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Insano! Aceleramos o Bugatti Chiron Sport 2019

O novo hipercarro da Bugatti vale mais que 12 Lamborghini Huracan EVOs? Confira o teste e responda a essa pergunta...


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É cientificamente possível aumentar a potência de um carro que já tinha demonstrado um desempenho extremo e que zomba de todos os padrões de hipercarros que existem? Claramente, a Bugatti acredita nisso, pois lançou uma versão mais selvagem do Chiron, o Bugatti Chiron Sport, e afirma que o musculoso superesportivo dá uma volta no circuito de Nardó, na Itália, cinco segundos mais rápido que a versão da qual deriva. A melhora no desempenho não se deve ao aumento da potência e torque, mas ao aperfeiçoamento do chassi e do diferencial traseiro, bem como à redução do peso, mesmo que o efeito disso (perda de apenas 18 kg) possa parecer apenas uma contribuição simbólica. O preço é quase irrelevante neste nicho tão exclusivo, então vamos descobrir o que esse Chiron Sport de US $ 400.000 é capaz de fazer no mundo real.

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Bugatti Chiron Sport
Crédito: Motoring
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DEMÔNIO DA VELOCIDADE

A 'agulha' do velocímetro ultrapassa a marca de 300 km/h e mantém seu arco implacável ao redor do mostrador. Há muito mais por vir, mas a 313 km/h eu tiro o pé do acelerador.

Este não é o momento, nem o lugar, para mais heroísmo… especialmente porque apenas meia hora antes eu tinha assinado um formulário que dizia que eu compraria o Bugatti Chiron Sport (ou o que sobrou dele) se o teste não acabasse bem. Se isso acontecesse, eu teria uma dívida que não conseguiria pagar nem em cinco vidas.

De qualquer maneira, eu dirigi o suficiente para confirmar o que eu já sabia após ter guiado o Chiron convencional há alguns anos no seu lançamento internacional em Portugal - que o Bugatti está numa estratosfera diferente até mesmo em relação aos modelos mais sofisticados de Ferrari, Lamborghini e outras marcas.

Depois de passar dos 200 km/h, é possível sentir a brutalidade do motor 8.0 W16 quadriturbo com 163,2 kgf.m de torque. No ponto em que a taxa de aceleração começa a cair em hipercarros "comuns", o Bugatti está apenas no aquecimento.

Devido ao comportamento apimentado do Chiron convencional - ainda que notavelmente civilizado -, você dificilmente imaginaria que uma versão "Esportiva" seria criada. O modelo original já é muito rápido para a nossa massa cinzenta compreender, então qualquer coisa a mais seria simplesmente loucura.

 Bugatti Chiron Sport
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Legenda: Bugatti Chiron Sport
Crédito: Motoring
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No entanto, a nova versão conta apenas com aprimoramentos dinâmicos sutis, pois o conjunto motor e transmissão permanece exatamente como no "modelo base". Mas com uma arrancada de 0 a 100 km/h de apenas 2,5 segundos e 0-200 km/h em inacreditáveis 6,5 ​​segundos, não há muito a reclamar, não é?

A Bugatti informa que a versão Sport é 5 segundos mais rápida que o Chiron convencional  ao dar uma volta no circuito Nardó, e o segredo está em uma suspensão 10%  mais firme e na revisão da estratégia de amortecimento, embora isso só seja liberado no modo 'Handling'.

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O Chiron Sport também sai das curvas com mais vigor (não que o modelo convencional deixe a desejar neste quesito), graças a um diferencial traseiro que foi otimizado com uma nova função de vetorização dinâmica de torque.

Além disso, a resposta do volante foi aprimorada para tornar o Chiron Sport mais rápido ao mudar de direção.

LEVE, MAS AINDA PESADO

Embora o Chiron pese robustos 1.996 kg, ele é recheado de componentes leves. Isso é tão empolgante quanto um carro de passeio forrado de couro com todo o conforto moderno, equipado com um motor de 16 cilindros com quatro turbos, sem mencionar os freios ultrarrobustos, o sistema de arrefecimento e os componentes necessários para aguentar o conjunto motor-transmissão.

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Jornalista Gautam Sharma, do Motoring.au., responsável pelo teste
Crédito: Divulgação
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Diante desses fatos, não havia muita chance de reduzir a “gordura” do Chiron, mas o esportivo conseguiu emagrecer 18 kg graças a um conjunto de rodas mais leves, limpadores de para-brisa de fibra de carbono (o primeiro modelo de produção a contar com o componente) e uma janela mais leve sobre o compartimento do motor.

