Fiat Bravo: tempo ao tempo

Meses depois de ser lançado, hatch médio finalmente emplaca nas vendas


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– A meta da Fiat com o lançamento do Bravo, no final de 2010, era chegar à segunda colocação do segmento de hatches médios, posto ocupado pelo Ford Focus, batendo nas 1.500 unidades vendidas por mês – o líder Hyundai i30 ainda está longe, com cerca de 3,5 mil carros por mês. Nos primeiros meses de comercialização, o novo veículo da marca italiana não conseguiu alcançar nem mesmo rivais mais defasados, como Chevrolet Astra e Volkswagen Golf. Mas, com o tempo, o mercado começa a absorver o belo hatch da Fiat. Nos últimos dois meses fechados – abril e maio –, o Bravo conseguiu números aceitáveis. Foram 1.001 e 1.191 unidades vendidas, respectivamente. Não é o suficiente para brigar pela vice-liderança, mas ele já começa a se situar no meio do embolado nicho de hatches médios. E o principal responsável por isso é a versão de entrada Essence, que representa 60% do mix de vendas.

Além do bom resultado crescente e de uma digna posição no ranking do segmento, se a média mensal de mil unidades for mantida, o Bravo vai superar a sombra de seu antecessor, o Stilo, que, em sua melhor fase, rondava os mil exemplares mensais.

Na configuração de entrada, o Bravo sai por R$ 56.840. De fábrica, vem com itens praticamente obrigatórios entre os médios, como ar-condicionado, direção elétrica, trio elétrico, volante com regulagem de altura e profundidade, rodas de liga leve de 16 polegadas, airbag duplo, ABS, rádio/CD/MP3, computador de bordo e cruise control. Há ainda sacadas interessantes, como a tecla City no painel que deixa o volante mais leve para manobras – item que foi inaugurado no Stilo – e os faróis de neblina com a função "cornering", que ilumina o lado para que o volante está virado.

Como opcionais, a Fiat oferece navegador de setas integrado ao painel de instrumentos, seis airbags, sensores de estacionamento traseiro e dianteiro, bancos com revestimento parcial em couro e teto solar Skydome. Para a topo de linha Absolute, a Fiat ainda disponibiliza ar-condicionado digital de duas zonas, rádio com bluetooth, volante de couro e rodas de 17 polegadas.

Além da lista de equipamentos razoavelmente recheada em comparação aos rivais do segmento, a Fiat aposta no visual moderno do Bravo. Mesmo tendo sido lançado na Europa em 2007, o desenho do médio é atual. O destaque vai para as linhas suaves, que na dianteira mostram uma certa semelhança com o Punto, com os faróis ovalados e a grade cromada. Na traseira, as lanternas com formato circular remetem ao Alfa Romeo MiTo.

Por enquanto, o motor é o mesmo para toda a linha Bravo. O 1,8L 16V E.torq, que consegue gerar 132/130 cv de potência atingidos a 5.250 rpm e 18,9/18,4 kgfm de torque a 4.500 rotações. Além dele, a Fiat prometeu a variante T-Jet equipada com propulsor 1.4 turbo de 152 cv para março, mas o modelo ainda não chegou às revendas da marca. Para fazer a ponte entre o motor e as rodas dianteiras, a fabricante dispõe de um câmbio manual de cinco marchas e o automatizado Dualogic que, dentro da configuração Essence, equipa 50% das unidades.

Mesmo sendo um carro relativamente novo no mecado nacional, existe a chance de o Bravo ser descontinuado na Europa. Como foi lançado em 2007, é esperada uma nova geração do modelo para os próximos anos, mas o presidente da Fiat, Sergio Marchionne, declarou que pretende lançar um carro com jeito de crossover para ter mais chances na briga com o campeão de vendas Volkswagen Golf. A inspiração seria no Nissan Qashqai, sucesso comercial no continente.

Ponto a ponto
Desempenho – O motor 1,8L feito pela Fiat Powertrain tem comportamento bastante distinto, dependendo da faixa de giros. Abaixo das 2.500, o propulsor parece um pouco "preguiçoso" e falta fôlego para mover os mais de 1.300 kg do Bravo. Já acima desta faixa, a potência de 132 cv e o torque de 18,9 kgfm aparecem com mais "disposição" e o hatch fica mais ágil. Já o câmbio manual é o de costume da marca, com engates longos e imprecisos. Nota 7.

Estabilidade – É um bom trunfo do Bravo. O novo hatch conta com suspensão com acerto mais duro e graças a esse conjunto, tem um comportamento exemplar em curvas. Mesmo nas mais fechadas, o modelo não ameaça de desgarrar e passa sempre uma boa sensação de segurança. Nas retas, a estabilidade também é acertada, com precisão na direção até os 150 km/h. Nota 9.

