Cinco carros que tiveram vida curta no Brasil

Nem todos os veículos têm a longevidade do VW Gol. Veja modelos que, como o Tiggo 3x, se despediram após pouco tempo

  1. Home
  2. Últimas notícias
  3. Cinco carros que tiveram vida curta no Brasil
Rafael Ligeiro
Compartilhar
    • whats icon
    • bookmark icon

O término da produção do Caoa Chery Tiggo 3X, anunciado neste mês, encerrou uma trajetória meteórica do SUV compacto no Brasil. Foram pouco mais de 11 meses entre o primeiro modelo produzido no país e a sua descontinuidade. Um cenário que pegou a muitos de surpresa, sobretudo em conta aos planos ousados da Caoa Chery para a fabricação e distribuição dos carros da marca.

Porém, muito além da frustração, fato é que o Tiggo 3X ingressa em uma insólita – e extensa – lista: a de carros que tiveram vida curta no Brasil. E nesta matéria, relembramos alguns veículos que antecederam ao utilitário nesse quesito.

  • Comprar carros
  • Comprar motos
Ver ofertas

Carros de vida curta

Volkswagen Pointer (1994-1996)

“Uma tendência de sucesso no mundo inteiro”. Essa era uma das frases marcantes do comercial de lançamento do Volkswagen Pointer no Brasil, em 1994. Aliás, de fato, o modelo produzido pela Autolatina chegava ao mercado com toda a pompa de ocupar um lugar de destaque entre os hatches médios.

Projetado quase que totalmente no país, o Pointer era um facelift do Escort de segunda geração presente no Brasil, logicamente adaptado às características dos carros da Volkswagen.

Com um design clean e robusto, algo acentuado pelo seu enorme vidro traseiro, o hatchback de cinco portas contava com motorização AP 1.8 ou 2.0. Aliás, a versão GTI 2.0 era capaz de entregar aos motoristas 116 cv de potência a 5.600 rpm – com uma relação entre peso e potência de 10,3 kg/cv.

Tudo muito promissor, mas... no meio do caminho, tinha um Tipo!

Embora importado, o hatch médio da Fiat caiu no gosto do brasileiro e, em janeiro de 1995, chegou a superar o Gol como carro mais vendido do país. Essa ascensão da concorrente italiana fez com que a Volkswagen replanejasse a sua linha de produção, o que culminou com perda de espaço ao Pointer.

O golpe final no esportivo da Volks veio em 1996, quando a Autolatina encerrou suas atividades.

Pointer carros da autolatina
Hatch da Volkswagen prometia muito, mas durou apenas dois anos no Brasil
Crédito: Divulgação
toggle button

Chevrolet Sonic (2012-2014)

Assim como o VW Pointer, o Chevrolet Sonic durou apenas dois anos no mercado brasileiro. No entanto, diferente do hatch médio, não chegou a ser produzido no país – era importado inicialmente da Coreia do Sul, e, na sequência, do México.

A Chevrolet trouxe o veículo ao Brasil com o intuito de fazer frente a concorrentes como o Ford Fiesta e o VW Polo. Embora contasse com versões hatch e sedã, ambas dispunham da mesma motorização: Ecotec 1.6 16V, de 120 cv (etanol) e 116 cv (gasolina).

Infelizmente, o Sonic jamais conseguiu destaque no país, e foi ofuscado por dois outros carros da própria Chevrolet: o Cobalt e o Onix. Diante do insucesso, a montadora suspendeu sua importação ao fim de 2014, e remanejou os investimentos ao utilitário Tracker.

Fora do Brasil, a produção do Sonic seguiu até 2020, nos Estados Unidos.

Chevrolet Sonic
Hatch médio da Chevrolet não repetiu no Brasil o sucesso que teve no exterior
Crédito: Divulgação
toggle button

Renault Symbol (2009-2013)

Lançado no Brasil no início de 2009, o Symbol surgiu como substituto do Clio Sedan. O intuito da montadora francesa era que o carro fosse um intermediário entre os modelos Logan e Mégane no país.

