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Fiat Strada Endurance: cara nova na alma de sempre

Agora é a vez de testarmos a versão de entrada da nova geração da picape, que manteve o motor 1.4 Fire da anterior

por André Deliberato

Hoje você vai ler por aqui o teste completo da nova Fiat Strada Endurance, a versão de entrada da nova geração da picape compacta mais vendida do Brasil. Aqui no WM1 publicamos recentemente diversas notícias a respeito do modelo, lançado oficialmente no fim de junho: Quer uma Strada? Corre para a Webmotors!

Fiat Strada Endurance: versão de entrada

O carro escolhido para o teste de hoje ainda não apareceu oficialmente por aqui, porque até agora falamos basicamente das configurações intermediária Freedom (nos comparativos, principalmente) e da topo de linha Volcano.
No catálogo, a Fiat Strada Endurance é a primeira opção oferecida pela nova geração, vendida por R$ 63.590 com cabine simples (chamada de Cabine Plus pela marca italiana) e R$ 74.990, com cabine dupla - vale lembrar que a geração antiga segue à venda só na configuração Hard Working, ao preço de R$ 61.590 (apenas com cabine simples).
O teste de hoje é com a Strada Endurance CD, que traz de série direção hidráulica, ar-condicionado, volante com ajuste de altura (sem opção de profundidade), computador de bordo, luz de uso diurno, porta-escada, rodas de aço de 15", cinto de segurança com ajuste de altura, caçamba com protetor, iluminação e tampa com alívio de peso - além de itens de segurança, como quatro airbags, controles de estabilidade e tração, assistente à partida em rampa, e Isofix e Top Tether para fixação de cadeirinhas infantis.
O nosso carro tinha todos os opcionais: o pacote Worker, de R$ 2.500 (que inclui alarme, travas e vidros elétricos e banco do motorista com ajuste de altura); Áudio, por R$ 1.500 (rádio com USB e volante multifuncional) e Tech, de R$ 3.490 (multimídia com tela de 7" painel de instrumentos com display de 3,5", duas portas USB, câmera e sensor de ré). Resultado: a Fiat Strada Endurance "de entrada" testada custa salgados R$ 82.480.

A nova Fiat Strada é uma "mini-Toro"?

Motor e câmbio

Essa versão utiliza o antigo motor 1.4 Fire que já era usado pela Strada anterior. Rende até 88 cv e 12,4 kgf.m de torque com etanol e 85 cv e 12,4 kgf.m, com gasolina. O câmbio é manual de cinco marchas.
É sobre isso que mais vamos falar. A Strada Endurance, com esse conjunto, une a cara e o corpo novos, criados pela inédita plataforma, à mesma alma "guerreira" da geração anterior - vista por muitos como um verdadeiro "tanque de guerra", devido justamente ao motor valente e robusto.
Ele não é forte e está longe de ser moderno. A prova disso está justamente no 1.3 Firefly das versões mais caras, que é mais novo e - mesmo menor - mais forte que o 1.4 Fire.
O que não significa que a Strada seja fraca. Como dissemos, o motor é valente e aguenta o tranco de receber aceleradas mais nervosas e demoradas - o torque só aparece a 3.500 rpm, o que faz com que seja quase necessário diminuir marchas para aproveitar o melhor de seu desempenho.
Isso, em teoria, afeta o consumo, mas a Strada testada mostrou o contrário. Segundo o Inmetro, com etanol no tanque, ela faz 8,3 km/l na cidade e 8,9 km/l na rodovia - com gasolina, os números vão a 11,7 km/l  e 12,4 km/l, respectivamente. Em nosso teste, ficamos na média de 9 km/l na cidade sempre com etanol e ar-condicionado ligado - ou seja, o que aferimos foi ainda melhor do que os que são divulgados.

Veja o teste completo da Strada Volcano

Central sem fio

Embora seja ofertada como opcional nessa versão (dentro do pacote Tech, de R$ 3.490), a central multimídia Uconnect é digna de elogios: fácil de mexer, ainda oferece a possibilidade de conexão com Apple CarPlay por bluetooth, sem fio. Foi meu caso, já que tenho um iPhone. E funciona muito bem.
O acabamento também precisa ser destacado por aqui, ainda que de forma negativa. Há excesso de plástico duro espalhado pela cabine sem qualquer contorno emborrachado. A simplicidade é tremenda tanto nos painéis de porta, quanto no console. Ok, falamos de um carro de "trabalho", mas essa falta de esmero torna-se contraditória quando lembramos do preço maior de R$ 80 mil.
Essa sensação de falta de cuidado com a qualidade dos materiais fica ainda mais evidente quando lembramos que a Toro custava esse preço na época em que foi lançada no Brasil, em 2016 - hoje em dia, importante destacar, a versão mais barata da picape médio-compacta custa R$ 99.990.

Como anda

Hora de acelerar. Dinamicamente é sensível a melhora quando a Strada Endurance é comparada à geração anterior, que utilizava o mesmo motor. Nova plataforma, suspensões em formato clássico (do tipo McPherson na dianteira e por eixo rígido na traseira) e a estrutura de monobloco deram vida à versão mais trabalhadora da picape. Agora, é fato que em uma análise com as configurações que usam o 1.3 Firefly, o downgrade é perceptível.
A Strada Endurance CD é leve (são 1.140 kg) e esse é o principal motivo para o bom comportamento - e consumo. De acordo com dados oficiais da fabricante, o carro acelera de 0 a 100 km/h em 12,8 segundos e chega a 158 km/h de velocidade máxima. Agora, com a caçamba carregada (até 650 kg de capacidade útil), a história muda - e com quatro pessoas a bordo, ainda, o consumo também cai.
A conclusão dessa sequência de sensações é a seguinte: a nova geração da Strada feita para o trabalho, que carrega o sobrenome Endurance, alia o desenho renovado e uma plataforma mais moderna ao tradicional conjunto mecânico robusto e valente que conhecemos há alguns anos.
Isso é bom mercadologicamente, e em parte no pós-venda, já que as peças tendem a ser mais em conta - apesar de as revisões das versões Firefly serem mais baratas. Mas essa estratégia também deixa claro que esse motor e câmbio já mostram que têm certa idade - que fica ainda mais evidente quando a picape roda carregada, com desempenho aquém do necessário e consumo mais elevado.

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