"Muscle Culture" é a coluna de André Deliberato (@andredeliberato no Twitter e no Instagram) no WM1, portal de notícias da Webmotors, que traz curiosidades, notícias e informações sobre uma das mais tradicionais filosofias de carros norte-americanas, lá dos anos 1960 e 1970, mundialmente conhecida e representada pelos belíssimos... muscle cars.
- Primeiro capítulo: Você sabia que Duster já foi um muscle car?
- Segundo capítulo: Qual foi o primeiro muscle da história?
- Terceiro capítulo: Muscles criados nos anos 60 que vivem até hoje
- Quarto capítulo: Afinal, o que é um muscle car?
- Quinto capítulo: Os cinco sobrenomes mais famosos do Mustang
- Sexto capítulo: Chevy Impala, o muscle car de Dean Winchester
- Sétimo capítulo: Muscle car ou pony car, entenda a diferença!
- Oitavo capítulo: Chevrolet Camaro, 10 anos de Brasil e 54 de vida
- Nono capítulo: Conheça versões do Mustang que não foram às ruas
- Décimo capítulo: Chevrolet Corvette, é muscle car ou não é?
- 11º capítulo: Por que um muscle restaurado é tão caro?
- 12º capítulo: A história do Ford Maverick, o "Mustang nacional"
- 13º capítulo: Chevrolet Monte Carlo, luxuoso como o principado
- 14º capítulo: Dodge Challenger vai perder V8, mas seguirá vivo
- 15º capítulo: Por que Dodge e Plymouth fizeram asas tão grandes?
- 16º capítulo: Dodge Charger será elétrico em 2024
- 17º capítulo: A história do Dart/Charger, o Dodge mais querido
- 18º capítulo: Mercury Comet: o primo-irmão do Ford Maverick
- 19º capítulo: Camaro será trocado por um sedã elétrico?
- 20º capítulo: Quer um Hellcat? Corra, pois seu fim será em 2023
- 21º capítulo: Chevelle 1970 fica na garagem por 42 anos
Daytona e Superbird foram sabotados
Como já dissemos aqui na coluna, a dupla bombou em 1970, no ano do tricampeonato mundial de futebol da Seleção Brasileira. Ganhou a maioria das provas da Nascar daquela temporada e provou que a aerodinâmica poderia ser mais importante que a simples entrega de força e potência do motor, e deixou a Ford (a principal rival nas competições da época) para trás.Mas, em 1971, as regras mudaram e barraram os carros alados. Não posso dizer isso, mas eles meio que foram boicotados, porque era fato que poderiam ganhar de novo. E disso também já sabíamos. Mas e depois, o que fizeram com quase 2.500 (500 do Daytona e pouco mais de 1900 do Superbird) unidades dos muscle cars produzidos para o público?
É triste, mas muitos foram desmontados para fornecerem peças a outros - prática que já vimos ser feita aqui no Brasil mesmo por fabricantes em fase inicial, após sua chegada ao mercado. Os outros foram vendidos. Alguns foram desmontados para voltarem a ser Charger e Road Runner convencionais... E outras dúzias ainda foram vendidas a "preço de banana" - cerca de US$ 4 mil naquela época.
Como bem apontou meu parceiro Rodrigo Mora, da coluna Mora nos Clássicos, um trecho retirado do livro "Dodge Daytona and Plymouth Superbird: Design, Development, Production and Competition" ajuda a revelar o destino da maioria desses carros. "Ninguém reconheceu seu valor na época. Demorou a perceberem que o preço dos carros alados dispararia". Ou seja, viraram lata-velha.
É mais ou menos como já dissemos por aqui: o valor de um carro clássico não depende somente de seu estado de conservação, mas também de sua raridade como produto e principalmente de sua história. Dito isso, quando aparecem Daytonas e Firebirds "inteiros", o preço que o dono coloca se tiver interesse na venda é inestimável, dependendo do carro. Por isso que "não existem" mais.
Como dito e sabido por Mora, ainda pode haver dezenas de Daytonas e Firebird nos Estados Unidos, mas só conhecemos até hoje dois Plymouth que vivem no Brasil: um participa de eventos de carros clássicos - como o tradicional encontro de Águas de Lindóia - e outro está em fase de restauração. Quando você pagaria por um desses?
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