De fato, esse sedã tinha seus pontos fortes: design e interior atraentes, alta durabilidade e um espaçoso porta-malas de 506 litros. Mas, assim como seu antecessor Clio Sedan, o modelo esteve longe de ser um sucesso de vendas no Brasil.

Além de uma motorização restrita apenas a 1.6 litro (com versões 8V, de 92/95 cv, e 16V, de 110/115 cv), a pequena diferença de preço em relação ao Mégane, um modelo mais estabelecido no país, assim como a ascensão de concorrentes como o Chevrolet Cobalt e Nissan Versa, contribuíram para seu insucesso comercial e extinção.

Substituto do Clio Sedan, Symbol teve quatro anos de vida no Brasil
Crédito: Divulgação
toggle button

Nissan Altima (2013-2014)

Entre todos os carros presentes nesta lista, o Altima é o único ainda produzido, nos Estados Unidos. Aliás, 2022 marca o 30º ano de produção do sedã médio-grande da Nissan, um cenário de sucesso que se mostrou inviável no Brasil.

O Altima chegou oficialmente ao país pelas mãos da Nissan em 2013, mais de uma década após o término das importações do sedã grande Maxima.

Em sua quinta geração, o Altima parecia uma aposta competitiva da Nissan. Além de ser uma das raras opções em seu segmento vendidas à época abaixo dos R$ 100 mil, seu design imponente chamava a atenção: frisos cromados, faróis angulados bem ao estilo Nissan e rodas de liga leve aro 17 eram alguns dos pontos de destaque.

Já em termos de motor, o sedã possuía uma versão 2.5 de 16 válvulas, capaz de desenvolver 182 cv de potência a 6.000 rpm – e uma generosa relação entre peso e potência, de 8,1 kg/cv. De quebra, ainda apresentava um consumo satisfatório para sua categoria: 9,7 km/l na cidade e 13,1 km/l na rodovia.

Ou seja, tudo para dar certo, não é mesmo? Errado! O Altima não caiu nas graças do brasileiro e foi uma “presa” fácil para concorrentes como Ford Fusion e Hyundai Sonata. Sem destaque nas vendas, durou menos de um ano no país – assim como o Tiggo 3x.

Apesar da longevidade no exterior, Altima não durou sequer um ano no Brasil
Crédito: Divulgação
toggle button

Fiat Oggi (1983-1985)

Para fechar esta lista, trazemos o simpático sedã compacto da Fiat, um típico caso de carro que teve como maior problema o timing.

Derivado do Fiat 147 e do Fiat Spazio (de quem herdou a dianteira), esse três volumes parecia uma opção atraente à família: contava com um porta-malas de 440 litros, o maior de sua categoria – e até mesmo ao de carrões como o Opala. Além disso, possuía boa autonomia em ambiente urbano, e era sensivelmente mais econômico que o concorrente VW Voyage: 8,4 km/l, 0,2 a menos que o rival da montadora alemã.

Dotado de câmbio de cinco marchas, algo pouco comum à época, o Oggi CS contava com motor 1.3 litro, cuja potência máxima era de 56 cv a 5.200 rpm.. Na versão esportiva, o Oggi CSS, o propulsor de 1.4 litro entregava 22 cv a mais (78), a 5.600 rpm, com uma relação entre peso e potência de 10,4 kg/cv – 4,6 a menos que a versão padrão.

Entretanto, em 1984 o Uno chegou ao Brasil para suceder ao 147. Logo, o sucesso quase imediato do modelo fez com que a Fiat passasse a apostar em outro sedã compacto, derivado do próprio Uno: o Fiat Prêmio.

Sedã da Fiat, Oggi foi rapidamente substituído pelo Prêmio no Brasil
Crédito: Divulgação
toggle button
Comentários