É preciso um olhar atento para diferenciar o Chiron Sport do seu irmão convencional, mas os sinais mais óbvios são as rodas sob medida e o sistema de escape com quatro saídas (em vez das saídas duplas do anterior).

No interior, a alavanca do câmbio tem acabamento em preto e há motivos "Chiron Sport" costurados nos estofos.

NO ASSENTO QUENTE

Dirigir o Chiron Sport é pura sobrecarga sensorial, e o cérebro humano mal consegue absorver o ritmo estúpido com que o carro aniquila a distância.

Seria necessário dar inúmeras voltas consecutivas com o Chiron para absorver toda a magnitude dos aprimoramentos feitos na direção e suspensão do Sport, mas o que fica nítido é como o carro é equilibrado e previsível - mesmo nas mãos de motoristas relativamente inexperientes.

Proporcionar uma base segura para desencadear um desempenho alucinante é algo que até mesmo o Veyron fez no passado, mas o hipercarro da geração anterior não era o mais envolvente ao volante.

 Bugatti Chiron Sport
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Legenda: Bugatti Chiron Sport
Crédito: Motoring
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Era como se houvesse várias camadas de componentes eletrônicos gerenciando cada detalhe do funcionamento do veículo enquanto eu era lançado no horizonte. Sim, era extremamente seguro, quase ao ponto de ser à prova de idiotas, mas a única impressão duradoura que me deixou depois de uma “surra” de quatro horas foi o quão rápido o Bugatti de 16 cilindros poderia devorar linhas retas.

Esta falta de conexão é algo que os engenheiros resolveram no Chiron, que é muito mais envolvente ao dirigir que seu antecessor, além de ser muito mais rápido, embora pese 2 toneladas.

Dito isso, ele ainda não é um Lamborghini Huracan Performante ou uma Ferrari 488 Pista, que arrepiam os pelos do pescoço, e nem deveria ser. O Chiron é mais destruidor do que demônio da pista.

O Bugatti Chiron Sport que estamos focando aqui se inclina mais para as pistas com os ajustes de chassi, mas isso não é às custas da suspensão flexível do carro convencional.

Ainda há uma sensação acolhedora que faz dele um Gran Turismo (automóvel de luxo e alto desempenho, projetado para ser dirigido por longas distâncias) extremamente focado e não um caçador de recordes nas pistas.

 Bugatti Chiron Sport 2019 1280 06
Bugatti Chiron Sport 2019 1280 06
Legenda: Bugatti Chiron Sport 2019 1280 06
Crédito: Divulgação/Bugatti
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Essa breve experiência com o modelo, mesmo com minha relativa falta de familiaridade com o esportivo, demonstrou que ele passa confiança suficiente para alcançar mais velocidade do que você conseguiria em qualquer carro, exceto as opções mais hard-core da Lamborghini, Ferrari, McLaren e Porsche.

Apesar da suspensão dura, há também um aerofólio trabalhando a seu favor, o que o torna muito estável. É difícil quantificar precisamente os ganhos dinâmicos do modelo em relação ao Chiron convencional, mas isso irrelevante a menos que você esteja buscando tempo nas voltas em uma pista de corrida.

Até mesmo o modelo Sport de US$ 400 mil dificilmente fará com que clientes potenciais sejam surpreendidos (o proprietário médio de um Bugatti tem 84 carros, três jatos e um iate).

Bugatti Chiron Sport
Crédito: Divulgação/Bugatti
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O Chiron convencional já conta com uma trilha sonora sobrenatural com seus 16 cilindros, 64 válvulas, quarteto de turbos e enormes saídas de escapamento emitindo sons mecânicos. Todos esses ruídos são sintonizados de maneira apreciável no Sport, o que aumenta a sensação sensorial - de um jeito bom.

Muitos outros fabricantes de hipercarros (Koenigsegg, Zenvo, Rimac etc) podem produzir opções com potências similares, mas as qualidades da Bugatti e sua engenharia requintada até mesmo nos menores componentes a diferenciam das demais.

E é só depois de dirigir e examinar as centenas de detalhes esculpidos no modelo que você começa a entender por que custa tão caro.

Pilotar o Bugatti Chiron Sport não é uma experiência, é um evento. Talvez eu possa um dia chegar a dizer aos meus netos (que sem dúvida estarão viajando em carros ou drones autônomos) sobre aquela vez em que seu avô ficou atrás do volante do grande senhor do combustível fóssil.

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