Dois modelos da BYD, Dolphin e Song mostraram resultados interessantes no primeiro relatório do ano divulgado nesta semana pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave), entidade que reúne as concessionárias. E, com isso, a BYD só tem o que comemorar.
O Dolphin emplacou 1.820 unidades em janeiro - e segue como modelo 100% elétrico mais vendido do Brasil. Esse número o posiciona à frente de carros muito tradicionais no mercado, como Renault Duster (1.782 unidades), Hyundai HB20S (1.702) e Chevrolet Spin (1.101), que se prepara para receber mudanças.

Já o Song, vendido por enquanto somente na versão Plus, teve o registro de 1.520 emplacamentos, à frente de Toyota Hilux SW4 (1.393), Jeep Commander (1.116)e Volkswagen Taos (1.094), e na cola de seu arquirrival, o GWM Haval H6, que vendeu 1.619 unidades no mês passado.
Considerado o carro mais importante do ano passado por uma série de mídias especializadas do Brasil, o BYD Dolphin ("Golfinho", em tradução literal) vem nadando de braçada no cenário brasileiro - com o perdão do trocadilho.
O carro custa iniciais R$ 149.800 e cobra R$ 30 mil a mais (R$ 179.800) pela versão Plus, que tem motor mais potente.
A configuração mais forte, aliás, foi estratégica: ela chegou para impedir o avanço do GWM Ora 03, que foi mostrado no segundo semestre do ano passado com duas versões nas mesmas faixas de valores.
Isso só mostrou que a BYD está ligada no mercado e tem um foco específico com o Dolphin - e com o Dolphin Mini, que está para chegar: popularizar o carro elétrico no país.
Mas o que mais explica o surpreendente sucesso do carro além do fato de a BYD estar antenada com a movimentação do mercado? Abaixo, elencamos cinco motivos.
O carro foi lançado em junho de 2023 por R$ 149.800. Naquela época, esse era o valor de modelos como Renault Kwid E-Tech, JAC e-JS1 e Caoa Chery iCar, menores e mais simples.
As fabricantes dos três concorrentes citados se viram obrigadas a reduzir os preços - até porque naquele ponto deixava de fazer sentido oferecer um carro menor, mais fraco e com menos autonomia que outro maior, mais sofisticado e completo na mesma faixa de preço.
O desenho do Dolphin é outro ponto que eleva o carro a um patamar diferente do que já existia. Não estamos afirmando que os concorrentes são feios, muito pelo contrário! São carros legais, urbanos e que super resolvem o problema de quem quer um elétrico para o dia a dia.
Aliás, já fizemos um comparativo entre os três subcompactos. Clique aqui para conferir.
Mas o fato de se chamar "Golfinho" na tradução literal, fazer parte de uma linha de carros "do oceano" e ter desenho extravagante jogam a favor do carrinho da BYD. Seus compradores querem ser vistos.
Outro ponto que vem dando certo na BYD é o marketing sintonizado com o crescimento natural do mercado de carros elétricos.
O Dolphin está em alta e sempre em evidência por uma série de fatores. E, por ser um bom carro, divertido e de bom custo-benefício, caiu no gosto do consumidor brasileiro.
Só que a BYD precisou investir. "Nossa aposta é fazer a marca ser a protagonista desta expansão", revelou - em 2022, em entrevista ao portal Meio&Mensagem - o CMO da BYD, Pablo Toledo.
“Um dos nossos objetivos é popularizar o carro elétrico, e fazer dele um bem durável e acessível para população", complementou o executivo.
Vale lembrar que hoje o Dolphin é a porta de entrada para o universo de carros da BYD, mas que nas próximas semanas a marca vai lançar o ainda menor - e mais barato - Dolphin Mini (antes chamado de Seagull).
Acredite, a BYD tem muita força. É o quarto maior grupo automotivo do mundo e superou a Ford em vendas globais no ano passado.
Teve salto de 200% no comparativo entre 2022 e 2023 e, muito em breve, vai começar a fazer carros no Brasil - vale lembrar que a empresa já faz ônibus e outros tipos de veículos no país há alguns anos. De uma só vez, anunciou três fábricas, incluindo a que era, veja só, da Ford, na Bahia.
"No mundo, a BYD vendeu quase 1,9 milhão de veículos, bem à frente da Tesla, com 1,3 milhão”, revelou Toledo. Isso só comprova que a empresa não está para brincadeira.
Também vale citar que o nível de sofisticação do Dolphin é bem superior ao dos três compactos de valor equivalente, e meio que se nivela ao que o Ora 03 oferece - só que até agora o carro da GWM não conseguiu emplacar como o Golfinho.
É possível que nos próximos meses aconteça uma evolução nas vendas do Ora, já que a GWM tem mais concessionárias espalhadas pelo país - afinal a rival chinesa também vende SUVs híbridos e venderá picapes médias em nosso mercado.
Por enquanto, quem manda é o Dolphin.
https://youtu.be/e77w9QGj9RI?si=mITvVsmGBXH-oHj9



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