Interatividade – O Bravo Essence conta com o necessário para um carro desta faixa de preço. Estão lá o rádio com entrada USB, computador de bordo completo, cruise control e diversas regulagens para bancos e volante. Como itens interessantes entram os faróis de neblina "direcionais" e a direção elétrica com duas regulagens. Além disso, como opcional, ele traz sistema de som com Bluetooth e navegador com setas integradas ao painel de instrumentos para guiar o condutor. Nota 8.

Consumo – O Fiat Bravo Essence 1,8L 16V conseguiu a fraca média de 6,2 km/h em uso 1/3 na estrada e 2/3 na cidade. Nota 6.

Conforto – A suspensão com acerto mais rígido paga a conta aqui. Com ela, ultrapassar as buraqueiras das cidades grandes se torna cansativo depois de um certo tempo. São poucas as imperfeições que não são passadas para a cabine. Contribuem para isso as rodas opcionais de 17 polegadas com pneus de baixo perfil. Já por dentro, os bancos são bastante confortáveis e acolhem bem aos integrantes. A tecla City ajuda na hora de manobrar, deixando o volante mais leve. Nota 6.

Tecnologia – O Bravo conta com um moderno motor, desenvolvido pela FPT e lançado para toda a linha da Fiat em 2010. Além disso, usa uma plataforma originada do Stilo, mas que passou por um processo de reengenharia que a atualizou. Além disso, tem embarcada uma generosa lista de equipamentos de série, que incluem ar-condicionado, direção elétrica, trio elétrico, airbag duplo, ABS, computador de bordo, entre outros. Nota 8.

Habitabilidade – O fato de o teto ter um forte caimento em direção à traseira rouba muito espaço da cabeça dos ocupantes dos bancos de trás. Além disso, a linha das janelas é ascendente, o que deixa estes passageiros um tanto quanto "afundados" nos bancos. Na frente, no entanto, o espaço é bom, tanto para a cabeça, como para as pernas. Há uma boa oferta de porta-objetos no interior. Nota 7.

Acabamento – É mais um ponto onde o Bravo se diferencia do resto da linha da Fiat. Enquanto grande parte dos veículos da fabricante italiana conta com plásticos rígidos no interior, o hatch médio tem um painel onde a sua maior parte é feita de um material emborrachado. Até os plásticos mais duros são agradáveis ao toque. Nas portas, o mesmo e bom tecido dos bancos também é empregado. Nota 8.

Design – Apesar de não ser um arroubo de design, o Bravo é bem resolvido. A parte da frente é marcada por um design que lembra o Punto, graças principalmente aos faróis, com formato semelhante. A lateral conta com um discreto e suave caimento do teto, para chegar na traseira com as lanternas com formas circulares. É um visual batante harmônico e elegante. Nota 8.

Custo/Benefício – Para superar rivais já bem instalados no mercado nacional, como Ford Focus e Hyundai i30, a Fiat equipou desde a versão mais barata – a Essence, por R$ 56.840 – o Bravo com diversos itens interessantes. Com equipamentos semelhantes, o médio da Ford passa dos R$ 57 mil. Já o hatch sul-coreano sai de R$ 54 mil, já mais completo. Nota 7.

Total – O Fiat Bravo Essence somou 74 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir: forma aprimorada
Os recentes números de venda do Bravo mostram que o mercado começa a absorver o mais moderno projeto que a Fiat elaborou para o Brasil nos últimos tempos. Para começar, é um visual bastante interessante. Diferente de alguns modelos do segmento que apostam em um design mais agressivo, o hatch italiano se destaca pela harmonia. Além disso, conta com um desempenho bastante aceitável para os seus concorrentes diretos. Não que o motor 1,8L 16V ofereça um desempenho esportivo – tarefa que o T-Jet terá de cumprir –, mas os 132 cv são mais do que suficientes para mover o modelo, principalmente nas estradas. Isso porque abaixo das 2.500 rpm – situações tipicamente urbanas – falta força ao propulsor. Acima disso ele enche e o Bravo ganha vigor. Pena que o câmbio manual de cinco marchas continue com engates ruins.

Outra grata surpresa do Bravo é a suspensão. Diferente da família Palio, do Novo Uno e até do Punto, o médio é dotado de um acerto voltado mais para a estabilidade. Com a suspensão mais rígida, o desempenho dinâmico acaba sendo um dos pontos fortes do modelo. As curvas, mesmo as mais fechadas, são superadas com facilidade, e até com a tal dose de agressividade que o nome possa sugerir.

O acabamento é outro item que joga a favor. Com materiais emborrachados de boa qualidade em grande parte do painel, o Bravo não fica atrás de concorrentes como Focus e Citroën C4. Os equipamentos também são interessantes. A tecla City – vinda direto do Stilo – ajuda nas manobras diminuindo o peso do volante, enquanto que a função cornering dos faróis de neblina ilumina o lado que o volante está virado, aumentando a visibilidade a noite. Atributos que mostram que, para os brasileiros, o hatch médio da Fiat se mostra uma evolução em relação ao que a marca oferece em seu portfólio.

As opiniões expressas nesta matéria são de responsabilidade de seu autor e não refletem, necessariamente, a opinião do site WebMotors.

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