Falei recentemente em um texto aqui no WM1 sobre o badge engineering, que é a prática das fabricantes de transformarem um automóvel já pronto em modelos de marcas diferentes. Pois é exatamente o caso da Ram Dakota.
Primeira caminhonete média da Ram desde o divórcio da Dodge, em 2010, esta nova Dakota é baseada na Fiat Titano. Inclusive, os dois modelos são produzidos na mesma fábrica da Stellantis, em Córdoba (Argentina).
Mas será que a Dakota tem mais de Titano ou mais de Ram? A boa notícia para quem curtiu o visual da caminhonete é que a lista de mudanças vai além apenas de uma troca de logotipo na grade.
Justamente para se adequar ao público - mais exigente - da Ram, a Stellantis fez mudanças bem mais profundas na Dakota do que quando decidiu transformar a Peugeot Landtrek na Fiat Titano.
Por isso mesmo, a média da Ram estreia uma dianteira totalmente reestilizada - com direito até a LED decorativo na grade na versão Laramie - e uma traseira retocada com novas lanternas, agora com uma assinatura visual semelhante à das caminhonetes maiores 1500 e 2500.
E tanto a litragem quanto a capacidade de carga da caçamba são as mesmas da Titano Ranch: 1.210 litros e 1.020 quilos.
Na Dakota, além da presença da capota marítima e do protetor de caçamba como itens de série, há ainda o uso de uma mola a gás na tampa do compartimento de carga. Esse equipamento está disponível apenas como acessório no modelo da Fiat.
Esse banho de novidades da Ram Dakota se estende também ao interior, que além do painel exclusivo - com tela digital de sete polegadas para os instrumentos e multimídia de 12,3 polegadas - também tem um acabamento muito mais caprichado, já que o material macio ao toque está presente no painel e em mais áreas das laterais de porta.
Há ainda a opção do couro bege (versão Laramie) ou preto (versão Warlock) para os revestimentos internos. Mudanças que deixaram a Dakota com uma cara bem semelhante a um produto nascido do zero para a Ram.
E, por falar em versões, o grande diferencial entre ambas é justamente o estético. A Laramie tem mais cromados e rodas diamantadas de 18 polegadas, enquanto a Warlock é mais off-road, com rodas de 17 polegadas e vários elementos escurecidos na carroceria.
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Ambas têm como itens de série ar-condicionado automático de duas zonas, chave presencial, bancos de couro com regulagem elétrica na dianteira, painel digital, câmera 540 graus, carregador de celular por indução e sensor de chuva.
A lista de equipamentos tem ainda o pacote ADAS, com controlador adaptativo de velocidade, frenagem autônoma, monitor de pontos cegos, assistente de manutenção em faixa e alerta de tráfego cruzado na traseira.
Mas basta olhar para o quadro de instrumentos e para a multimídia para notar o parentesco bem próximo entre as caminhonetes da Fiat e da Ram.
Apesar das telas maiores usadas na Dakota, tanto a resolução quanto os grafismos lembram muito o que vemos na Titano. E poderiam ser melhores.
A parte boa é que o conjunto mecânico da Dakota é o mesmo usado na picape da Fiat a partir da linha 2026: motor 2.2 turbodiesel de 200 cv de potência e 45,9 kgfm de torque, câmbio automático de oito marchas e tração 4x4 com reduzida.
A Titano tem versões entre R$ 233.990 e R$ 285.990.
Justamente por ser mais refinada, não ter uma configuração de trabalho e ser tão completa quanto a Titano Ranch nas duas versões, a nossa aposta é que a Dakota seja posicionada acima da faixa de preço da caminhonete da Fiat.
Considerando também que a Rampage mais cara - a potente R/T, de 272 cv de potência - sai por R$ 269.690, podemos esperar que a Dakota não saia por menos de R$ 285 mil. Mesmo assim, ainda é um valor bem aceitável perto dos cobrados por modelos da concorrência.
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