Teste: Novo Ford Everest assusta SW4 e Trailblazer

O novo Ford Everest é, definitivamente, o maior medo de Chevrolet Trailblazer e Toyota SW4. O SUV desenvolvido sob a mesma plataforma da mais nova geração da Ford Ranger (que chega ao Brasil no segundo semestre), tem capacidade para sete ocupantes e deu um grande salto de qualidade em tudo. Absolutamente tuto!

Nossos amigos do Carsales, principal portal de compra e venda de carros da Austrália, já tiveram o prazer de acelerar a versão topo de linha Platinum do Everest, que tem chances de chegar ao Brasil, caso a marca norte-americana decida produzir o SUV grandalhão em sua fábrica na Argentina. Bora pegar uma carona?

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Novo Ford Everest: evoluções

O primeiro Ford Everest era um confiável SUV 4x4 de sete lugares que se mostrou ideal para as famílias, mas nunca chegou a ser líder de vendas nos mercados em que atuou – como o australiano.

Já o novíssimo Ford Everest quer mudar isso com uma segunda geração que também foi projetada e desenvolvida na Austrália, mas melhora a fórmula original em tudo.

O novo Everest compartilha os dois terços dianteiros de sua estrutura com a nova Ford Ranger. Os eixos são 50 milímetros mais largos, e o eixo dianteiro foi avançado 50 mm, assim como na picape. No entanto, a distância entre os eixos do Everest é menor do que o da irmã feita para o transporte de cargas.

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A direção elétrica é ajustada especificamente para o Everest, e os freios a disco nas quatro rodas foram atualizados. Ao redor da maior distância entre eixos e faixas mais largas, está uma carroceria mais longa e alta, mas não mais larga do que a geração anterior, embora o design mais inteligente libere mais espaço para carga e passageiros do que o primeiro Everest.

O novo Ford, mais quadrado, não compartilha chapas de metal ou vidros com seu antecessor, e divide somente os painéis das portas dianteiras, capô e para-lamas com a Ranger.

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A distância ao solo é ligeiramente menor, mas o ângulo de abertura permanece o mesmo. Já os ângulos de entrada e saída são ligeiramente melhores. O raio de giro aumentou de 11,7 m para 11,8 m, e a sua capacidade de percorrer áreas alagadas permanece em 800 mm de profundidade.

No entanto, os avanços técnicos significativos do novo Everest são mais bem exemplificados pela configuração topo de linha Platinum, testada aqui, que traz motor V6 turbodiesel, e por isso entrega uma performance superior à antiga versão top Titanium.

A família do novo Everest tem quatro opções de acabamento, começando pela de entrada Ambiente com tração traseira, que, como a Trend, vem com um diesel biturbo de 2,0 litros aprimorado e está disponível também com tração 4WD, enquanto a Sport é apenas V6 e 4WD, assim como a Platinum.

Assim como com a nova Ranger, todos os Everest vêm com Apple CarPlay e Android Auto com pareamento sem fio, carregamento do smartphone por indução (de série apenas na Ranger Sport, Wildtrak e Raptor), rádio digital, sistema de navegação por satélite, atualizações de tráfego, controle por comando de voz, modem embutido, entrada e partida sem chave, ar-condicionado de duas zonas, sensor de chuva, espelhos retrovisores rebatíveis eletricamente, iluminação externa full LED, espelho retrovisor com escurecimento automático, e freio de estacionamento elétrico.

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O Platinum também entrega volante revestido com couro, tapetes e um porta-luvas superior em vez da prateleira de pacotes aberta como na versão de entrada, além dos modos de direção Areia e Lama, que são somados os modos Normal, Eco, Reboque/Transporte e Neve – essas presentes em todas as configurações do Everest.

Também é de série a tampa traseira elétrica (a partir do Everest Sport), bancos dianteiros ventilados, ajuste elétrico com dez modos e função de memória para o banco do motorista, e ajuste elétrico de oito modos para o passageiro da frente. Na adiciona ainda zona e iluminação ambiente, câmera 360° graus, e assistente de estacionamento ativo (sem necessidade de mexer no volante ou acionar os pedais).

