Aceleramos o SUV da Ranger, Ford Everest, em uma clínica que a filial brasileira da marca decidiu fazer com jornalistas e convidados em Bariloche, na Patagônia, Argentina. O SUV, aqui no Brasil, seria (ou será?) concorrente de Toyota SW4, Chevrolet Trailblazer e Mitsubishi Pajero Sport, entre outros.
A Ford lançou o Everest por lá. E botou a turma de jornalistas brasileiros, que estava no país para conhecer e acelerar F-150 e Maverick Tremor, para fazer clínica de experimentação do modelo. A conclusão é óbvia, mas mesmo assim a marca ainda não crava o SUV no Brasil.

Antes de falarmos sobre experiência de rodagem, nossa opinião: apesar da difícil equação que precisa ser feita para que a conta sobre a importação do SUV ao Brasil seja fechada, acreditamos que a Ford vai conseguir solucioná-la.
Mas isso não vai ser agora.
Motivo: o Everest que chegou às ruas argentinas nas últimas semanas não é feito lá, e sim importado da Tailândia - o que de fato atrapalharia sua vinda para o Brasil. Na realidade, a forma de negócio atual impacta até no valor cobrado em território hermano.
Só que o Everest tem "teto, comida e roupa lavada" para ser feito na Argentina, e dentro de pouco tempo. Segundo fontes, é possível que sua produção já comece em 2026 - facilitada pelo simples fato de que a Ranger já é produzida (tem casa própria) por lá, na planta de Pacheco, que foi recentemente modernizada.
Também há espaço para aumento da capacidade produtiva local. Como parte da recente transformação da planta, a capacidade anual foi ampliada em cerca de 70%, para 110 mil veículos/ano.
Por maior que seja a capacidade de crescimento, 110 mil unidades da Ranger para a América Latina é muita coisa - lembrem-se que, no Brasil, a picape ainda perde em vendas para a Toyota Hilux. Falamos sobre isso aqui no WM1 em 2023, quando apostamos que um SUV baseado na picape seria feito por lá.
Em resumo, o restante do projeto deve acontecer por osmose: nos próximos meses, a Ford deve de fato confirmar o surgimento do Everest argentino e, na sequência, confirmar sua chegada ao Brasil - se não for para 2026, talvez para o início de 2027. A marca do oval azul só não deve ter feito isso ainda devido ao famoso "vai que"...
O SUV é muito bom. Com proposta bem parruda, muito espaço, cabine de Ford Ranger - hoje a melhor picape média do mercado - e motor turbo, aprovamos o que conhecemos.
O Everest tailandês usa o motor 2.3 Ecoboost turbo a gasolina de 300 cv de potência e 45,5 kgfm de torque.
O câmbio é o mesmo do Mustang, automático, com dez marchas, e o sistema de tração é idêntico ao da picape: 4x4 com caixa reduzida e bloqueios dos diferenciais. O SUV faz de zero a 100 km/h em 8,6 segundos.
Há seis modos de condução, suspensão traseira com eixo rígido - como um legítimo SUV feito com chassis sobre longarina - e rodas de alumínio de 20 polegadas. Visualmente, é imponente e tem a mesma frente da Ranger. Já a traseira... Bem, design é subjetivo, certo?
O SUV tem 4,91 m de comprimento, 1,84 m de altura, 1,92 m de largura e 2,90 m entre-eixos. Anote os ângulos: 30,2º de entrada, 25° de saída e 22,6 cm de vão livre. São 2.401 quilos em ordem de marcha.
Isso tudo nos faz enxergar, claro, que há um possível "pênalti" entre o Everest e o cliente brasileiro (e talvez até o argentino): a falta de um motor a diesel. Os principais rivais têm isso.
Mas também é natural concluir que o SUV feito na Argentina poderá pegar emprestado qualquer um dos motores que a Ford passou a fabricar na planta de Pacheco no ano passado.
O Ford Everest é um ótimo produto que tem potencial no mercado brasileiro. É só a marca seguir a ordem natural das coisas para que o SUV "aconteça" por aqui.
Chegaria para atingir com força os rivais, que hoje estão alguns anos atrás na disputa em tecnologia, segurança e acerto dinâmico.



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