Teste: Fiat Bravo Absolute 1.8 16V, vendas ainda patinam

Fiat aposta no segmento de hatches médios com o Bravo, mas vendas ainda patinam


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- Um bom conjunto dinâmico, motor moderno e design atual não bastaram para fazer as vendas do Bravo embalarem. Desde que foi lançado, em dezembro, o hatch médio da Fiat vem conquistando timidamente algum espaço em seu segmento. No primeiro mês vendeu apenas 261 unidades, e nos meses seguintes emplacou 527, 700 e 788 unidades – números bem aquém da previsão inicial revelada pela Fiat em seu lançamento, que era de 1.500 unidades/mês. A tarefa original era aposentar o já “cansado” Stilo – que em 2010 teve uma média de apenas 545 unidades/mês – e incomodar Hyundai i30 e Ford Focus, respectivamente líder e vice-líder do segmento. Mas, com seu lançamento esfriado por um marketing tímido e uma campanha publicitária excessivamente “cool”, o hatch produzido na cidade mineira de Betim ainda é obrigado a olhar o topo da tabela de longe. Além dos dois líderes do segmento, também estão à sua frente Volkswagen Golf, Citroën C4 e até mesmo o quase aposentado Peugeot 307.

Enquanto a Fiat refaz contas e estratégias, o Bravo revela para poucos seus atributos. Sob o capô, as versões Essence e Absolute – únicas comercializadas atualmente – contam com o propulsor E-torq 1.8 16V, capaz de gerar 132/130 cv com etanol/gasolina a 5.250 rpm. Seu torque máximo é de 18,9/18,4 kgfm alcançado aos 4.500 rpm. Até o fim do mês de abril, a linha Bravo ganha seu integrante mais “nervoso”. Trata-se da variante esportiva T-Jet, que traz o potente motor 1.4 16V turbo de 152 cv – o mesmo do Punto e do Linea T-Jet.

Por fora, o Bravo nacional exibe as mesmas linhas do modelo vendido na Europa desde 2007. Diferentemente de Brava e Stilo – antigos médios da Fiat –, o carro não traz grande inovações visuais. Seu design é uma evolução do Punto, estiloso compacto criado pelo italiano Giorgetto Giugiaro e que fez a Fiat renascer no continente europeu. A dianteira se destaca pelo para-brisa bem inclinado e o teto arqueado. O capô longo tem dois vincos nas extremidades que acompanham os faróis em formato elipsoidal irregular. A grade cromada quadriculada é diminuta e o para-choque tem entradas de ar e faróis de neblina embutidos em molduras pretas. Na lateral, a linha de cintura alta começa nas lanternas e corta o modelo acima da altura das maçanetas indo de encontro à caixa de rodas dianteira. A traseira com aparência “clean” traz lanternas em formato circular, que inspiraram o Alfa Romeo MiTo.

As linhas modernas e sem muita originalidade do Bravo dissimulam seu tamanho. A olho nu não parece, mas o hatch tem 4,30 metros de comprimento, 1,79 m de largura, 1,50 m de altura e entre-eixos de 2,60 m. Quem também “engana” é o porta-malas. Aparentemente pequeno, ele tem capacidade de 400 litros, o que supera seus concorrentes i30 e Focus – que têm capacidade para 340 e 350 litros, respectivamente.

Em termos de equipamentos, todas as versões do Bravo saem de linha com itens “básicos” como ar-condicionado, trio elétrico, direção hidráulica, piloto automático, volante com regulagem de altura e profundidade. A versão Absolute acrescenta sensor traseiro de estacionamento, volante em couro e com comandos, rodas de liga-leve de 17 polegadas, entre outros.

A Fiat acredita que até o fim do ano a divisão de vendas do Bravo por versão fique da seguinte maneira: 55% para a versão Essence, 40% para Absolute e apenas 5% na T-Jet. A aposta da fabricante italiana em vender 40% dos hatches na versão testada, Absolute, pode ser considerada ousada. A variante responsável por garantir uma imagem de exclusividade para o carro parte de R$ 62.250, exatamente R$ 7.050 a mais que a de entrada Essence, que custa R$ 55.200 – uma diferença considerável, já que o público da Fiat é tradicionalmente atento ao preço. Os dois modelos ainda têm como opcional o câmbio automatizado Dualogic, que eleva seus preços para R$ 58.090 no caso da Essence e R$ 65.530 na variante Absolute. Já o futuro Bravo T-Jet terá um preço mais “salgado” – R$ 67,9 mil – e por isso deve corresponder a apenas 5% das vendas.