Outros extras exclusivos para o Platinum (e indisponíveis na Ranger) incluem um teto de vidro panorâmico de painel duplo com persiana retrátil, detalhes externos e internos em prata acetinada, acabamento exclusivo dos bancos revestidos com couro acolchoado para todos os sete assentos, terceira fileira rebatível, aquecimento do volante, assentos de segunda fila também aquecidos, e um sistema de som B&O premium com 12 alto-falantes – isso é dez no Everest Sport (e o Ranger Raptor e, opcionalmente, Wildtrak) e oito em todos os outros Everests; a maioria dos Rangers tem seis alto-falantes, e o XL básico apenas quatro.

Todos os Everest também recebem ganchos de resgate duplos na dianteira (padrão apenas na versão Ranger XLT). Um pacote de reboque incluindo controlador de freio eletrônico é opcional.

Como todos os Everests 4x4, a transmissão é automática de dez marchas é operada por uma alavanca de câmbio eletrônica atarracada (conforme os Rangers premium), mas em linha com seu papel urbano e pouco aventureiro. Mas esse perfil “asfalto” pode ser remediado trocando as grandes rodas de liga leve de 21 polegadas por 18 pretas “calçadas” com pneus todo-terreno, que são opcionais.

Conjunto mecânico e segurança: tudo de primeira

As credenciais de segurança e entretenimento do Ford Everest Platinum são igualmente impressionantes.

Por dentro, o novo Everest dá um grande salto em termos de tamanho, espaço, design e qualidade dos materiais. Já os destaques tecnológicos são uma grande tela sensível ao toque central de 12 polegadas estilo retrato, com sistema operacional SYNC 4A1 - criando uma interface clara, concisa, rápida e altamente intuitiva - além de um novo painel de instrumentos digital de 12,4 polegadas, que é compartilhado com a Ranger Raptor e finalmente traz um tacho em tempo integral.

Há tomadas de 12V, porta-copos e saídas de ar montadas no teto para todas as três fileiras, além de um segundo compressor de ar-condicionado na parte traseira do carro para garantir fluxo de ar fresco para todos os sete ocupantes (sete assentos são padrão em todos, exceto os cinco lugares Ambiente de nível básico, que recebem saídas de ar traseiras na parte do console central) e portas USB tipo A e tipo C para os ocupantes dianteiros e centrais - mas não para a terceira fila.

Na parte de trás, a área de carga cresce nos modos de dois, cinco e sete lugares, de um mínimo de 259 litros atrás dos bancos traseiros da terceira fileira para um máximo de 1.823 litros com as segunda e terceira fileiras de bancos rebatidas.

Há um pouco mais de espaço na terceira fila, que está entre os líderes da classe em comodidade - embora o espaço para joelhos, pernas e ombros permaneça apertado para adultos de tamanho normal - e o acesso é facilitado pela dobra elétrica da segunda fileira de assentos e alças de apoio e degraus bem-posicionados.

No quesito segurança, todos os sistemas ativos e passivos esperados estão presentes (exceto talvez um head-up display), enquanto frenagem autônoma de emergência inclui também marcha à ré, com detecção de veículos, ciclistas e pedestres. Destaque para o monitoramento do ponto-cego, que inclui cobertura de reboque. Destaque para os nove airbags.

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Há também assistente de manutenção em faixa com detecção de borda de estrada, assistente de pré-colisão, controle de cruzeiro adaptativo com centralização de faixa e assistência de direção evasiva. Todos os modelos recebem sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, e faróis automáticos.

Existem três pontos de ancoragem para cadeiras de criança na segunda fila, enquanto os modelos de sete lugares também recebem dois pontos de ancoragem adicionais na terceira fila, num total de cinco – acima dos dois existentes na Ranger.

E, como na picape, o mais novo SUV da Ford estará disponível com uma série de acessórios de fábrica, incluindo uma segunda bateria e, em breve, um tanque de combustível de maior alcance, aproximando o tanque padrão de 80 litros do tanque de 150 litros. tanque de litros disponível para o Toyota Prado, embora não seja tão grande quanto o máximo opcional de 140L do Ranger.

Punho de ferro em uma luva de veludo

Como a nova Ford Ranger, o Ford Everest é mais largo e tem uma distância entre eixos mais longa do que antes, e suas proporções mais quadradas são pontuadas por uma nova frente quase idêntica com faróis LED Matrix com gráficos DRL 'C-clamp' arrojados.

