Chrysler 300C V6, por R$ 139,9 mil, se torna um papa-Omega

-.Quando o Chevrolet Omega foi lançado, alguns leitores se irritaram com o fato de o compararmos ao Renault Logan. Visão preconceituosa, uma vez que o que o Omega tinha de mais significativo era oferecer o mesmo conforto de qualquer carro de seu segmento por um valor bastante inferior, assim como o sedã médio da marca francesa. Na época, o sedã australiano custava R$ 145 mil. Hoje, sai por R$ 147,5 mil. Talvez a GM tenha aumentado o preço do carro em má hora, uma vez que a Chrysler começou a vender a versão V6 de um dos carros mais chamativos do mercado nacional, o 300C. E ele chegou por um preço matador: R$ 139,9 mil.

É certo que o carrão de 5,02 m de comprimento tem desvantagens em relação ao Chevrolet. A principal delas é a rede de concessionárias bem menor, o que, por si só, já restringe as vendas do sedã, importado da Áustria. Se isso não for problema, alguns podem se ressentir do motor menos potente do 300C. São 249 cv contra 254 cv do Chevrolet, com torque pouca coisa menor. Em compensação, o Chrysler tem mais espaço interno 3,05 m, contra 2,92 do Omega e seu visual, apesar de já conhecido, não permite que seu motorista passe despercebido em lugar nenhum.

Os dois carros se equivalem em termos de equipamentos, com todos os itens que o comprador de um modelo tão luxuoso poderia exigir: bancos elétricos, com memória, regulagem elétrica da coluna de direção, ar-condicionado eletrônico etc. Há uma ligeira vantagem para o Chrysler, que tem o sistema de som MyGig. Com um disco interno de 20 Gb, ele permite armazenar milhares de músicas em MP3, o que permite que seu dono não precise mais de CDs no carro, apesar de poder tocá-los.

Ao volante

Externamente, a única diferença nítida em relação ao modelo V8 é a falta do segundo escapamento, do lado esquerdo. Essa é uma economia desnecessária, uma vez que motores com cilindros em “V” costumam ter duas saídas de escape, mas acaba ajudando a distinguir um modelo do outro.

Em marcha, o sedã, que é conhecido como o “mais europeu” dos carrões norte-americanos, mostra as razões para isso. A suspensão, normalmente muito mole em modelos oriundos dos EUA, só fraqueja diante de nossas lombadas, fazendo com que a dianteira “beije o chão” de uma maneira incômoda. De resto, em curvas rápidas e fechadas, o 300C não aderna de jeito nenhum. Faz curva como gente grande aliás, não dá para chamá-lo de nada diferente disso.

O bom comportamento dinâmico do carro se deve também ao pequeno balanço dianteiro e traseiro do carro, além dos controles eletrônicos diversos e da bela tração traseira. Por dentro, mesmo com o motor 3,5-litros gritando, não se nota ruído que não o do som MyGig. O silêncio dá gosto e o nível de acabamento agrada.

Fizemos bem em andar com o modelo V6 antes de pegar o V8. Como se pode imaginar, o “oito cilindros” é mais assentado no chão, tem um ronco mais gostoso de ouvir e acelera que é uma beleza, em qualquer velocidade, mas o “seis canecos” não faz feio. Só fará a coisa ficar feia para a concorrência...

FICHA TÉCNICA – Chrysler 300C V6

MOTOR	Quatro tempos, seis cilindros em “V”, longitudinal, quatro válvulas por cilindro, duplo comando de válvulas no cabeçote DOHC, refrigeração a água, 3.518 cm³
POTÊNCIA	249 cv a 6.400 rpm
TORQUE	340 kgm a 3.800 rpm
CÂMBIO	Automático de cinco velocidades
TRANSMISSÃO	Traseira
DIREÇÃO	Hidráulica progressiva, por pinhão e cremalheira
RODAS	Dianteiras e traseiras em aro 18”, de liga-leve
PNEUS	Dianteiros e traseiros 225/60 R18
COMPRIMENTO	5,02 m
ALTURA	1,48 m
LARGURA	1,88 m
ENTREEIXOS	3,05 m
PORTA-MALAS	442 l
PESO em ordem de marcha	1.815 kg
TANQUE	68 l
SUSPENSÃO	Dianteira independente SLA; traseira tipo Multilink
FREIOS	Discos ventilados na dianteira e na traseira, com ESP, ABS, distribuição eletrônica de frenagem e controle de tração
PREÇO	R$ 139,9 mil

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