Você vai abastecer e ouve ofertas do frentista: "precisa completar o óleo?". "Quer aditivo no radiador?". Acredite, isso é mais comum do que você imagina. Essa técnica de venda - e, muitas vezes, quase de persuasão - é conhecida popularmente como "empurroterapia".
Você viu aqui no WM1 como fugir daqueles serviços extras desnecessários oferecidos durante serviços de revisão. Desta vez, vamos listar ofertas feitas por frentistas que você pode (ou até deve) recusar - ou ainda, se preferir, verificar por conta, com seu mecânico de confiança.
Esse é o mais comum. O frentista pede para verificar o óleo e, ao conferir a vareta, vê o nível um pouco mais baixo e diz que falta lubrificante.
Pode até ser que falte, mas isso depende da temperatura do motor, já que o indicador pode estar abaixo do normal por um motivo simples: o óleo ainda não desceu totalmente para o cárter.
O resultado é que muitos clientes aceitam "completar" o nível, quando, na verdade, estão botando óleo em excesso. Tem mais: não é recomendado misturar tipos de óleos diferentes ou até os lubrificantes de mesma especificação, só que feitos por fornecedores distintos.
Óleo em excesso força componentes do motor, como o virabrequim, e há risco de criar espuma, o que eleva a temperatura e pode danificar outras peças.
Portanto, o nível deve ser checado com o motor frio e quando o carro estiver no plano. Se você for checar depois de ter rodado, aguarde dez minutos até o óleo descer.
Acredite, isso também pode ser perigoso. É comum ouvir ofertas do frentista para checar o nível de líquido no radiador, que é o sistema de arrefecimento do motor.
Isso ok, até porque o motor pode começar a esquentar - e indicar no painel a temperatura alta - se houver pouca água. O problema começa quando entra a empurroterapia - a partir daí, surgem os "aditivos".
Se precisar completar no posto, coloque apenas água desmineralizada para prevenir a formação de corrosão nos dutos internos.
Sobre os aditivos, a recomendação é seguir a especificação informada no manual. Ou seja: pode até ser que o carro precise, mas isso não significa que você deva colocar qualquer produto que for oferecido pelo atendente do posto.
Isso também acontece bastante e, pode apostar, é um dos serviços mais desnecessários oferecidos por frentistas. Todo tipo de combustível vendido no Brasil, seja etanol, gasolina, diesel ou qualquer outro, é certificado com a formulação ideal para proporcionar o melhor funcionamento do motor.
Se você, mesmo assim, quiser um combustível específico para prevenir o acúmulo de sujeira e resíduos no tanque e dutos internos, opte pelas variantes aditivadas de gasolina que são vendidas no posto em vez de um aditivo individual.
Muitas vezes aquela palheta que faz barulho e já não limpa seu para-brisa de forma tão eficiente não precisa ser trocada - ela, na verdade, pode só necessitar de um cuidado com as borrachas.
Em muitos casos é só limpar as palhetas com água para remover a sujeira.
Portanto, evite fazer a troca sem antes dar uma olhada no produto. Além disso, atenção: produtos que não sejam os originais, nesse caso, podem não ter bom funcionamento e até danificar o vidro.
Outra "pegadinha" comum que vemos em postos de combustível é o frentista oferecer aquela olhada no fluido de freio.
Segundo engenheiros da SAE Brasil, isso deve ser feito somente por oficinas especializadas, pois há risco de a solução ser contaminada por água ou ar, o que pode comprometer a eficiência do sistema de freios.
Se o nível estiver muito baixo, até dá para "completar" no posto, mas o ideal é substituir todo o fluido e fazer a sangria em uma oficina. Assim como o óleo, cada carro tem sua própria especificação para esse tipo de produto, indicada no manual.