A Porsche botou em prática planos para garantir que, até 2030, o icônico Porsche 911 continue sendo seu único modelo movido a combustão.
De acordo com um relatório da agência de notícias Reuters, mais de 80% de toda a linha da Porsche virá com sistema de propulsão totalmente elétrico até 2030, com uma única exceção – o Porsche 911!
Para garantir que o 911 permaneça movido a combustão, a Porsche contará com seu investimento em e-combustíveis (combustíveis sintéticos) e pressionará os estados da União Europeia (EU) para permitir que veículos de combustão movidos a combustível sintético sejam vendidos além da proibição estabelecida para 2035.
É a primeira vez que a Porsche anuncia publicamente que só terá um motor de combustão à venda após 2030.
A Porsche já anunciou que o Macan será elétrico a partir da próxima geração, seguido por 718 Boxster e Cayman e, em seguida, pelo Cayenne, seu modelo mais vendido.
O 911, porém, sempre será a exceção, de acordo com Karl Dums, chefe da Porsche para e-combustível. "Nossa estratégia em primeiro lugar é mudar para a mobilidade elétrica e...vamos produzir o 911 o maior tempo possível com um motor de combustão", disse o executivo.
Em 2022, o 911 representou 13% das vendas globais da Porsche.
A atual geração 992 está programada para passar por um facelift ainda este ano, e alguns rumores indicam que a Porsche apresentará uma versão híbrida eletrificada pela primeira vez.
Apesar da declaração de que os combustíveis sintéticos prolongarão a vida útil do 911, a Reuters relata que alguns especialistas sugerem que a falta de investimento neste tipo de tecnologia de propulsão pode impedir sua aplicação, enquanto outros acreditam que eles são mais adequados somente para supercarros e hipercarros de última geração, devido aos altos custos dos projetos.
A Porsche diz que já investiu mais de US$ 100 milhões na empresa de energia HIF Global, com o objetivo de ajudar a expandir sua capacidade de produção de combustível sintético no Chile, nos Estados Unidos e na Austrália.
O relatório da Reuters sugere que a Porsche e outras montadoras como Ferrari e Lamborghini (que também investiram em combustíveis sintéticos) serão acompanhadas por marcas menores, como Morgan e BAC, que também dependem de combustíveis sintéticos neutros em carbono para sua sobrevivência.
De acordo com os analistas da Pitchbook, a indústria automobilística já investiu incríveis US$ 1,2 trilhão em combustíveis sintéticos, mas levantou menos de US$ 1 bilhão de investidores fora do setor. Atualmente, o custo de um único litro de combustível sintético pode chegar a US$ 12,90.
Os combustíveis sintéticos são feitos de dióxido de carbono capturado e hidrogênio produzido de forma renovável. Quando ele queima, o CO2 é liberado de volta para a atmosfera, o que é dito por seus produtores como um processo neutro em carbono.



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