GLA e GLB AMG entregam desempenho com equilíbrio

Aceleração de 0 a 100 km/h em pouco mais de 5 segundos não é nada mal para SUVs familiares. Mas o mais instigante é o equilíbrio das versões AMG de GLA e GLB, os utilitários-esportivos compactos da Mercedes-Benz, que já estão à venda por R$ 494.900 e R$ 504.900, respectivamente. Essas configurações AMG de GLA e GLB, que tiveram chegada ao Brasil anunciada no início de março, foram testados pelo WM1 na pista.

Ambos contam com similaridades profundas tanto na entrega de equipamentos, quanto em desempenho. Utilizam motor 2.0 de quatro cilindros da família 35 (ainda de produção em série) que despeja 306 cv de potência a 5.800 rpm, além de 40,7 kgf.m de torque máximo entre 3.000 rpm e 4.000 giros. A gerência desta entrega fica a cargo da nova transmissão de dupla embreagem de oito velocidades.

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O GLA é um tantinho mais ligeiro. Sai da inércia rumo aos 100 km/h em 5,2 segundos. É um décimo de segundo mais rápido em relação ao GLB, que é maior e tem disposição de sete lugares.

Chega a ser impressionante como modelos de centro de gravidade elevada conseguem ser tão equilibrados a ponto de transparecer severa tranquilidade mesmo nas curvas mais ariscas. E nem é preciso selecionar um modo de condução mais esportivo para tanto.

O SUV menor parece ter um comportamento mais rígido desde o momento em que nos ajustamos aos bancos revestidos em couro e microfibra que remete à camurça. Embora sejam confortáveis e abracem bem o condutor, poderiam ter formato mais esportivo.

O GLA tem ainda posição mais baixa de guiar, o que deixa mais à vontade. O modelo de 1.680 quilos também transmite a sensação de rolar de maneira mais linear em relação ao ‘irmão’ 90 kg mais pesado e 22 centímetros mais comprido.

Mas isso não quer dizer que o GLB seja intempestivo. O SUV de 4,65 metros de comprimento merece um pouco mais de carinho em curvas mais fechadas, mas chega a impressionar pela capacidade de controlá-las de maneira tão balanceada.

Mercedes-Benz GLA e GLB AMG não tem rivais

O GLB é um modelo especial por conseguir entregar tanta diversão em uma carroceria de 1,66 m de altura e sete assentos. É justamente por isso que não tem rivais diretos no Brasil. O Audi RS Q3 é menor, porém, R$ 85 mil mais caro, com tabela de R$ 589.990. Já o único SUV da Motorsport em nosso mercado é o BMW X6M, que ultrapassa a barreira do milhão.

O concorrente que chegaria mais próximo do Mercedes-AMG GLB 35 seria o Porsche Macan na versão S por conta do preço e do desempenho. O modelo custa R$ 539 mil e cumpre o 0 a 100 km/h em 4,8 segundos.

Também é possível considerar que o Mercedes-AMG GLA 35 não tem adversários com características semelhantes. No exterior, briga com o BMW X2 M35i, modelo que não está mais disponível no Brasil nem na versão convencional.

Além da capacidade performática já esperada de um AMG, os dois protagonistas deste texto também carregam algumas sutilezas de equipamentos que deixam a experiência de guiá-los ainda mais intensa.

A primeira delas é o modo de arranque, que implica em uma aceleração brutal com algumas porradas nas costas a cada troca de marchas. Aliás, é possível fazer transições de marchas por meio de aletas de alumínio galvanizado. É nas reduções que a brincadeira fica mais legal por conta dos pipocos exalados pelo escapamento duplo.

É possível, inclusive, selecionar se você quer ouvir um ronco mais pesado ou mais discreto. Também há regulagens específicas de comportamento da tração, que pode ter ajuste frontal ou 50/50, além do controle de estabilidade de três níveis de atuação.

Similaridades

Esses predicados são comuns aos dois modelos, assim como a entrega de equipamentos. Em relação à assistência dinâmica, ambos entregam piloto automático adaptativo, assistente de manutenção em faixa, monitor de ponto cego, sistema de frenagem de emergência e assistente de estacionamento.

O interior deles também é praticamente idêntico. Chamam atenção os materiais requintados como couro, fibra de carbono e alumínio escovado que decoram painel, console e portas. Há ainda ar-condicionado, luzes customizáveis de ambiente, cintos vermelhos, pedaleira esportiva, teto-solar panorâmico e volante AMG, que carrega displays coloridos que permitem a seleção de parâmetros esportivos como modos de condução ou ajuste do controle de estabilidade.

Outro destaque fica por conta das telas digitais. Já conhecidas de outros modelos da Mercedes-Benz, parecem unidas no topo do painel. À esquerda, o cluster de 12,3” tem como diferencial visores esportivos como força G e mapa do motor. À direita, a central multimídia de 10,25 polegadas é sensível ao toque e tem pareamento com Android Auto e Apple CarPlay.

O que já poderia ter sido corrigido é o comando de voz MBUX, que ainda comete vacilos e não compreende funções básicas corriqueiramente.

As similaridades entre GLA 35 AMG e GLB 35 AMG continuam na parte externa. A grade tem frisos verticais, enquanto os para-choques esportivos abrigam elementos cromados no skid plate e nas lâminas presentes nas extremidades. Mas se o modelo tiver o pacote Night, tais elementos ganham textura em preto brilhante.

Isso vale para os frisos nas portas, para a base do para-choque traseiro e ainda para o spoiler. Já as rodas são sempre raiadas de 21 polegadas e acabamento de alto brilho.

O que mais vai diferenciar o Mercedes-Benz GLA do GLB é basicamente o porte. Maior, o GLB tem entre-eixos de 2,83 m, contra 2,73 m do GLA. Há diferença considerável ainda no porta-malas. Com os dois últimos assentos rebatidos, o volume do bagageiro do SUV de sete lugares é de 570 litros - e cai para 130 litros com todos os bancos levantados. Já o GLA tem espaço para 435 l com o posicionamento de assentos convencional.

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