bastante também do verde metálico. E ainda tem branco, prata, preto, vermelho...
Já o sistema de entretenimento segue o padrão que vemos em modelos da Volvo: tela na vertical de 12 polegadas com sistema nativo do Google, que oferece uma série de apps, além de espelhamento de Apple CarPlay e Android Auto sem necessidade de fio. Som da grife Harman Kardon complementa o requinte da cabine.
A configuração P8, que começa a ser importada agora, também vem de série com itens como faróis full-LED, ar-condicionado de duas zonas, carregador de celular por indução e painel de instrumentos digital de 9 polegadas atrás do volante.
Obviamente, o C40 não é um SUV do tamanho do XC40 e muito menos do XC60 (que é 7 cm mais alto). Mas dá para levar três crianças (ou dois adultos) lá atrás. E quem senta na segunda fileira ainda conta com saídas de ar-condicionado exclusivas e duas portas do tipo USB-C.
É um belíssimo carro que dará aos interessados por SUVs elétricos premium mais uma possibilidade de compra, já que os concorrentes diretos hoje têm preços que beiram os R$ 600 mil - com exceção do próprio XC40, que sai por menos. Mesmo assim, se para você ainda é salgado, vale esperar pelo C40 P6, que deve chegar ainda este ano com apenas um motor, tração dianteira e menos equipamentos.
VOLVO - C40 - 2022 |
P8 RECHARGE PURE ELECTRIC AWD |
R$ 419950 |
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