Instantâneas

# Segundo Sergio Marchionne, CEO do Grupo Fiat, a próxima geração do Bravo – ainda sem data de lançamento – será “radical” para bater de frente com o Focus 2012.
# Além do potente motor de 152 cv, o Bravo T-Jet traz no painel uma tecla overbooster – OVB –, que garante ma sobrepressão no motor e eleva o torque de 21,1 kgfm a 2.250 rpm para 23,0 kgfm a 3 mil rotações.
# O Bravo foi lançado no Salão de Genebra de 2007 para aposentar o Stilo na Europa.
# A diferença entre o Bravo mais caro e o mais barato é de R$ 12,5 mil. A versão T-Jet parte de 67,9 mil, enquanto a Essence com câmbio manual começa em R$ 55,2 mil.
# O sistema Blue&Me foi desenvolvido pela Microsoft em parceria com a Fiat.

Ponto a ponto

Desempenho - Embora não proporcione grande esportividade – tarefa que deve ficar para o Bravo T-Jet –, o motor E-Torq 1.8 de quatro cilindros em linha e 132 cv move com destreza os 1.345 kg do modelo. O torque de 18,9 kgfm máximos despejados a 4.500 rpm deixa o Bravo bem “à vontade” em vias expressas e rodovias, mas falta força ao modelo em baixas rotações que fazem a tediosa rotina do trânsito urbano. As acelerações e retomadas em quarta e quinta marchas são prejudicadas pelas relações muito alongadas. A Fiat promete um zero a 100 km/h em 9,9 segundos – no modelo avaliado, não foi possível baixar de 10,5 s – e uma máxima de 193 km/h, número condizente com o segmento de hatches médios. Nota 8.
Estabilidade – É o grande destaque do hatch médio da Fiat. Tanto em curvas quanto em retas, a carroceria torce pouco e mantém a neutralidade, sem pregar sustos ao volante. Nas freadas bruscas, auxiliado pelo ABS e EBD, o Bravo permanece na trajetória e não mergulha a frente. A suspensão mais “durinha” preza por uma pegada esportiva, mas sacrifica um pouco o modelo em relação às irregularidades na via. Só aos 170 km/h surgem os primeiros sinais de flutuação. Nota 9.
Interatividade - A ergonomia se mostra eficiente com diversos comandos ao alcance das mãos. Porém o sistema de entretenimento se mostra pouco usual, já que a tela de 6,5 polegadas embutida no console central – opcional – não é sensível ao toque. A posição de dirigir é facilitada pelos ajustes do banco e do volante, a visibilidade dianteira é satisfatória, já a lateral e traseira são limitadas e por isso implicam em um pouco mais de atenção – ao menos a versão Absolute conta com um providencial sensor de estacionamento traseiro. A visualização do quadro de instrumentos e do computador de bordo é boa e o câmbio tem engates curtos e precisos. Nota 8.
Consumo - O modelo fez a média de 7,8 km/l com puro etanol no tanque, em uso 2/3 na cidade. Aceitável para um motor 1.8 16V. Nota 7.
Conforto – Os ocupantes contam com um bom espaço nos bancos dianteiros. Já quem viaja atrás sofre um pouco com a falta de espaço para pernas e também com o vão de cabeça limitado em função do caimento acentuado do teto. A suspensão mais rígida em relação a família Palio deixa um pouco a desejar na absorção das irregularidades no asfalto. O isolamento acústico é digno de elogios e os passageiros contam com baixo nível de ruído no habitáculo. O Bravo ainda traz a tecla City no painel, que deixa a direção mais leve na hora de estacionar, e teto solar panorâmico elétrico como opcional. Nota 7.
Tecnologia - A “veterana” plataforma C adaptada do Stilo contrasta com o novo motor E-Torq, lançado em 2010 para toda a gama da Fiat. Fora isso, o Bravo Absolute sai de fábrica com ABS, ar-condicionado digital dual zone, controle de cruzeiro e sistema de telefonia Blue&Me. Outro destaque do hatch médio é o sistema de faróis direcionais cornering, que acende o farol de neblina na direção das curvas e aumenta a visão do motorista à noite. Nota 8.
Habitalidade – O vão das portas são pouco amplos e tornam o acesso ao hatch médio apenas satisfatório. Em contrapartida, há boa quantidade de porta-objetos, com destaque para um compartimento refrigerado entre os bancos dianteiros – de série na versão Absolute –, onde cabem duas latas de refrigerante. O modelo ainda conta com um útil dispositivo chamado Night Design, que ilumina as maçanetas. O porta-malas de 400 litros está acima da média do segmento. Nota 7.
Acabamento - O Fiat Bravo é bem acertado por dentro, embora tenha expressiva quantidade de componentes de plástico rígido. Há precisão nos encaixes e fechamentos e nenhum sinal de rebarba. O material do painel é agradável ao toque e há detalhes cromados nas maçanetas, em volta da manopla de câmbio e na saída de ar do banco traseiro, o que transmite um certo requinte. Nota 8.
Design - O Fiat Bravo não inova, mas é capaz de agradar. Suas linhas são harmônicas e atuais, embora sejam uma derivação das do Fiat Punto. Visto de lado, o modelo chama a atenção pela aparência esportiva originada pelo caimento do teto em direção à traseira. Nesta versão Absolute, as belas rodas de 17 polegadas acrescentam algum charme. Nota 8.
Custo/Benefício - A versão Absolute, a partir de R$ 62.250, tem preço próximo ao Ford Focus GLX 2.0 – R$ 62.440 – e Hyundai i30 GLS em sua versão automática – R$ 64.160 –, líderes do segmento de hatchs médios. Apesar da oferta similar de equipamentos, o Bravo é o menos potente dos três. O hatch da Fiat é capaz de gerar 132 cv, enquanto Focus e i30 desenvolvem 148 cv e 145 cv, respectivamente. Nota 7.
Total – O Fiat Bravo Absolute somou 77 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir - Além da média - 

