Chevrolet Cruze 2015 continua (muito) comportado

WebMotors testou sedã que segue com motor 1.8 16V de 144 cv e câmbio automático


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(Montevidéu, Uruguai) Nada de bisturi ou procedimentos invasivos. Para eliminar pequenas rugas indesejáveis – e que já estavam aparentes -, a Chevrolet promoveu apenas uma leve aplicação de botóx na linha 2015 do Cruze, modelo que na versão sedã chega às concessionárias em dezembro com preço inicial de R$ 73.500 – R$ 400 a mais que o preço praticado atualmente com as últimas unidades da linha 2014.

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Por fora estão as principais alterações – 99,9% delas concentradas na ‘face’. Na tentativa de conferir maior esportividade e robustez, o para-choque redesenhado traz linhas mais marcantes e luzes diurnas em LED, posicionadas logo acima dos faróis de neblina. A grade frontal manteve o mesmo desenho e proporções, mas passa a contar com frisos cromados na versão topo LTZ (R$ 86.900) – mesma avaliada pelo WebMotors em um trajeto de Montevidéu a Punta del Este.

O outro 0,01% das alterações estão nas laterais. Mais precisamente no novo desenho das rodas de liga leve de 17 polegadas, que agora têm três novos desenhos disponíveis, que variam de acordo com a versão e o tipo de carroceria – sedã ou hatch (Sport6).

No interior, também botóx de leve. O revestimento dos bancos, das portas e do painel agora é em couro bicolor. Todo o resto permanece igual, inclusive o acabamento sóbrio, que mescla pelas de plástico e em borracha – todas bem encaixadas, sem folgas ou com rebarbas. Nada menos que o consumidor de um carro deste valor aquisitivo espera – também, nada de mais...

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RUMO A PUNTA DEL ESTE

O Cruze sedã continua receptivo. Com ajustes de altura do banco e regulagens de altura e profundidade da coluna de direção – todas mecânicas (nada elétrico) -, fica fácil e rápido encontrar a melhor posição ao volante. Os espelhos retrovisores externos grandes e eletrônicos auxiliam na boa visibilidade de tudo o que acontece ao redor do veículo.

Com a chave no bolso, apertamos o botão Start/Stop no painel para dar vida ao sedã feito em São Caetano do Sul, em São Paulo. No entanto, poderíamos ter feito isso do lado de fora, antes mesmo de destravar as portas. Assim como a Captiva, o proprietário pode ligar o carro apenas apertando um botão na chave. O objetivo de tal tecnologia é permitir que o ar-condicionado, por exemplo, passe a funcionar antes de os ocupantes entrarem, ampliando o conforto em dias de forte calor.

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REFINAMENTO

O comportamento do Cruze é praticamente o mesmo. E não poderia ser diferente, já que o conjunto mecânico é o mesmo: motor Ecotec 1.8 16V bicombustível de até 144 cv de potência e 18,9 kgf.m de torque, e transmissão automática de seis marchas. No entanto, de acordo com Paulo Riedel, diretor de Powertrain da Chevrolet, ambos passaram por refinamentos em busca de um funcionamento mais suave.

As acelerações e retomadas, por exemplo, ganharam linearidade, resultado da recalibração do propulsor. Durante o teste comprovamos que as reações do Cruze estão menos abruptas, sem, porém, assumir postura insossa. Neste ponto, o câmbio automático merece méritos também, com troca mais rápidas e com trancos menos perceptíveis. Chama atenção ainda a reação mais imediata do ‘kick-down’ (redução de marcha para ganho de torque e potência assim pisamos mais fundo no acelerador para uma ultrapassagem, por exemplo).

A dirigibilidade também é a mesma. Até quando optamos por comandar as trocas de marchas por intermédio da alavanca no câmbio, o Cruze não entrega um mínimo de esportividade. Sua personalidade é tão comportada que os controles de tração e estabilidade, que são de série na opção topo da gama, em nenhum momento entraram em ação mesmo quando tentamos provoca-los. Honda Civic, Volkswagen Jetta TSI, Ford Focus Sedan e até mesmo Citroën C4 Lounge são opções mais divertidas dentro do segmento para quem aprecia uma direção mais ousada.

O ajuste da suspensão é firme, sem ser desconfortável. A carroceria pouco inclina em curvas e frenagens acentuadas, transmitindo sensação de segurança ao condutor e aos passageiros. Ponto negativo para o isolamento acústico. Em momentos de aceleração e retomada intensas, quando a rotação belisca os 7.000 rpm, o ruído invade a cabine de maneira incômoda. Em contrapartida, o silêncio interno agrada quando rodamos a 120 km/h e o conta-giros marca 2.500 rpm.

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ITENS DE SÉRIE

O Chevrolet Cruze apresenta boa lista de itens de série – tendo como base a versão LTZ: direção elétrica progressiva, airbag frontais, laterais e de cortina, controlador e limitador de velocidade, freios com ABS (antitravamento) e EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem), volante multifuncional, controle de voz, Bluetooth, central de entretenimento MyLink com tela de 7 polegadas sensível ao toque e com navegação GPS integrada, câmera de ré integrada, entre outros mimos. Um dos pênaltis é o ar-condicionado, que não é sequer de duas zonas, como a maioria de seus concorrentes.

CONCLUSÃO

O Cruze passou por evoluções muito pontuais. Tão pontuais que não o credenciam a bater de frente com os líderes de vendas entre os sedãs médios, Toyota Corolla e Honda Civic. Entretanto, com estas novidades e, principalmente, antecessores de sucesso – primeiro com Monza e posteriormente com Vectra -, o Chevrolet tem predicados para seguir na terceira posição, mesmo com sua personalidade demasiadamente comportada, sem qualquer tipo de tempero. Em outras palavras: graças aos clientes tradicionalistas e fiéis à marca, o Cruze poderá ser o melhor entre os sedãs médios coadjuvantes.

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