Mas, entre uma série de outras coisas, o Everest de última geração troca os elementos dianteiros pretos do Sport por destaques cromados, incluindo letras em preto brilhante no capô, que podem não agradar a todos.

Todos os modelos 4x4 continuam com um diferencial traseiro blocante, reduzida e modos de direção off-road. Tudo atrelado a uma transmissão automática de dez marchas, que possibilita trocas manuais (ou “dedais”) por meio de botões na manopla que nunca agradaram.

Mas a grande novidade é o enorme aumento na capacidade de reboque de 3.100 kg para 3.500 kg para todos os Everest.

Claro, o outro grande destaque aqui se esconde sob o capô, onde um musculoso V6 turbodiesel torna o Everest um SUV com excelente performance e dá ao Platinum o grunhido para combinar com seu novo visual elegante.

Anteriormente visto na Ford F-150 e também disponível na nova Ranger, o novo bloco Powerstroke de 3,0 litros é combinado com um sistema 4x4 em tempo integral gerenciado por uma caixa de transferência eletromecânica de duas velocidades sob demanda controlada eletronicamente da Borg-Warner com modos de condução selecionáveis, trazendo uma gama muito mais ampla de capacidade.

Assim como na nova picape da Ford, enquanto as “saídas” do motor Panther de quatro cilindros são de 209 cv de potência e 50,9 kgf.m, o Lion V6 produz uma grande potência de 250 cv e 61,2 kgf.m de torque.

Esse robusto pico de torque do motor V6 está disponível a partir das mesmas 1.750 rpm do biturbo diesel de quatro cilindros, mas se estende até 2.250 rpm, proporcionando uma distribuição mais ampla de torque extra e fazendo com que pareça mais rápido, mais forte na faixa intermediária e mais responsivo e tratável em todas as faixas de rotações.

E você pode esquecer qualquer comparação com o velho Puma de cinco cilindros em linha que ele substitui, porque esse novo V6 é mais silencioso, mais suave e com rotação mais livre do que o 2.0 repaginado e o turbodiesel de 3.2 litros.

Portanto, o novo Everest V6 traz mais desempenho geral com uma pequena penalidade no consumo de combustível, mas não é o aumento maciço no desempenho que talvez muitos esperassem.

Dito isto, como experimentamos com o Amarok V6, toda a extensão de seu desempenho extra não será percebida até que o submetamos a uma carga total, um trailer pesado e uma longa viagem com muitas ultrapassagens.

Desempenho e refinamento líderes da classe

De fato, a maior revelação ao volante - que, como a nova Ranger, agora tem ajustes de altura e profundidade - pode muito bem ser a redução dramática no ruído e o aumento no refinamento geral dentro da cabine do Ford Everest Platinum 2022.

Combinado com materiais de toque suave de alta qualidade em quase todas as superfícies, e a infinidade de tecnologias de ponta e fáceis de usar, isso torna o Platinum em particular um dos Ford mais opulentos em que já viajamos.

Mas a qualidade do passeio, mesmo com pneus de 21 polegadas de perfil baixo, também dá um grande passo à frente - apesar de uma redução no rolamento da carroceria - e combina com uma direção mais nítida e controle aprimorado da carroceria durante as mudanças de direção.

A pegada mais ampla do Everest e o chassi bem acertado também trazem benefícios longe do betume, onde o grande SUV 4x4 também se sente mais estável em curvas acidentadas, gera menos trepidação em terreno irregular e mantém toda sua capacidade off-road hard-core.

Cabeça e ombros acima do resto

O antigo Everest preencheu muitos requisitos nas formas de quatro e cinco cilindros, mas a potência V6 a diesel, um porte maior e um interior moderno com toda a tecnologia mais recente elevam o novo Everest a um novo nível - especialmente na versão Platinum.

Não há dúvida de que o SUV é agora um lugar completamente moderno, sofisticado e acolhedor para passar longos períodos - seja em trekking, rebocando ou levando a família toda.

O Everest da primeira geração nos impressionou enormemente depois de vários quilômetros, incluindo uma caminhada hard-core no deserto sem perder o ritmo, mas o novo modelo traz muito mais classe, capacidade e desempenho. O Ford Everest Platinum é a nova referência em seu segmento.

Se vier para o Brasil, Chevrolet Trailblazer e Toyota SW4 que se cuidem. A vida mansa não será mais a mesma.