Hoje é Dia Internacional das Mulheres e, mais do que em todos os dias, elas merecem nossa homenagem, respeito e admiração por sua resiliência, coragem e paixão pela vida. Algumas mulheres vão além, e fazem isso em cima de motos - na cidade ou na estrada; no dia a dia ou em viagens; a trabalho ou a lazer. Por isso, selecionamos algumas histórias que servem de exemplo para a velha máxima de que "lugar de mulher é atrás do tanque... da moto!" e de que, para pilotar uma motocicleta, basta ter vontade.
E vale destacar que o número de mulheres motociclistas tem crescido. Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) analisados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), há nove anos 4.512.753 pessoas do gênero feminino tinham licença para pilotar. Em outubro do ano passado, esse número era de 8.190.135 - crescimento de 81,5% no período. Hoje as mulheres representam cerca de 31% dos compradores de motos, segundo a Abraciclo.
"As mulheres são mais exigentes e cuidadosas na hora da compra: querem um modelo que ofereça segurança, alto nível tecnológico e conforto, mas sem perder em design e praticidade", comenta Marcos Fermanian, presidente da associação.

São aventureiras como Alice Castro, escritora mineira de 55 anos radicada em Brasília (DF) que é fã de modelos de grande porte e alta cilindrada devido ao conforto e ao desempenho nas estradas. Para incentivar outras mulheres a encararem o guidão, Alice criou, em 2009, o grupo online "Mulheres Motociclistas e Apaixonadas por Motos", que hoje tem mais de 17 mil integrantes.
"A mulher nasceu para pilotar, mas algumas ainda não sabem disso. Viajar de moto é uma terapia: todo dia aprendemos algo novo e estamos sempre testando nossos limites, o que nos ajuda a ser pessoas melhores", afirma Alice.
Quem também compartilha experiências na internet com motocicletas de alta cilindrada é Cecília K., de 57 anos. Nas redes sociais, ela é conhecida como "Japagirl Rider". Apaixonada por viagens, a paulista nascida em Pereira Barreto faz relatos de suas jornadas e dá dicas para quem quiser se aventurar a bordo de uma motocicleta em sua página no Instagram. Japagirl Rider já rodou pela Carretera Austral, na Patagônia chilena, pela Estrada da Morte, na Bolívia, e foi até o Ushuaia, na Terra do Fogo, entre muitos outros roteiros no exterior e no Brasil.
"Já passei por muito perrengue, mas foi exatamente isso que deu sabor às viagens. Vivi experiências incríveis e realmente o motociclismo é minha vida", revela.
Mas nem só de motos grandes vivem as mulheres que pilotam. A artesã Priscila Loubach Tavares, de 35 anos, moradora do município de Alto Jequitibá (MG), curte mesmo é seu scooter. E dois anos atrás foi até sua cidade natal, Londrina (PR), naquela que até hoje chama de "viagem da vida".
"Foram dois dias e meio na estrada. É preciso ter alguns cuidados, como ficar na pista da direita e seguir um ritmo tranquilo, mas o scooter respondeu muito bem", lembra Priscila.
Assim como Priscila, a auxiliar administrativa Debora de Sousa, de 43 anos, também é fã dos scooters. Moradora da capital paulista, admite que nunca imaginou pilotar uma motocicleta. Tudo mudou quando ganhou um carro num sorteio: ela vendeu o automóvel e comprou sua nova paixão de duas rodas. E conta que sua qualidade de vida deu um salto:
"Antes eu levava duas horas para ir de casa até o trabalho. Agora, são 40 minutos. O tempo poderia ser menor, mas sou muito cautelosa e prezo pela minha segurança", explica Debora.
Os scooters realmente têm conquistado espaço cada vez maior no país e, não por acaso, já são o segundo segmento em vendas - atrás apenas das motos de baixa cilindrada (city/street). Tanto que a fotógrafa Fernanda Balster, de 38 anos, moradora do Rio de Janeiro (RJ), criou, em março de 2020, o grupo "Mulheres de Scooter", que hoje tem mais de mil integrantes no Facebook e outras mil seguidoras no Instagram.
"A proposta é trocar experiências, tirar dúvidas, promover encontros e unir o público feminino, que é cada vez maior no mundo motociclístico. Os scooters são uma porta de entrada para o mundo das duas rodas", destaca Fernanda.
Quer ver mais histórias de mulheres que levam a vida em motocicletas? Conheça as bravas pilotas que foram escolhidas pela Royal Enfield para competir nas pistas de flat track e sua preparação para as provas; o portal "Elas Pilotam", com histórias de mulheres que pilotam e outros temas ligados ao empoderamento feminino conectado ao mundo das duas rodas; e ainda um moto-grupo só de mulheres, do Rio de Janeiro.



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