Pouco mais de três anos após ganhar as ruas da Europa, o Bravo finalmente chega ao Brasil. Apesar da demora, o hatch da Fiat chega ao mercado nacional como um “player” de peso para encarar Hyundai i30 e Ford Focus, consagrados líderes do segmento. A Fiat aposta em um carro equilibrado para conquistar o consumidor. O Bravo traz boa oferta de tecnologia aliada a conforto, motor e design na medida certa. Nada capaz de surpreender, mas também longe de decepcionar.

Ao entrar no modelo, é fácil achar uma boa posição de dirigir com a ajuda de controle de altura e profundidade do volante e diversas regulagens do banco. O espaço para os passageiros na dianteira é bom - no banco posterior é bem limitado - e a sensação de bem-estar a bordo é garantida por materiais de qualidade e pelo teto solar elétrico – opcional.

Virar a chave da ignição faz despertar o motor E-Torq 1.8 16V, que representa uma evolução real em relação ao “veterano” powertrain que equipava o Stilo. A unidade de força – capaz de gerar 132 cv com etanol – agrada pelas respostas rápidas. O modelo é bem disposto e consegue facilmente chegar aos 160 km/h sem acusar os 1.355 kg. As três primeiras marchas têm relações mais curtas e favorecem arrancadas. Já quarta e quinta marchas, mais alongadas, fazem o motor demorar a encher. Isso prejudica as ultrapassagens, mas não chega a comprometer o desempenho do carro.

Na estrada o Fiat Bravo se destaca por seu comportamento dinâmico. Nas curvas fechadas, mesmo em alta velocidade, o hatch anda “colado” ao chão e não faz menção de sair. A suspensão mais rígida é outro apelo esportivo interessante, apesar de não absorver tão bem as irregularidades do asfalto. Em freadas bruscas, o modelo novamente se mostra eficiente – com a ajuda do ABS e EBD – e transmite total segurança para o motorista. Pena que o Bravo não traga controle eletrônico de estabilidade, que só estará disponível na versão realmente esportiva, a T-Jet – que chega ainda em abril.

As opiniões expressas nesta matéria são de responsabilidade de seu autor e não refletem, necessariamente, a opinião do site WebMotors

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